quinta-feira, julho 18, 2013

Orgulhem-se de outra coisa qualquer.

"Que importa, realmente, onde e por quem o teu sexo se arrebita?"
Marco António | Carta a César Octávio Augusto | 41 A.C.

Um gajo que é maricas, orgulha-se disso porquê? Um tipo, só porque gosta de levar no cú, deve achar que é mais que os outros? E na directa simetria, eu também devo ser contente comigo porque me recuso a levar no cú?
Olhem para mim, todo vaidoso por gostar de raparigas! Sim, olhem para mim na parada dos gajos normais, a exibir garbosamente a minha sexualidade como se isso fosse uma virtude do camandro!

Por deus, porque raio é que os gostos de cama são chamados para o despudor da rua?
E que tenho eu a ver com isso dos gostos de cama de cada um?

(Gentil leitor: se na praia, à vista de uma boa nádega do nadador salvador, a tua pila se arrebita, deves ser maricas. Mas não te inquietes, tens o direito natural de seres maricas. Não há problema. E sobretudo, eu não tenho nada a ver com isso, percebes?)

Sou contra as paradas dos paneleiros como seria contra as paradas dos que não são paneleiros.
Se os desfiles gay já são uma manifestação esteticamente deplorável, imaginem o horror visual de uma parada Hetero-Macho-Latino.

É que para ser a favor das paradas dos paneleiros, eu teria outrossim que incentivar a afirmação pública de todas as inclinações sexuais. Por exemplo: os heterosexuais que preferem sexo anal. Ou os atrasados mentais que preferem foder ovelhas. Ou os masturbadores de todo o mundo: uni-vos, criaturas, para afirmação pública e mediática da vossa glória!

Toda a gente na rua apontando para o sexo, devidamente etiquetado com a preferência correspondente. Eis, em síntese, o conceito contemporâneo de justiça social.

Hoje no Público, leio que a ministra da justiça alemã convidou a rapaziada da selecção de futebol para o desfile do orgulho gay. Porque parece que há para lá um paneleiro ou outro, na selecção alemã.

Ora, convidar a mannschaft inteira para um desfile gay, porque há para lá, na mannshaft, um paneleiro ou dois, é o equivalente epistemológico da figura da Dizimação nos exércitos do Império Romano. Uns poucos de legionários têm a cobarde ingenuidade de abandonar a batalha, mas é toda a legião que paga pela medida grande.

Como dizia o outro: ora bolas para a gente ter que aturar isto!