sexta-feira, setembro 18, 2020

Soneto da Praia da Armona.



A ilha-língua estende-se em pitagórica bissectriz
Sobre os limites do horizonte e a orla do oceano.
O universo abre via verde e sorri solarengo o céu sano
Que mostra a sua virtude, longitude e matriz.

Faz uma tarde perfeita e na esplanada-imperatriz
Ameijoas e vinhos saúdam o queijo e a azeitona.
Erguem-se bravos os copos entre as dunas da Armona
E corremos atrás do barco que abordamos por um triz.

A ria vibra, a vida brilha, o sol perdura
e a dada altura levanta-se um sapiens que diz:
Até o caixote do lixo está feliz.

Percorremos livres o Portugal pequeno
de seno a cosseno e na tangente o sobrinho diz:
Até o caixote do lixo está feliz.