segunda-feira, maio 27, 2013

Anti-SLB: amor de perdição.


Não é de agora. Já há muitos e muitos anos que tenho desgosto por ser do Benfica. Esta triste e fatal paixão é uma das razões que me impede de ter um pouco mais de consideração por mim mesmo. O insuportável dejecto sociológico em que se transformou o SLB dá-me cabo da auto estima. Sinto até alguma repulsa, algum nojo pelo clube e por mim, que sou do clube. Como é que é possível a alguém decente simpatizar com uma organização dirigida por homens como estes? Como é que é possível perder tanto, com tanto estrondo? Como é que é possível a esta gente armar aos cucos da maneira que arma aos cucos e, depois da queda abismal, depois da humilhação e da gargalhada, depois da desvergonha e das mentiras, recomeçar outra vez, no eterno ciclo entre as cinzas de um ano e as cinzas do outro?

Ser benfiquista não é como diz a canção. Ser benfiquista é uma pena pesada. Uma cruz para a vida toda. Uma perdição.

Já estes dois atrasados mentais aqui em cima nunca perdem. Têm a felicidade dos vis: como não são do Benfica, não são esmagados pelas derrotas colossais, e como gerem o clube como uma organização mafiosa, ganham fortunas todas as épocas.

Já eu, estou farto de perder. Estou farto do Benfica. E estou farto de mim.

Pior que eu, claro, só mesmo um desgraçado que seja adepto do Sporting Clube de Portugal. Porque é preciso que um ser humano seja muito, mas mesmo muito infeliz, para retirar felicidade das derrotas e das misérias de um rival tão fraquinho como o Sport Lisboa e Benfica.

Space Oddity



Directamente da International Space Station, o comandante Chris Hadfield, primeiro entertainer da história da astronáuticaapresenta uma versão revista e actualizada da obra-prima de ficção científica que é esta canção do Bowie. Para além do clip, a pista de voz foi mesmo gravada na ISS, facto que, segundo parece, marca a entrada da humanidade na era do pop espacial. Sejam bem-vindos.

sábado, maio 11, 2013

Não sou eu que sou aldrabão, a realidade é que é esquizofrénica.



No outro dia coloquei aqui um gráfico que deixou muita gente céptica, até porque não inclui a fonte. Mas não faz mal nenhum que não acreditem em mim. É fácil duvidar de um leigo. Será talvez mais difícil desacreditar o Professor Michio Kaku. Vale a pena investir 5 minutos neste video. Primeiro porque Michio Kaku é um comunicador de eleição. E depois porque sempre se fica com uma noção da esquizofrenia do cosmos (segundo as conclusões e as especulações da física contemporânea).

A propósito disto, deixa-me recomendar-te, gentil visitante, o projecto Big Think. Um canal de ensino da ciência que é realmente notável.

terça-feira, maio 07, 2013

Filhos da puta da pior espécie.


É verdade: alimento uma especial antipatia por jornais e jornalistas. É verdade que acho a maior parte dos jornais - senão todos - uma vergonha. E a maior parte dos jornalistas - senão todos - uns filhos da puta da pior espécie. A profissão obriga, não há nada a fazer. Durante muitos e muitos anos - é verdade - pensei que os filhos da puta da pior espécie eram os publicitários, porque tenho a tendência de pensar sobre mim o pior possível, e sobre a minha profissão o pior possível. Mas esses dias acabaram. Já não acho que faça parte da pior espécie de filhos da puta. É verdade.

A imagem que ilustra este post mostra a edição online do Público desta noite. Garanto-vos: nunca, durante esta época, um resultado do Benfica foi noticiado com este destaque. Na quinta feira passada, o clube chegou a uma final europeia, pela primeira vez em mais de duas décadas e conquistando a presença de duas equipas portuguesas no top dez dos clubes europeus. Essa notícia foi colocada, convenientemente, na coluna da direita da grelha editorial, lugar subsidiário, porque existiam na altura assuntos mais importantes que o futebol. Eu também acho que existem assuntos mais importantes que o futebol. Isto embora não partilhe filosoficamente das prioridades editoriais do Público, que se parecem limitar à descarada amplificação da campanha socialista. Hoje porém, parece que o Público resolveu sacrificar a campanha socialista para dar descarado destaque ao empate do Benfica. Ora, o tipo de política editorial que vive dos fracassos dos outros, que vive de derrotas e de humilhações, que vive de desgraças e de maus números, que vive das altas taxas de desemprego e do testemunho dos coitadinhos, que vive num e de um Portugal deficitário e que elogia o Portugal deficitário e que combate militantemente pelo Portugal deficitário (até porque o jornalismo "sério", "contemporâneo" e "responsável" não pode nem deve ser patriótico); o tipo de política editorial Robim dos Bosques que é serva do xerife de Nottingham, que é valente pelos desempregados enquanto despede o seu quinhão, que é hipócrita até cair para o lado e socialista quanto baste para que os assalariados de miséria da Sonae continuem a virar a sua raiva para os políticos (únicos incompetentes em Portugal); o tipo de política editorial que promove e eleva homens baixos e vis como Vítor Pereira e José Sócrates, este tipo de política editorial é que está a matar os jornais.

Os jornalistas "sérios" (leia-se neo-socialistas), faustosamente assalariados por grupos empresariais de comportamento neo-liberal, gritam batota por causa dos jornalistas cidadãos independentes da rede global e os accionistas de referência desses grupos empresariais gritam falência por causa da electrónica e da concorrência honesta, enquanto tentam aterrorizar as pessoas com a ameaça de um vácuo informacional que, infelizmente para eles, não existe de todo. Mas convenhamos, não é a internet que está a matar os jornais. É o que os jornalistas fazem com os jornais que está a matar os jornais. Até porque estes filhos da puta da pior espécie realizam online exactamente o mesmo argumento que escrevem no papel. Aviltam, com a sua cobardia, com a sua manha, com o seu oportunismo, com a sua esperteza saloia, com a sua falta de educação, um veículo mediático da mesma forma que aviltam o outro. O problema não está no meio, está na mensagem. Até porque, entretanto, as pessoas na Europa toda, para não falar de outros lugares selvagens e igualmente infestados de jornalistas, já perceberam que a verdade não tem nada a ver com o jornalismo. E que o jornalismo não tem nada a ver com a decência.

O jornalismo evoca no jornalista, como no consumidor de jornalismo, as piores características humanas.

Jacques Séguéla, o famoso publicitário francês que em má hora elegeu Miterrand para o seu derradeiro mandato, dizia: "não digam à minha mãe que sou publicitário. Ela pensa que eu toco piano num bordel." Mas que podem dizer hoje os jornalistas às suas tristes mães? Filhos da puta da pior espécie, são comerciais como o mais vendido dos apóstolos. Filhos da puta da pior espécie, são tendenciosos como o mais imparcial dos fanáticos. Filhos da puta da pior espécie, são aldrabões como o mais desonesto cidadão da república.

Afinal, quem joga sujinho, sujinho, sujinho é o jornal Público. E muitos outros jornais como o jornal Público. Porque a infâmia humana é uma pandemia.

sábado, maio 04, 2013

É ou não é o melhor treinador do universo?



Com cábula ou sem cábula e mesmo quando não ganha, José Mourinho consegue ser grande. Enorme. E é claro que é o melhor treinador do universo. Deste universo e de outro qualquer onde se jogue futebol. E o que é mais: nem precisa já, a meio da sua carreira, de provar seja o que for.