sexta-feira, dezembro 17, 2004

A traição não é um crime, é um nojo. Ou o que diz Oriana.

A propósito da inqualificável iniciativa de acelerar o processo de adesão da Turquia à União Europeia, protagonizado pelo Dr. Durão Umbigo, surgem as enormes, as belas, as sábias e as lúcidas palavras de Oriana Fallaci:

“Há a Europa dos banqueiros que inventaram a farsa da União Europeia, dos papas que inventaram a fábula do ecumenismo, dos facínoras que inventaram a mentira do Pacifismo, dos hipócritas que inventaram a fraude do Humanitarismo. Há a Europa dos chefes de Estado sem honra e sem cérebro, dos políticos sem consciência e sem inteligência, dos intelectuais sem dignidade e sem coragem. Em suma, a Europa doente. A Europa que se vende como uma galdéria aos sultões, aos califas, aos vizires, aos janízaros do novo Império Otomano. Em suma, a Eurábia.”

Duas coisas me impressionam neste momento. Impressiona-me substantivamente a enorme falta de vergonha na cara de um homem que ainda no outro dia fazia dos Açores o eixo da coligação cristã, e que agora - vá-se lá não saber porquê - exige negociações para infestar o mundo civilizado de barbárie e intolerância. E impressiona-me deveras este fabuloso ensaio de Oriana, “A força da razão”, onde está tudo muito bem explicadinho: o Islão tiraniza, o Ocidente confraterniza. E eu, que não tenho filhos, receio pelos filhos que temos.