quinta-feira, julho 31, 2014

A guerra no mundo - Julho de 2014


Neste dia 31 de Julho de 2014, há 11 nações em guerra e 23 países que se debatem com conflitos armados. Este é o resultado do pacifismo europeu (para não lhe chamar cobardia) e da total incompetência dos Estados Unidos da América, cuja vocação para a liderança mundial parece ter sido pulverizada. Esta é, muito especialmente, a herança da Administração Obama. É verdade histórica incontestável que os presidentes norte-americanos eleitos pelo Partido Democrata deixam, regra geral, o mundo num caos (ver alínea III deste post de 2008), mas Barak Obama bate todos os recordes. 
Uma coisa é certa: alguém tem que pôr ordem nisto.
WARS (1000+ battle-related deaths in year): 
Syria
Afghanistan
Iraq
Pakistan
Nigeria
D.R. Congo
South Sudan
Israel/Gaza
Ukraine
Libya
SERIOUS ARMED CONFLICTS (200-999 battle-deaths in year):
Central African Republic
India
Mali
The Philippines
Russia
Somalia
Sudan
Yemen
OTHER ARMED CONFLICTS (fewer than 200 battle-deaths in year):
Algeria
Colombia
D.R. Congo (Katanga, in addition to conflict listed above)
Ethiopia (2 conflicts)
India (2 others in addition to Maoist conflict listed above)
Malaysia
Mozambique
Burma (Myanmar) (3 conflicts)
Pakistan (Balochistan, in addition to conflict listed above)
Philippines (second armed group in addition to the conflict listed above)
Thailand
Turkey
Uganda
United States (global war on terror)
Sources: 
internationalrelations.com - War In Progress
warsintheworld.com

quarta-feira, julho 30, 2014

Entrevista com o Demónio.























“Those who are fighting with the Ukrainian army, we keep as prisoners. Those who are fighting with volunteer battalions, we question them and then shoot them on the spot. Why should we show any pity to them?” Igor Bezler

Honrando a proverbial ingenuidade dos jornalistas ocidentais, Shaun Walker - o correspondente do Guardian em Moscovo - deciciu que havia de conseguir por força uma entrevista com Igor Bezler, infame líder separatista, sinistro agente de Putin para a carnificina na Ucrânia e muito provavelmente o responsável pelo desgraçado destino do Malaysia Airlines MH117. 
O resultado desta tentativa de entrevista é trágico-cómico. Antes que lhes fosse dada a possibilidade de uma pergunta, Shaun Braun e um colega russo não identificado tiveram a oportunidade de se borrarem todos. Ao primeiro sinal de que estariam a gravar ou anotar as barbaridades inacreditáveis com que Bezler iniciava a visita guiada ao inferno, foram de imediato expoliados de qualquer utensílio do seu ofício e cordatamente ameaçados com o pelotão de fuzilamento. Depois de submeter os jornalistas a uma minuciosa revista, Bezler acaba por se mostrar clemente, optando pela misericordiosa expulsão das duas andorinhas que, tenho disto certeza absoluta, não ganharam para o que perderam em líquidos. 
A história do grande cagaço é eloquente sobre muitos equívocos, recomenda-se por isso vivamente e está aqui relatada (The Guardian). 
Aqui há um resumo em português (Observador).

segunda-feira, julho 28, 2014

Aquecimento global e moralidade.



Cientistas (em vez de activistas) falam sobre a fraude do aquecimento global e da imoralidade dos que assumem a superioridade moral em nome de falsos pressupostos ambientais e alarmismos fictícios. Nos últimos segundos o Dr. Fred Singer faz uma previsão que eu já tinha aqui feito também (embora relacionada com a longevidade do IPCC, mas vai dar no mesmo). Daqui a 10 ou 20 anos, toda a gente vai estar a perguntar-se como é que foi possível mentir durante tanto tempo, a tanta gente.

Game of Bloopers

sábado, julho 26, 2014

Isto é que é brutal.



O último andamento da Quadragésima. É melhor que qualquer outra coisa. Até ouvir mais que isto sou crente da fé de Mozart. Sou religioso.

Encore le Tourture.



