sexta-feira, maio 16, 2014

Ode matutina.

Vem, Lídia, dá-te comigo
aos abertos caminhos da existência vã;
Ignora a metafísica e abracemos juntos
a inutilidade da manhã.

Quero de ti menos verdade,
menos substância que a do vento matutino;
e se outros passam preocupados, sejamos nós
livres para olvidar o destino.

O cuidar disto ou daquilo,
o lembrar do dever ou da obrigação espúria
é arrelia de escravos, e nós fomos por Apolo
libertos para a alegria e a fúria.

Por isso, vem, Lídia, comigo,
por este caminho que abrimos agora
esquecidos da guerra e dispostos apenas
à consumação da hora.