quinta-feira, setembro 02, 2004

Manifesto.

Como ainda não falei da missão e dos valores deste blog, aqui fica o registo:

a) Este é um blog sem pretensão a blog. Já tive um desses que não me trouxe felicidades. Que me consumiu o tempo que não tenho para ser consumido.
b) Estou-me completamente nas tintas para o facto de ter apenasmente como leitores a minha santa mãe querida e mais dois ou três sujeitos da minha amizade. Não escrevo para que me leiam, escrevo porque o mundo me castiga com insultos.
c) Filosoficamente, este blog respeita a visão sobre a condição humana que toda a gente pode ler em melhor nas máximas de Schopenhauer, Nietzsche e Bachelard; nas páginas escritas por John Steinbeck, Stendhal, Àlvaro de Campos, Erico Veríssimo, Franz Kafka, Jorge Luís Borges, Marguerite Yourcenar, James Joyce, Seutónio, Edward Gibbon e Aldous Huxley; nas telas de Velasquez, Bosch, Francis Bacon, Edward Hopper, nas pautas torturadas por Wolfgang Amadeus Mozart, Ludwig Von Beethoven, Johann Sebastian Bach (que só compunha música para os ouvidos de Deus), Vivaldi (em vez de Verdi), Rossini e Strokes (por ausência de Tubes); nos olhos telescópicos de Lars Von Trier, Stanley Kubrick, David Fincher, Cecille B. de Mille, Hitchcock; no terror dos Czars e no desdém dos Habsburgos e no pragmatismo elegante dos Medicis e no saber intuitivo de Albert Einstein, Isaac Newton, Von Braun, Godel, Heisenberg, Kepler, Galileu, Stephen Hawking, Bartolomeu de Gusmão e - claro está - Homero, Platão, Cristo, Da Vinci, Kant, Winston Churchill e Júlio César.
d) Este blog é, assim, um manifesto contra o humanismo. Essa coisa horrível de gostar de pessoas porque são pessoas, como horrível será amar a vida só porque se está vivo.
e) Por isso, este blog só linka blogs de pessoas de quem gosto, raríssimas excepções que faço à regra, mais o blog do Pacheco Pereira (que é uma fraqueza minha).
f) Este blog não tem afinal valores, nem tão pouco uma missão. Tem só o esperma dos dias. A espuma do tempo. O desinteressado e desinteressante pasmo perante o abismo.

Tudo o resto é devaneio - a suprema arte do século XXI.