sábado, agosto 31, 2013

Deixem os assassinos em paz!


Este atrasado mental aqui veio para a rua cheio de raivas por causa de uma presumível intervenção militar na Síria. Este atrasado mental aqui é contra. Este atrasado mental aqui achará provavelmente que os estados que gaseiam segmentos da sua população devem ser deixados em paz. Devem ser deixados em paz para cumprir o extermínio com a máxima tranquilidade. Um contributo muito sério para a minha tese de que não há ninguém mais perigoso que um pacifista.

sexta-feira, agosto 30, 2013

Coisas do CAM: os XX Dessins de Amadeu.



1912, Paris. Amadeu de Souza-Cardoso tem 25 anos e apresenta-se à comunidade artística da cidade luz com um assombroso conjunto de 20 bonecos que deixam os críticos completamente siderados. Os "XX Dessins" constituem um virtuoso ensaio gráfico a tinta da china e aguarela, que evoca vastos imaginários das tradições ocidental, oriental e africana; de D. Quixote às mil e uma noites. A obra está exposta integralmente na exposição do CAM - "Sob o Signo de Amadeu - Um Século de Arte" - e é simplesmente sublime.






Todo o restante espólio de Amadeu impressiona pelo talento exuberante e pela diversidade de referências e registos; e o que está exposto no CAM parece quase impossível de concretizar numa vida que durou apenas 30 anos, mas estes vinte desenhos são, para mim, especialmente maravilhosos.
Se Amadeu não fosse português, estaria ao lado dos imortais do século XX. Como teve a desgraça de nascer em Manhufe, ficou para sempre condenado à segunda divisão dos génios. É a vida. E, já se sabe, a vida é madrasta.



segunda-feira, agosto 26, 2013

Coisas do CAM: João Vieira | Alfabeto 1


Talvez por defeito profissional - a criação sobre fonte de letra sempre me interessou - esta foi uma das telas que mais me impressionaram na exposição "Sob o Signo de Amadeu - Um Século de Arte" que está patente no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.
É claro que não faltam coisas espantosas nesta extensa mostra, mas o óleo do João Vieira, arrancado aos deuses da máxima inspiração no já distante ano de 1981, deixou-me com dificuldades respiratórias.
Como sempre nas obras primas, a reprodução não lhe faz justiça, até porque estamos a falar de uma tela com três metros por dois, carregadinha de uma textura enérgica, brutal, dir-se-ia instantânea. Mas só por si, este boneco justifica a visita ao CAM. Estou a falar a sério.

sexta-feira, agosto 23, 2013

Em vez de dormir com o inimigo, será talvez preferível ouvi-lo:



Enquanto a administração Obama anuncia um plano de ataque ao terrorismo que nem por uma vez inclui a palavra "Islão", esta reportagem aqui, sobre um canalha chamado Anjem Choudary, que lidera um grupo radical de islamitas sediado em plena cidade de Londres, ilustra bem o ponto escandaloso a que chegou a "tolerância" ocidental. O dito canalha não tem nenhum problema em assumir o que qualquer pessoa minimamente esclarecida já sabe ou devia saber: o Islão tem uma missão guerreira, impenitente, racista e fascista. O Islão pretende, em última análise, erradicar o conjunto de valores sobre os quais construímos a civilização ocidental, e substituí-lo, se possível através da violência, por um quadro de dogmas niilistas que incluem o fanatismo religioso, o sexismo mais retrógado e a medievalização das hierarquias sociais.
O Islão é o inimigo, ponto. Os imbecis, os traidores e os cobardes que governam a Europa e os Estados Unidos da América não conseguem ou não querem perceber isto. E, quando forem obrigados a agir, será, obviamente, demasiado tarde. A criança britânica que nesta reportagem vemos ser convertida aos ensinamentos draconianos do mais nojento fervor muçulmano, é o símbolo de uma derrota imensa. E todos os dias estamos a ser derrotados, imensamente, por esta tribo de selvagens que infestam as nossas cidades, que aviltam os nossos costumes, que desprezam a nossa herança filosófica.
Duvido muito que Jesus Cristo oferecesse a outra face a um filho da puta como Anjem Choudary. É realmente preciso combater esta gente.

quinta-feira, agosto 22, 2013

In the dark: mais coisas super giras sobre matéria negra, energia negra e buracos negros (que não são feitos de matéria negra).



