terça-feira, outubro 02, 2018
Haikus da Baía #04
Não há borbulha que sobreviva
a um mês de sol.
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Mesmo quando a guerra não estala,
a paz é efémera.
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Um dia mais fresco.
É o verão que se despede
ou Deus que ligou
o ar condicionado?
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A minha cabeça não para.
Principalmente quando decido
tirar férias dela.
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Preciso de ser racional.
Mas prefiro a emoção
deste fim de tarde.
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O que distingue o Sapiens
dos outros bichos:
percebemos que há música
entre o ruído do mundo.
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Um haiku por dia
explica a gramática da Baía.
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A cólera transforma o homem
como o sol poente incendeia a paisagem.
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Uma garrafa de scotch meio vazia
tem esta virtude:
o bom senso do sono.
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Regresso à cidade.
Depois do sossego da baía,
as avenidas aos gritos.