sexta-feira, abril 29, 2016

Marte numa voltinha.



O Curiosity tirou os bonecos e a NASA fez a composição de 360º.
Às vezes, o engenho humana tem muita pinta. Para ver em full screen e em 4K.

Mas-que-malha.



 Beat Connection . Another Go Round

Não consigo parar de trautear esta música. Não me sai da cabeça. Não me sai da pele nem dos pés, nem do ritmo da vida. Estou agarrado.

quinta-feira, abril 28, 2016

Trabalho é Cognac.


Na boa companhia do João Lagido e do Rui Canas, estou por estes dias alegremente subjugado à carga de trabalhos de levantar um estúdio de comunicação num recanto sossegado de Telheiras. Vou dando notícias do projecto aqui no blog e na página facebook da marca. Desejem-me sorte.

terça-feira, abril 19, 2016

Beat do momento.



Beat Connection . So Good

Esta música está destinada a fazer subir o botão do volume. Ouvi-la baixinho é trair o espírito da coisa. Depois, no elevador, peça desculpa ao vizinho.

segunda-feira, abril 18, 2016

Impedimento: tchau querida.



Já está. Ao Deputado Bruno Araújo, do PSDB de Pernambuco, saiu a sorte grande de jurar o sim que garante o início do processo de impeachment da presidenta Dilma (em brasileiro). O homem cumpre o seu voto com eloquência e emoção e leva a Câmara ao delírio. A casa não vibraria mais com um golo do escrete na final de um mundial de futebol.
Há qualquer coisa de animalesco e caótico na democracia brasileira que exerce um fascínio difícil de contornar. Nem que seja porque é muito divertida de ver em acção.
E até que o Brasil se veja livre de Dilma teremos muitos episódios, tão ou mais recambulescos do que este, para apreciar.
Viva a República.

Impedimento: Wladimir, o profissional.



O deputado Wladimir Costa leva a coisa a sério e traz adereços para dar ao espectáculo a sua devida dimensão circense.
Isto é ou não é um produto televisivo de excelência?

Impedimento: os valores herdados.

Muitos deputados falam, com indisfarçável orgulho, dos valores que os seus pais lhes incutiram. Ora, considerando que destes 517 deputados, há mais de 130 metidos em grandes e graves problemas com a justiça, não se percebe bem a vaidade. Das duas uma: ou os pais destes senhores não foram efectivos na educação que deram aos filhos ou estavam bastante equivocados sobre o conjunto de valores que é aceitável pela lei e pelos bons costumes.

Impedimento: poesia, revolução e netos.

Há deputados que manifestam o seu voto em verso. Outros prometem a revolução do proleteriado com a veemência que envergonharia Lenine. Mas sempre em nome dos filhos e dos netos, claro. A câmara dos deputados está repleta de avôs enternecedores.

Impedimento: o Irmão Lázaro e a soberba.



O Irmão Lázaro (estrela da música gospel e deputado federal), jura o seu voto:
 - "É preciso muita soberba para abrir rombos bilionários nos cofres públicos e achar que não vai acontecer nada. É muita soberba. (...) E a soberba precede a queda."
Convenhamos, a política assim é encantadora.

Impedimento: pura comédia.



Estou a seguir, no livefeed da Folha de S. Paulo, a votação do Impeachment, na Câmara dos Deputados da república federal do Brasil. É das coisas mais cómicas que podes imaginar, gentil leitor.
Os deputados manifestam publicamente o voto evocando os seus filhos, os seus netos, as mulheres e as sogras. Rebolam-se, durante este breve e espalhafatoso momento de prime time, num exercício acrobático de egotismos emocionados, acusações vibrantes e histriónicas declarações de paixão patriótica. No momento da expressão do voto, estão literalmente cercados por outros deputados que gritam apupos e apoios, mostram cartazes, vociferam ameaças, pressionam, apressam, demoram, aviltam. É o bordel, na sua mais espectacular plenitude. Espero sinceramente que isto dê em porrada.

segunda-feira, abril 11, 2016

Para o que lhes havia de dar.



Os meus queridos amigos errantes tiveram a ideia tresloucada de passarem 15 dias entre o Vietname e o Cambodja. Há gente para tudo e estes dois, que até são umas pessoas que dão bom nome à raça humana, têm tanto direito a ensandecer como qualquer mortal. A vantagem, para mim, é que regressam sempre com uns vídeos muita giros para eu publicar alegremente aqui no blog.

quinta-feira, abril 07, 2016

Elogio da bengalada.