"We understand about 4% of the universe. (...) We're dumb stupid ignorant about most of the universe. Which is really cool. It keeps the astrophisicists employed!"

"Dark matter is really not a good term. We should just call it Fred. Because we don't know if it is matter, we just don't know. So, to call it matter already puts a bias in the expectaion of what you would find. And that's not good science. It's better to call it something that doesn't make you think of anything. And that's why I just call it Fred."

"Black holes are dark, they are made of matter and they matter. But they are not dark matter."

"The particles that escape a Black Hole have the same inventory of al the particles that went in in the first place. The black hole did not forget what it had eaten."

"Nature is the biggest atom smasher that ever was."

"Dark matter could be regular matter linking from another universe. I mean, who knows?"

Neil DeGrasse Tyson - StarTalk Radio Show - Agosto 2013

Aviso à navegação.

segunda-feira, agosto 19, 2013

Apocalipse Not.



Hoje em dia já é mais frequente encontrar nos media quem não tenha medo nenhum de desmascarar a grande fraude ambientalista, mas em 2003, 2004 e 2005, quando primeiro no Ocidental Praia e depois aqui no Blogville eu já barafustava bastante, o assunto ainda era quase uma heresia.

Este aliás é um antigo cavalo de batalha do blog. Os links para os textos que resumem o meu pensamento sobre o tema e que escrevi em 2005, estão aqui:


E São Pedro, não manda nada?


A Frande Ambientalista: introdução.

Camada de Ozono
Florestas
Energia
Poluição Atmosférica
Aquecimento Global

Vem tudo isto a propósito do maravilhoso tema de capa da Wired de Setembro de 2012, que descobri, por acaso, ontem.
A reportagem reforça os argumentos que tenho vindo a repetir ad nauseam, mas como foi redigida por um cientista que nasceu para isto, a coisa é mais abrangente, mais rigorosa e sobretudo mais divertida, de tal forma que me parece obrigatório ler o que lá está escrito. O magnífico texto de Matt Ridley é construído de forma dialéctica - antes de contestar com os factos, que desmentem invariavelmente a possibilidade das mais terríveis profecias, o autor de "The Rational Optimist" integra uma colecção de disparates super alarmistas, do género Livro do Apocalipse, que ilustram bem o carácter dogmático, radical e absolutamente não científico do evangelho ambientalista. Por exemplo:


"The battle to feed all of humanity is over. In the 1970s ["and 1980s" was added in a later edition] the world will undergo famines—hundreds of millions of people are going to starve to death in spite of any crash programs embarked on now … nothing can prevent a substantial increase in the world death rate.”
Paul Ehrlich - 1968

“Scientists have solid experimental and theoretical evidence to support … the following predictions: In a decade, urban dwellers will have to wear gas masks to survive air pollution … by 1985 air pollution will have reduced the amount of sunlight reaching earth by one half.”

Life Magazine - January 1970 
“We could use up all of the proven reserves of oil in the entire world by the end of the next decade (...) World oil production can probably keep going up for another six or eight years. But sometime in the 1980s, it can’t go up anymore. Demand will overtake production.”
Jimmy Carter - televised speech - 1977
"THE FOREST DIES.” 
Der Spiegel - November 1981 
“An increase inTwilight Zone-type reports of sheep and rabbits with cataracts"
The New York Times - Report on the threat to the ozone layer 
“We need to radically and intelligently reduce human populations to fewer than one billion … Curing a body of cancer requires radical and invasive therapy, and therefore, curing the biosphere of the human virus will also require a radical and invasive approach.”
Paul Watson - The Sea Shepherd Conservation Society

Para além desta edição da Wired, é muito significativo o conjunto de vozes que nos últimos cinco anos se têm levantado para desmascarar a ciência fantasiosa de Al Gore e de um grupo de interesses com raízes profundas no establishment político, universitário e mediático, um pouco por todo o mundo. Quatro exemplos recentes desta agradável tendência 
podem ser encontrados aqui:

The Resilient Earth (site)

The Great Global Warming Swindle (documentário britânico)
The Rerum Natura  (Prof. Jorge Buescu)
Climate Depot

Uma coisa boa que tem a idade, é que nos dá a quantidade de tempo suficiente para ver nascer e ver morrer certos mitos. E eu estou a apreciar a queda deste, muito especialmente.


domingo, agosto 18, 2013

Todos morrem calçados.



