terça-feira, fevereiro 28, 2006

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Logo à primeira audição de "First Impressions of Earth", a terceira pérola dos Strokes, percebe-se que as notícias da morte do rock, que tantos jornais venderam nos anos 90, eram bastante exageradas. Aquela que é hoje, na minha arrogante opinião, a melhor banda do universo, faz questão em demonstrar cientificamente, mais uma vez, que o género ainda vai parindo a modernidade e que está aqui para o que der e vier: com pontapés na boca e arrepios na espinha, com erecções e espasmos e ressacas de cavalo, com certeza no cagar e poesia da boa. "Sweetheart, my feelings are more important than yours / Oh, drop dead, I don't care, I won't worry / Let it go". Isto sim, é ser de boa companhia para uma guitarra eléctrica. O segredo dos Strokes é a inacreditável frontalidade conceptual com que abordam a Coisa. Uns riffs durinhos e redondos, o compasso rítmico de precisão escolástica (assim para o acelerado) e um sentido melódico que, mesmo quando implode a atitude punk-é-que-é-cool-vamos-lá-partir-a-loja, transforma a música num prazer imenso, onírico, penetrante. A banda está sempre com aquela pose porreira de não querer saber, esconde-se de glórias imagéticas e faustos cenográficos, rejeita o glamour MTV e chuta para a frente: "I've got nothing to say / I've got nothing to give / I've got no reason to live / But I will kill to survive / I've got nothing to hide". Boa onda. Muito boa onda. E está a rebentar aqui.