segunda-feira, junho 04, 2007

Vala comum.

Nascem os homens apenas para a decomposição do futuro
e é somente justo que esta espada que seguro
sirva ao meu carrasco de guilhotina.
Tudo está certo neste mundo quando a vida termina
e não há tipo mais porreiro, que o meu amigo coveiro.

Os deuses, graças a deus, também sabem morrer danados,
esquecidos, banhados em sangue e humilhados,
incapazes de sobreviver à criação.
A imortalidade não dura mais que uns dias de ramadão
e caem que nem folhas como todos os trolhas.

Cometas, planetas e estrelas, galáxias verdes e maduras
apodrecem outrossim em quânticas curvaturas.
Quanto mais curioso o telescópio mais defuntas as realidades:
o universo é um belo cemitério de eternidades
em decadência formal, até ao último funeral.

Enquanto há morte, há esperança - um sonho de redenção;
só faz sentido a vida enquanto dura o ramadão.
E não há tipo mais porreiro, que o meu amigo coveiro.