sábado, setembro 07, 2013

O triunfo dos porcos.

O Tribunal Constitucional da República Portuguesa é a Nemesis da República Portuguesa.
Quando precisamos dele para reformar o estado, é conservador. É reaccionário. Quando precisamos dele para moralizar a política, é liberal. É libertário. Numa coisa, porém, é coerente e constante: o prejuízo da nação.

A ideia de que um dispêndio de átomos como Filipe Meneses vai ser o próximo Presidente da Câmara do Porto dá-me vómitos.
Não aprendemos nada, nos últimos anos. Os batráqueos do charco partidário continuam a triunfar alarvemente.
Os que são generosos com o dinheiro dos outros, os que são humanistas de manifestação, os que são tolerantes para que ninguém repare que são de facto cobardes, os que são empreendedores por vocação e vigaristas por natureza, os que são tribunos porque não saberiam ser outra coisa, os que são deputados de estar ali, os que são ministros para fazer depois carreira, continuam a triunfar alarvemente.
Os trafulhas, os aldrabões, os mal criados, os idiotas, os crápulas que fogem para a Sorbonne, os traidores que fogem para a Comissão Europeia, os incompetentes que vão ser vices para o Banco Central Europeu, os ex-ministros das finanças que vão largar rapidamente os títulos da dívida pública portuguesa no emprego estrangeiro que desenterrarem a seguir, os líderes das centrais sindicais que, num estado de negação absolutamente recordista, continuam a não acreditar no simples facto de não haver dinheiro que pague o país que num dia triste imaginaram, os comentadores que fazem profissão disso, os políticos que são conhecidos por serem comentadores de futebol, que são eleitos por serem conhecidos comentadores de futebol, os presidentes da câmara que acham que resolvem as cidades portuguesas com um filme do Woody Allen e um labirinto de ciclovias, os spins-doctors do Bloco que querem legislar sobre o flagelo social a que chamamos piropo, os incapazes, os rapazes, os indigentes, os pequenos, os baixos, os feios, os porcos, os maus, continuam a triunfar alarvemente.