Sinceramente, não percebo qual é o mal das pessoas resolverem os seus problemas à bofetada. Inclusivamente ministros: um ministro não tem culpa de ser ministro no mesmo sentido em que um idiota é inocente da sua condição, e deve usufruir dos mesmos direitos que as pessoas normais. Qual é o escândalo do Ministro da Cultura querer dar uns tabefes neste ou naquele? Bem vistas as coisas, a violência física é um problem solver milenar e de eficácia assegurada. Um estaladão é higiénico, honesto, rápido e eloquente sem ser retórico. É uma excelente ferramenta política.

Quando muito podemos talvez aconselhar João Soares a evitar o anúncio da porrada, na medida em prepara antecipadamente o adversário para o combate. Este último, avisado, pode muito bem munir-se de uma boa e queirosiana bengala de cabo de aço e escangalhar o ajuste de contas do ministro, bem como algumas áreas estrategicamente seleccionadas do seu magnífico corpo. 

Não há muito tempo atrás, as elites europeias resolviam as suas desavenças em duelo. Era um outro método deontologicamente correcto e, acima de tudo, definitivo. Depois de se envolverem num cavalheiresco tiroteio, os honoráveis adversários não voltavam, regra geral, à mesma teima. Até porque, de vez em quando, um dos teimosos ficava logo ali mudo e frio para toda a eternidade. Ora, se este ritual permaneceu vivo e recomendável durante uns séculos, porque raio é que a bofetada agora cria alergias a tanta gente?

A pancadaria é o mais antigo, o mais usado e o mais útil instrumento da civilização.

De resto, parece-me excelente que as soberanas questões da cultura nacional (e outras, muitas) sejam resolvidas desta forma limpinha. Afinal, digam-me: conhecem uma melhor solução para o João Soares do que um enxerto de porrada à antiga?

É que eu não estou a ver outro remédio.

segunda-feira, abril 04, 2016

O dinheiro, essa igreja universal.

Há, na história dos homens, apenas um elo sagrado que os une a todos: a ganância.
O dinheiro é a única religião, o singular valor absoluto que transcende todas as discórdias e que reúne no mesmo altar crentes e ateus, muçulmanos e cristãos, revolucionários e conservadores, gregos e troianos, castelhanos e catalães, argentinos e brasileiros, judeus e palestinianos, indianos e paquistaneses, flamengos e valões, russos e polacos, alemães e franceses, islandeses e suecos, albaneses e italianos, sérvios e turcos, russos e ucranianos, coreanos do norte e do sul, vilões e heróis, profissionais de golfe e amadores de futebol de salão, pretos e brancos, homens e mulheres, índios e cowboys, polícias e ladrões, juízes e criminosos, patrões e operários, ministros e funcionários, políticos e jornalistas, sindicatos e empresas, ambientalistas e industriais, professores e alunos, associações desportivas e organizações humanitárias: enfim, não há conflito sem resolução, não há inimizade sem cura, não há guerra que não seja aplacada pela paz dos milhões.
Os papéis do Panamá não dizem nada de novo. Qualquer pessoa que tenha lido um único livro de história na vida, sabe muito bem que as coisas são como são. O que surpreende é o tom escandalizado da imprensa. Nesta fuga de informação, há de certeza gente que detém capital em orgãos de comunicação social. De certa forma, hoje em dia, todo o grande capital é sujo. Mas, se não houvesse capital sujo, não havia imprensa, porque, de uma forma geral, o negócio das notícias dá prejuízo e, por isso, a única forma de capitalizar estas empresas cronicamente deficitárias é aproveitá-las para lavar a sujidade que todo o dinheiro traz consigo.
Aliás, nos tempos que correm, parece que todos os negócios dão prejuízo. Até o petróleo dá prejuízo. Até a indústria do armamento dá prejuízo. Os únicos negócios que não dão prejuízo são o da fuga ao fisco (em grande escala, porque a pequena evasão fiscal também está pela hora da morte) e o da corrupção (a generalizada, porque a ocasional não tem futuro).
O mundo todo é um Brasil enorme ou um imenso Portugal. Todos estamos metidos até ao pescoço na mesma lama da ganância e da mais absoluta ausência de princípios. Não somos do Benfica ou do Sporting. Não somos de esquerda ou de direita. Não somos da mesquita ou da paróquia. Não somos de Platão ou de Aristóteles. Somos todos, em uníssono, do clube do cifrão. Ámen.



