domingo, julho 06, 2025

ContraCantigas #06: Código Postal

 

Sonho com deuses astronautas que me elevem como maestros sem pautas 
à boleia de um opiário sideral. 
Não me importa o destino nem distâncias meço, sobre o improvável regresso 
ao planetário natal. 
Não quero saber das saudades: num cosmos de profundidades 
hei-de encontrar Portugal. 

Rumo ao abismo astral 
p’ra encontrar Portugal. 
Vai ser a bem ou a mal, 
mas hei-de encontrar Portugal. 

Anseio por batalhar corsários facínoras e lagartos indígenas 
em fúria paranormal; 
divindades que reinam sobre infindades como imperadores e majestades, 
ou arcanjos do mal. 
Não temo monstros nem tempestades, no fim das probabilidades 
hei-de encontrar Portugal. 

Rumo ao abismo astral 
p’ra encontrar Portugal. 
Neste país está-se mal, 
mas hei-de encontrar Portugal. 

Sacrifico-me às piores torturas, à agonia das imponderabilidades 
e ao esquecimento final; 
quero partir foguetão, com tonturas, vertigens e fatalidades 
da inércia astral! 
E não me falem em saudades: entre mil localidades 
hei-de encontrar Portugal. 

Rumo ao abismo astral, 
neste país está-se mal, 
vai ser a bem ou a mal, 
mas hei-de encontrar Portugal. 

Hei-de encontrar Portugal. 
Hei-de encontrar Portugal. 
Hei-de encontrar Portugal. 
Hei-de encontrar Portugal.