sexta-feira, novembro 28, 2008

Quem é que havia de ser?


O flagrante amadorismo das forças policiais e militares em Bombaim é risível e assustador. Parece facílimo - e barato - passar 3 dias a matar pessoas desta maneira: recrutam-se uns imbecis miseráveis cujos cérebros foram previamente lavados nas mesquitas europeias, dá-se-lhes umas semanas de treino nuns buracos entre o Afeganistão e o Paquistão, faz-se um elementar reconhecimento do terreno e algum trabalho de pesquisa (até o GooglEarth serve) e desenha-se um plano de ataque que qualquer mercenário sabe de trás para a frente. Armam-se os imbecis até aos dentes e é soltar-lhes a trela numa cidade caótica. Passam a ser muito mais perigosos e bem organizados do que as diversas forças da segurança regimental do Estado Indiano. A incapacidade para responder a este ataque, como a todos os outros do passado recente é sintomática, só por si, da sua autoria. O timing e o conteúdo simbólico, o modus operandi e o critério geo-político apontam claramente para o monstro de milhares de cabeças que é hoje a Al-Quaeda. A Al-Quaeda é taliban, é paquistanesa, é xiita, é palestiniana, é sudanesa, é indiana, é saudita, é iraniana, é indonésia, é bósnia, é basca, é tchetchena; são imãs e aiatolahs, mujahidins e califas, mehdis e al-faruqs, fatahs e hezbollahs; são brigadas e comités, convenções e seitas, exércitos e advogados; são políticos e homens de negócios e mercenários e toda a espécie de bandidos e párias e revolucionários e teólogos e são os filhos deles todos que hão-de rebentar o futuro!
Não percebo o mistério sobre a identidade dos criminosos de Bombaim. Qualquer atentado terrorista de larga escala que possa ocorrer no planeta Terra tem origem directa ou indirecta, ideológica ou militar, operacional ou académica na Al-Quaeda. A pedagogia do terror - que vem dentro de cada atentado - já está a dar resultados. Não é preciso agir sob as ordens de Bin Laden para fazer a coisa. Basta pensar como ele.