No momento em que estou a escrever isto, a 101ª edição do Tour de France tem já definida a sua coroa de glória: Vicenzo Nibali é um ciclista prodigioso que não tem culpa nenhuma que Froome e Contador tenham caído da bicicleta abaixo. Pelo que vi, se Froome e Contador não tivessem caído da bicicleta abaixo, o italiano ganhava na mesma. Para validar esta minha opinião especulativa, basta observar os 36 segundos de vídeo que aqui servem perfeitamente como ilustração da 18ºa etapa (Pirinéus). Vicenzo passa por Nieve como se tivesse um motor a gasóleo instalado na bicicleta, para arrecadar a quarta vitória nesta edição. Quem pedala para cima de três ou quatro Turmalets como se na verdade voasse baixinho e ainda por cima mantém aquela calma de super-herói é precisamente o gajo que vai um dia ganhar a volta à França. Glória para ele e ponto final. Parágrafo.
No momento em que estou a escrever isto, há para aí uns 20 segundos que separam 3 rapazes que não são super-heróis como Nibali é um, mas que lutam bravamente por dois lugares no pódium. Pinot e Péraut, que estão a tentar que os franceses se recordem da sensação de ter compatriotas a lutar por um lugar decente na classificação geral, e o inevitável espanhol, Valverde, que seria quarto classificado em condições normais e que vai ser quarto classificado nas condições malucas em que este Tour tem evoluído.
O início em Inglaterra foi fenomenal: três dias, três milhões de pessoas na estrada (!) e duas grandes etapas, disputadas como se não houvesse amanhã, imprevistas, no balanço.
Logo depois de um dia de transição, já em França, também ele bastante movimentado, veio a quinta etapa que tinha 16 curtos quilómetros em pavée normando, lendário piso de paralelepípedo irregular, estreito e com muita terra, que estilhaçou o pelotão completamente. No fim desse dia, a lista de assistências médicas ultrapassou os 40 ciclistas. Curiosamente, a maior parte deles cairam antes dos sectores em pavée, por causa do mau tempo e da alta velocidade e dos nervos. Um dos que caiu para não se levantar mais foi Froome.
Cinco etapas depois e com o Tour ainda virgem de alta montanha, Contador dá, também, o grande malho. Umas poucas etapas mais à frente, Rui Costa, que tinha feito até aqui uma prova sofrível, abandona, por causa de uma bronquite (versão oficial).
Com bronquite ou sem ela, o cabeça de fila da Lampre nunca esteve à altura das expectativas em geral e da ambição da equipa que liderava em particular. Rui Costa foi uma sombra do atleta que é. Mas, mais preocupante ainda, assistimos a uma recessão do atleta que ele pode ser um dia. Convém recordar que Rui Costa tem ainda a possibilidade de competir uns bons 8 anos ao mais alto nível, porque os vencedores das voltas com três semanas de duração - Giro, Tour e Vuelta - encontram a sua média etária entre os 26 e os 35 anos. O Rui tem 27. Mas a Lampre não é uma equipa promissora (Horner, o americano que deveria proteger Rui Costa e único ciclista de topo na equipa, para além do seu líder, correu muitas etapas como um free lancer) e o campeão do mundo assinou até 2016. Esta é uma fase decisiva na carreira do Rui. Pode dar para a glória. Pode dar para o esquecimento. Tudo vai depender de como o atleta reage à humilhação e de como a equipa o vai proteger. Ou queimar.
O resto do Tour foi uma estória de espanto e oportunidade, porque de repente os dois principais favoritos (e, já agora, o campeão do mundo) estavam fora da corrida e tudo seria, assim, possível. Isto e mais um dia lindo de Tiago Machado, seguido por um dia horrível de Tiago Machado, seguido pela incrível durabilidade-duracell de Péraut (37 anos de idade, seis como profissional de ciclismo de estrada), a magnífica performance em alta montanha do polaco Majca e, claro, o domínio absoluto, total, esmagador e descontraído do monarca Vicenzo I.
Contas feitas: foi mais um Tour verdadeiramente  e s p e c t a c u l a r .

sexta-feira, julho 25, 2014

Zero must equals one hundred per cent.


The Zero Theorem | Dir. Terry Gilliam

A vida é um vírus que impede a morte de reinar absoluta. E todo o cosmos é apenas um glitch - caos que se dirige para o fim. Para o nada. Logo, o zero terá que equivaler a cem por cento. Nunca os delírios de Terry Gilliam o tinham levado tão para dentro da condição humana, numa espécie de existencialismo cósmico em formato sci-fi-épico-pitoresco-kafkiano que deriva directamente dos conflitos filosóficos de The Meaning Of Life (1983) e dos pressupostos estéticos de Brazil (1985). Aos setenta e quatro anos, Gilliam filma com um frenesim angustiado que nem mesmo o humor pythoniano parece redimir. E agarra-se desesperadamente à cenografia operática para disfarçar a inquietude.
Uma fita que deixa um género de comichão na nuca. Para ver e rever.


terça-feira, julho 22, 2014

Antínoo em Delfos






























POR SUSANA BAPTISTA

A propósito do desafio para celebrar uma década de vida do Blogville, ocorre-me uma experiência única de vida. Uma das viagens da minha vida.
Ao fundo de um longo corredor uma sala rectangular, fechada, sem luz natural. Uma única estátua.
Os meus dezasseis anos foram esmagados com tanta beleza, perfeição; com a emoção de uma estória de amor; com a incredulidade de como um dos mais aguerridos imperadores “cedeu” perante a beleza física. Nenhum visitante falava, quase nem respirava. O esmagamento era avassalador.

