domingo, junho 19, 2016

Albânia: um Portugal inverso.


Não vi os dois jogos da Selecção Nacional e, pelos vistos, fiz bem.
Vi, até agora, apenas três jogos do Europeu, pela simples razão de que acho o futebol - como é jogado hoje - um aborrecimento tremendo.
Mas o último jogo desses três que vi foi bom de ver, e estou a referir-me, por incrível que pareça, ao encontro que opôs hoje a Roménia e a Albânia. A Roménia é uma selecção muito fraquinha, convenhamos, e ninguém pode dizer que a Albânia é uma excelente equipa de futebol. Porém, há uma inocência na interpretação da modalidade por parte dos albaneses, há um querer tão grande, uma vontade de transcendência tão incendiária, uma ingenuidade tão maravilhosa, que é impossível a uma pessoa de senso evitar apaixonar-se por estes rapazes e pelos ruidosos milhares de concidadãos que estavam presentes no Stade des Lumières.
Na segunda parte, a química entre os albaneses e a sua selecção atingiu níveis poltergeist e foi mesmo emocionante ver como a equipa estendia o esforço hercúleo em função da intensidade quase histérica do seu público.
Se este europeu de futebol tivesse mais equipas como a Albânia e menos aglomerados humanos como aqueles que são treinados por Fernando Santos, eu talvez visse mais jogos.
Se este europeu contasse com mais ilustres desconhecidos como Armando Sadiku e menos "cidadãos do mundo" como Cristiano Ronaldo, eu era capaz de sintonizar com outra frequência a porcaria da RTP.
Assim sendo, prefiro ver o Stephen Curry falhar lançamentos de 3 pontos (o que é raro).