U. S. Marshall Raylan Givens. Um herói simpático, educado, cordial, atraente. Um pistoleiro de gatilho alegre, que mata dois suspeitos por episódio, em média. Justified é uma série meio saloia, meio genial, criada pelo grande Elmore Leonard, que não está cá com grandes problemas éticos. Sempre que Raylan Givens mata mais um desgraçado, ninguém fica com dores de consciência. Os tiros certeiros justificam-se todos na medida em que, do outro lado, encontraremos invariavelmente um vilão que está mesmo a pedi-las. E, no Kentucky, o que não faltam são vilões assim, a pedir despacho.
Wyatt Earp: eat your heart out.

sábado, agosto 17, 2013

Eléctrico e mariquinhas.



Electric Guest | This Head I Hold

Carta aberta ao General al-Sisi

Caro General;

Tenho seguido com cínico interesse e simpatia confessa, os desenvolvimentos da sua sagrada missão.

Vossa Excelência, quero que o saiba, é um verdadeiro herói. Digam o que disserem os bandidos da grande Al Jazeera que é a imprensa ocidental, Vossa Excelência é um libertário dos sete costados.

E preciso de lhe dizer isto: o General não é autor de um golpe de estado. O General limitou-se a reagir ao golpe de estado que estava a ser perpetrado pela Irmandade, logo que infectou os corredores do regime.

O General, que está apenas a proteger a constituição da sua república e a venerável tradição laica do estado egípcio; o General, que sempre soube que a Primavera Árabe anunciava o inverno islamita; o General que, ao contrário do que mentem as imagens televisivas, não combate contra civis, combate contra milícias; o General é um guardião dos bons e velhos valores ocidentais que nós, aqui no Ocidente, mais não fazemos que deixar cair, com estrondo de falência histórica. E eu saúdo o seu zelo!

Vossa Excelência está a fazer o que pode para salvar o Egipto do mais terrível dos fascimos: o religioso. Vossa Excelência está a lutar pela possibilidade de um futuro no Médio Oriente. E isto, convenhamos, não é dizer pouco.

Aplaudo a sua determinação, a valentia da sua cruzada. E só lamento - sou sincero - que esta seja, em última análise, inglória. É que a tarefa, sendo de transcendente importância, é sobre-humana, caro General.

Sabe, tenho feito cálculos. No seu país, só radicais islâmicos devem ser para aí uns vinte milhões e, considerando a velocidade a que o general os está a matar, calculo que a Irmandade Muçulmana será erradicada lá para o ano 2232. Aprecio a sua diligência, mas a este ritmo não vamos lá.

Estes factos não obstam porém a que lhe agradeça o que está a fazer, contra todos e apesar de tudo, em defesa do meu quadro de valores civilizacionais.

É pois com sincera gratidão e votos de vitória que me subscrevo,

Paulo Hasse Paixão

segunda-feira, agosto 05, 2013

Grupo B ou os gloriosos malucos das máquinas assustadoras.



No tempo em que o WRC era uma competição realmente épica, com heróis de barba rija (Michelle Mouton incluída) ao volante de monstros de 500 cavalos; no tempo em que as classificativas eram desenhadas pela multidão; no tempo em que éramos todos loucos em Sintra e em Fafe e em Arganil, mas éramos felizes na mesma medida; no tempo em que automóveis como o Audi Quattro eram mais que automóveis, eram personagens; nesse tempo a glória era algo de tangível. Estava suspensa em cada curva. Era imanente em cada segundo.
Estes carrinhos do WRC de agora, não matam ninguém, é verdade. Mas também não criam imortais.
E é uma pena.