Esta descoberta de vida acontece numa etapa da viagem Lisboa-Grécia-Delfos-bebamos a cultura grega-Lisboa, no Museu Arqueológico de Delfos, nas encostas do Monte Parnaso, no Templo de Apolo.

É considerada uma das mais belas estátuas alguma vez esculpidas. A perfeição foi incutida pelo escultor grego a quem o amante destroçado encomendou o “endeusamento” em pedra do jovem Antínoo.
Começava aqui a deificação de Antínoo. Estátuas, templos, cidades, foram erigidos em sua honra; até uma constelação foi nomeada em sua homenagem; tudo serviu para celebrar este amor eterno.
As referências literárias perduraram no tempo. Marguerite Yourcenar e Fernando Pessoa não resistiram à tentação; felizmente para nós meros mortais.


It rained outside right into Hadrian's soul.

The boy lay dead
On the low couch, on whose denuded whole,
To Hadrian's eyes, that at their seeing bled,
The shadowy light of Death's eclipse was shed.

The boy lay dead and the day seemed a night
Outside. The rain fell like a sick affright
Of Nature at her work in killing him.
Through the mind's galleries of their past delight
The very light of memory was dim.

O hands that clasped erewhile Hadrian's warm hands,
That now found them but cold!
O hair bound erstwhile with the pressing bands!
O eyes too diffidently bold!
O bare female male-body like
A god that dawns into humanity!
O lips whose opening redness erst could strike
Lust's seats with a soiled art's variety!
O fingers skilled in things not to be named!
O tongue which, counter-tongued, the throbbed brows flamed!
O glory of a wrong lust pillowed on
Raged conciousness's spilled suspension!
These things are things that now must be no more.
The rain is silent, and the Emperor
Sinks by the couch. His grief is like a rage,
For the gods take away the life they give
And spoil the beauty they made live.
He weeps and knows that every future age
Is staring at him out of the to-be.
His love is on a universal stage.
A thousand unborn eyes weep with his misery.
(…)


Antinous (1918) - F. Pessoa


segunda-feira, julho 14, 2014

Retificando Gary Lineker.

O futebol é um jogo simples. 22 homens perseguem uma bola durante 90 minutos. Ninguém joga nada. E no fim ganha a Alemanha.

segunda-feira, julho 07, 2014

Cinco razões para gostar cada vez menos de futebol.








1 - Os orgão dirigentes. 
Não quero estar sempre a bater no ceguinho, mas o futebol tem o problema grave de ser superiormente dirigido por organizações infames, decadentes e disfuncionais. A FIFA bate o recorde da vilania, mas tanto as delegações continentais como as federações associadas não destoam na obscenidade. Quem em Portugal tem um mínimo de consideração ou simpatia pela Federação Portuguesa de Futebol?
O último acto caricato da FIFA resulta de uma presunção inimaginável: a redução dos hinos nacionais a um canône de duração no tempo. A legitimidade que esta associação criminosa tem para intervir na partitura de cada nação é nenhuma, claro. Mas a decisão é bem reveladora do carácter fascistóide da instituição.

2 - A desgraça sob pressão. 
Ao contrário de muitos outros desportos profissionais, a qualidade do espectáculo futebolístico tende a decair com o aumento da responsabilidade das partidas e do respectivo aumento de pressão sobre os jogadores e o quadro técnico das equipas. O exemplo flagrante é o deste mundial, onde assistimos a bons espectáculos na fase de grupos, mas logo que a competição começou a aquecer, ficamos 90 minutos à espera que aconteça qualquer coisa, e mais 20 minutos num aborrecimento até que tudo se resolve nos penaltis.
Seria impensável na NBA ou na NFL que os playoffs fossem pior jogados e menos espectaculares do que as épocas regulares. Até porque isso trairia as expectativas das audiências. E os desportos profissionais existem, ou deveriam existir, precisamente para transcender as expectativas das audiências.

