segunda-feira, agosto 30, 2004

Os Sonetos da Cidade Fantasma - Canto II


Do vazio da Baixa ao Bairro Alto
fui subindo a sós pelo Chiado:
não fui visto nem incomodado
pela gentinha em sobressalto.

Na Brasileira, estava o Pessoa
na esplanada do fim sentado,
com olhos de pedra e danado
por ter de morrer em Lisboa.

Mas, senhores, que sensação:
passear no Rossio abandonado,
sem a entropia da multidão!

E ver a Avenida da Liberdade
- outrora em fluxo saturado -
toda despida de humanidade!