Pink Floyd . Money

domingo, abril 03, 2016

Mais vale tarde.

Estou a reagir ao facto demasiado tarde, mas tenho que dizer o que penso na mesma: a rejeição pelo parlamento do voto de condenação à prisão dos 17 activistas em Angola é simplesmente nojenta. Do PCP tudo se espera. Mas ver CDS e PSD neste papel infame é realmente penoso. Penoso ainda por cima porque a miserável posição que foi tomada só tem a ver com a salvaguarda dos negócios entre os grandes escritórios de advogados portugueses (cujos sócios infestam as bancadas da Assembleia da República) e o Estado Angolano.

Triste, cobarde, disfuncional, imoral, gananciosa Terceira República.

Pura e dura censura.

A Casa Branca ensandeceu de vez. Agora censuram até as declarações de chefes de estado. No caso, o infeliz Hollande teve a ousadia de dizer em Washington estas duas palavras que, quando juntas, são tabu para Obama: terrorismo islamita. Pressurosos e diligentes, os funcionários da administração americana logo calaram o Presidente francês (tradução e pista de áudio, para não haver confusões). Reparem bem no escândalo que é vídeo oficial da Casa Branca (o corte dá-se ao minuto 4'50"):



O que disse Hollande e o que foi censurado (a bold):

... but we’re also well aware that the roots of terrorism, islamist terrorism, is in Syria and in Iraq. We therefore have to act both in Syria and in Iraq, and this is what we're doing within the framework of the coalition.  And we note that Daesh is losing ground thanks to the strikes we’ve been able to launch with the coalition...

Só visto. Se fosse eu a contar, ninguém acreditava, claro.
A notícia toda está aqui. Leiam-na.

sábado, abril 02, 2016

Um Pinóquio na Casa Branca.



Barak Obama é um incansável mentiroso. Mente com quantos dentes tem e em todas as oportunidades que lhe são dadas. É muito simples: se não está a mentir, está a dormir. Eis aqui um breve apanhado do seu reportório de falsidades.

Political Fact
. Meias verdades
. Afirmações maioritariamente falsas.
. Afirmações completamente falsas.
. Afirmações escandalosamente falsas.

The Washigton Post 
. Afirmações falsas de Barak Obama.

Politico
. Obama, o grande hipócrita.

Freedom Outpost
. 1063 mentiras documentadas.

Breitbart
. 10 maiores mentiras no discurso sobre o Estado da Nação 2106.

The Political Insider
. Reacção do Pentágono às mentiras de Obama.

Young conservatives
. 68 mentiras gordas.

Fox News
. 11 mentiras num discurso apenas.

The Horn Newss
. As mentiras sobre o atentado de San Bernardino.

Glenn Beck destrói a falsa biografia de Barak Obama:

sexta-feira, abril 01, 2016

Era completamente capaz de me suicidar, agora.

Eutanásia para aqui, eutanásia para ali, mas
ninguém fala das pessoas que não estão terminalmente doentes e que,
mesmo assim,
gostariam bastante de morrer.

E ainda bem que ninguém fala disso.
Imaginem o Paulo Hasse Paixão na capa da Caras a dizer:
Quero morrer mas não tenho coragem.

Que infinita desgraça.

A felicidade aqui é a de ninguém ter interesse no interesse de morte
do Paulo Hasse Paixão.

Morrer deve ser das coisas mais bonitas que a vida tem.
Só que, para morrer limpinho, em batalha contra os outros ou em batalha contra nós próprios,
é preciso ter uns tomates do catano.

E os meus tomates não são tão grandes como a minha vontade de fim.
Nem pouco mais ou menos.
E não há guerras no mundo que aguentem um tipo de 49 anos e que nunca fez tropa.

Quem tiver por aí uma pistola que queira vender a preço módico
(é necessária apenas uma bala),
Por favor queira contactar o autor deste texto pelo email:
hassepaixao@yahoo.com

Muito e muito obrigado.