3 - Os protagonistas.
O protótipo do ídolo do desporto rei é um mercenário egomaníaco meio amaricado com um corte de cabelo esquizofrénico e a educação de um órfão largado na selva. Durante o jogo preocupa-se basicamente com o penteado, com a namorada na bancada e com a possibilidade de enganar a equipa de arbitragem. E não, não tem que ser latino. Os grandes malcriados podem ser vampiros do Uruguai ou brutos da Holanda, génios argentinos ou maestros alemães, marginais ingleses ou bandidos do Senegal. São, na sua maior parte, diletantes, arrogantes, vaidosos, invejosos, matreiros, quizilentos, ordinários e intratáveis. E quanto mais sobem na escala do estrelato, mais ordinários e intratáveis ficam e é por isso que, regra geral, ser treinador de equipas galácticas é um emprego bastante volátil.
Em cada profissional da bola vive a nemesis de um jogador de Rugby, o mais civilizado, integro e cortês desporto já inventado (às vezes, para melhorar a minha disposição, entretenho-me a imaginar o Miguel Veloso num treino da selecção neo-zelandesa).
Ainda por cima, o futebolista acha que a sua performance profissional se esgota nos jogos e nos treinos. Não entende que tem que ser também um comunicador minimamente competente. Abre excepções para a milionária actividade publicitária, mas as relações com a imprensa  são vistas como uma obrigação a que não devia ser sujeito. É algo a que é obrigado, mas que não define a sua qualidade como intérprete do jogo. Isto é um erro crasso e é por isso que a qualidade do discurso mediático é sempre muito má, tanto em termos sintáticos como semânticos. Os comentários dos jogadores - e dos treinadores - são fórmulas decoradas e estafadas para uma mão cheia de situações possíveis. Não há um vestígio de imaginação ou irreverência ou brio profissional. Ora, convido-vos a escutarem as declarações dos ciclistas recolhidas pela Eurosport antes da partida para cada etapa do Tour. Estrelas da dimensão de Valverde ou Froom aceitam a tarefa com cortesia, espírito e respeito pelas audiências, tentando sempre sair da banalidade e do lugar comum. Isto já para não falar outra vez dos desportos profissionais americanos, em que o atleta sabe bem que a conferência de imprensa faz parte do seu âmbito profissional e é também avaliado pela sua prestação na dimensão mediática e, assim, comporta-se de acordo com altos níveis de exigência. Nunca é uma chatice ouvir Lebron James ou Greg Popovich, apesar do carismático treinador dos San Antonio Spurs, actuais campeões da NBA, ter a reputação de ser um homem de poucas palavras.

4 - Os comentadores. 
Em Portugal, talvez por causa do sucesso de Mourinho, a imprensa decidiu que o futebol é um desporto eminentemente táctico. Ora, eu não quero ser um chato, mas o futebol não é, nem deve ser nada disso. Pelo contrário. O futebol é uma espécie de droga dura porque é uma modalidade de grande exuberância estética, tem regras simples, depende imenso do esforço colectivo (de entre as principais modalidades de realização colectiva é das que exige um maior número de jogadores por equipa) e, apesar de ser de difícil execução técnica (é jogado com os pés), pode ser interpretado por toda a gente que tenha duas pernas. É muito fácil a um simples mortal identificar-se com o seu Deus de eleição quando este cruza a bola para a área.
O futebol é estamina. É determinação. É jeitinho. É harmonia. Não é 4-4-2 para fazer campo pequeno e diminuir o espaço entre as linhas e 4-3-3 para fazer campo grande e dar mais largura ao ataque. Quero que se foda o campo grande e o campo pequeno. Quero é ver o James Rodriguez marcar aquele golaço contra o Uruguai!
Hoje em dia, ouvir os comentadores a falar sobre um jogo de bola é tão aborrecido como um seminário sobre o diagnóstico e o tratamento da lombalgia em atletas de alta competição na Faculdade de Ciências do Desporto. Dissecam o jogo de tal forma, reduzem-no de tal maneira aos aspectos técnicos (científicos!) e às vertentes racionais, que não sobra tempo de antena nenhum para a glória, a paixão, a arte e a transcendência do futebol.
Recorro de novo ao bom exemplo dos desportos profissionais nos Estados Unidos: o relato e o comentário de um jogo de futebol americano é, invariavelmente, de uma qualidade que está a anos-luz do que conseguimos ter em Portugal. Os jornalistas são articulados e espirituosos, sábios e carismáticos. Têm um conhecimento profundo das virtudes do jogo e estão apaixonados por ele. E atenção: o futebol americano - esse sim - é um desporto muitíssimo complicado, super táctico, super cifrado, com regras extensas e complexas, dados estatísticos intermináveis, equipas técnicas vastas e altamente especializadas; interpretado por super-homens de dois metros e cento e trinta quilos que fazem os cem metros em menos de dez segundos. Nem todo o americano serve para aquilo mas não é preciso jogar o jogo para amá-lo, porque existem uns tipos muito qualificados para explicar a coisa e espalhar o amor.
Cada vez que oiço o Bruno Prata, fico a gostar um bocadinho menos de futebol.

5 - A arbitragem. 
Uma das marcas negras deste Mundial, a arbitragem está para o futebol como a justiça militar está para a justiça. Não se percebe como é que vão passando as décadas e nada de significativo se faz para substituir o erro humano (e a corrupção, também), por uma merda de um sistema tecnológico que salvaguarde a verdade desportiva.
O sistema da linha de golo inaugurado no Brasil é bem vindo, mas é tardio e há muito mais a fazer (da monitorização electrónica dos fora-de-jogo à verificação dos lances na grande área por monitor televisivo, etc., etc.). A única desculpa aceitável para não melhorar o juízo do jogo seria a de não existirem soluções tecnológicas. Mas estas existem, de forma abundante e barata, desde os anos 80 do século passado.

quinta-feira, julho 03, 2014

Vem aí algo melhor, muito melhor, que o Campeonato do Mundo de Futebol.



E para nós portugueses, com dois argumentos higiénicos: o Tour é uma competição desportiva ao mais alto nível que não contribui nadinha para enquiquecer o suíno Oliveirinha e onde podemos ver um português brilhar (pelo menos é o que tem acontecido nas últimas edições).

Um cancro na barriga da besta.

"Este Parlamento Europeu é a criação dos perdedores da II Guerra Mundial."
"Nós temos a mente aberta, nós acreditamos em beber, em fumar, em diversão. Não vamos é aceitar que os socialistas nos digam o que é que devemos comer ao pequeno almoço. O Partido Trabalhista é que é de direita. Eles é que dizem para ter cuidado com o colesterol, que devemos fazer jogging, que não devemos fumar. Nós dizemos: Queres beber? À vontade, todos vamos encontrar o nosso caminho para o Inferno."
"Eu chamo-lhes os fascistas da igualdade. Para eles, temos todos de ser iguais. O casamento (de homossexuais) vai contra as pessoas que têm fé. Porque é que havemos de nos meter nisso? Eu concordo completamente com as uniões de facto para pessoas do mesmo sexo, lutei por isso a minha vida toda. Toda a gente gostava disso e estava satisfeita. Até este sítio (O Parlamento Europeu) ter a ideia dos casamentos. Isto leva a uma regressão nos direitos dos homossexuais porque vimos o que aconteceu em França quando quiseram aprovar o casamento e a adoção. Paris tem sido rumo de muitos homossexuais ingleses porque eles são tolerantes e agora estes nazis da igualdade conseguiram ter quase um milhão de pessoas nas ruas contra os homossexuais. Se eu quero que as pessoas respeitem a minha homossexualidade, eu tenho de respeitar a sua fé."
"Este homem (Durão Barroso) é um maoísta, é um idiota. Está aqui sentado confortavelmente, a sugar os impostos dos europeus. Ele vai levar à revolução na Europa porque ele só diz lixo e as pessoas estão fartas dele. As revoluções também acontecem na Europa e está a ver-se, por exemplo, em Espanha o desagrado das pessoas para com a monarquia. Juan Carlos foi um herói, lutou contra o fascismo. Há governos na Europa que mudam como eu mudo de roupa interior e não nos vamos esquecer dos países que até há 20 anos eram comunistas – eles matavam pessoas. A Alemanha também foi comunista e Merkel veio da Alemanha Oriental e agora manda na Europa. Eu não quero que o meu país seja governado por comunistas."
Este saboroso conjunto de citações foi retirado de uma magnífica entrevista que David Coburn, eleito pelo UKIP para o Parlamento Europeu, deu ao Observador, e que recomendo vivamente. Há anos que digo que existe espaço eleitoral na Europa para este tipo de discurso desassombrado e genuíno. Não estou de acordo com tudo o que diz Coburn, mas no que tem a ver com a componente fascistóide da União Europeia, por exemplo, subscrevo integralmente as suas palavras. E uma coisa é certa: o UKIP é o partido mais divertido - e corajoso - do Século XXI.