sexta-feira, abril 24, 2020

Como funciona o teste do Covid 19: um escândalo de que ninguém fala.

Num artigo genial publicado no Uncover DC, que um querido amigo partilhou comigo, Celia Farber expõe, como fracturas aberrantes, vários síndromas civilizacionais, entre a política e a ciência, que vêm a propósito do Covid-19.  No momento central do artigo, ficamos a saber que a validade do teste de diagnóstico do C-19 é praticamente nenhuma, por muitas razões mas especialmente por esta: o critério de decisão entre um teste negativo ou positivo é completamente arbitrário, de tal forma que pode variar de laboratório para laboratório, de cidade para cidade, de país para país.

Recomendo a leitura do artigo, claro, mas se não tiverem paciência, reparem pelo menos neste absurdo:

"The first thing to know is that the test is not binary. In fact, I don’t think there are any tests for infectious disease that are positive or negative.
 
What they do is they take some kind of a continuum and they arbitrarily say this point is the difference between positive and negative.

PCR is really a manufacturing technique, (...) you start with a small amount of DNA and on each cycle the amount doubles, which doesn’t sound like that much, but if you double it 30 times, you get approximately a billion times more material than you started with. So as a manufacturing technique, it’s great. What they do is they attach a fluorescent molecule to the DNA as they produce it.  You shine a light at one wavelength, and you get a response, you get light sent back at a different wavelength. So, they measure the amount of light that comes back and that’s their surrogate for how much DNA there is. (...) Basically, there’s a certain number of cycles. 

In one paper I found 37 cycles. If you didn’t get enough fluorescence by 37 cycles, you are considered negative. In another, paper, the cutoff was 36. Thirty-seven to 40 were considered “indeterminate.” And if you got in that range, then you did more testing. I’ve only seen two papers that described what the limit was. So, it’s quite possible that different hospitals, different States, Canada versus the US, Italy versus France are all using different cutoff sensitivity standards of the Covid test. So, if you cut off at 20, everybody would be negative. If you cut off a 50, you might have everybody positive.”

David Crowe . Canadian researcher, with a degree in biology and mathematics, host of The Infectious Myth podcast, and President of the think-tank Rethinking AIDS

quinta-feira, abril 23, 2020

Marcha da morte.

Sometimes it's hard to believe that Rachmaninoff was only 18 when he composed this piece. For those that don't know the story behind it: it is said that Rachmaninoff had a dream where he was at a funeral, and in the distance was a coffin. At 1:24 begins walking towards it, faster and faster. At 2:09 he opens it and... finds himself inside.
Rousseau

quarta-feira, abril 22, 2020

15 minutos para a posteridade.

O filme dos últimos 15 minutos da alunagem da Apolo 11 é indescritivelmente belo. A complexidade de instruções e indicações entre os astronautas e Houston, a quantidade de variáveis a dominar em tempo real, o risco enorme e a pressão emocional decorrente da natureza pioneira da missão, contrastam loucamente com a incrível calma dos protagonistas e com a precisão técnica da operação.
Porque às tantas se percebe que o computador falha na determinação do local de aterragem, escolhendo uma zona muito irregular, Armstrong vê-se obrigado a activar o modo manual, quando tem pouco mais de um minuto para concluir a manobra. Com espantoso sangue frio, conduz o módulo lunar com mestria até uma área mais propícia e quando finalmente termina a gloriosa descida, sobram apenas 17 segundos de combustível. O contacto com a superfície é suave e tudo está bem. Houston respira fundo: a Águia aterrou.



Esta magnífica sequência, que tem um carácter quase arqueológico, quase sagrado, não pode ser mais épica. Não pode ser mais inspiradora. Não pode ser mais bela. Não pode ser mais eloquente sobre o génio humano. Ainda assim, o post no Youtube apresenta cerca de mil dislikes contra 20.000 likes. Podemos extrapolar desta pequena mas significativa amostra que em cada 20 seres humanos há um atrasado mental. O problema é que se pensarmos que vivem 7,7 biliões de pessoas neste planeta, chegamos à conclusão que há pelo menos uns 35 mil milhões de atrasados mentais a complicar a existência. Convenhamos, é muito atrasado mental. Por sorte, nenhum deve ter infectado a missão da Apolo 11.

terça-feira, abril 21, 2020

Bom Deus, que canção fabulosa.

Compor e interpretar uma ode assim, não é para todos. Só algumas bandas, muito poucas, conseguem chegar a este patamar lírico. E mesmo nesses casos, só lá muito de vez em quando. A Obra Prima é rara e de difícil parto. Felizmente.



Up on his horse, up on his horse
Not gonna wake up here anymore
Listen one time, it's not the truth
It's just the story I tell to you
Easy to say, easy to do
But it's not easy, well maybe for you
Hope that you find it, hope that it's good
Hope that you read it, think that you should
Cuts you some slack as he sits back
Sizes you up, plans his attack
 

Da-da-da
Drums please, Fab

And I got it all, I got it all
Waitin' for me down on the street
But now you gotta do somethin' special for me
I'm gonna say what's on my mind
Then I'll walk out, then I'll feel fine

Yeah, I'm under his thumb, I'm on his back
I will not show my teeth too quick
I needed you there, I needed you there
But I didn't know, I didn't know

Go alone
I'll go alone
We'll go alone
I'll go alone

Back from his trip, he's at the door
When he gets back, he's on the phone
Innocent eye, innocent heart
No, it's not wrong, but it's not right
Innocent time, out on his own
Not gonna do that, fuck, I'm out of control
I was just bored, playin' the guitar
Learned all your tricks, wasn't too hard

It's the last one now, I can promise you that
I'm gonna find out the truth when I get back

Gone now are the old times
Forgotten, time to hold on the railing
The Rubik's Cube isn't solving for us
Old friends, long forgotten
The old ways at the bottom of
The ocean now has swallowed
The only thing that's left is us
So pardon the silence that you're hearing
It's turnin' into a deafening, painful, shameful roar


The Strokes . Ode To The Mets

domingo, abril 19, 2020

André Dias: um testemunho central sobre o Covid-19.


"A pressão normalizadora que existe (sobre o Covid-19) é absolutamente dantesca".
André Dias . 11/04/20

Por esta altura já muita gente conhece a entrevista que André Dias, o jovem doutorado em Modelação de Doenças Pulmonares pela Universidade de Tromso, na Noruega, concedeu à QI News, sobre o Covid-19 e as medidas de quarentena que estão a ser implementadas por todo o mundo, pelo que não estou a dar novidade nenhuma.
É importante frisar que André Dias não é um epidemiologista, embora a sua área de doutoramento lhe tenha proporcionado vários anos de conhecimento teórico e prático nesta disciplina. Pelo que consegui perceber, a sua área de especialização relaciona-se com ciências computacionais ligadas à investigação médica. Não tenho capacidade intelectual nem técnica para dar conta do rigor científico de tudo o que ele diz, obviamente, mas há nesta entrevista de uma hora muito conteúdo que deve ser discutido.

Aliás, uma das questões que é mais preocupante neste intenso testemunho é a constatação que há muito pouca latitude para que os cientistas que discordam da opinião dominante possam expor os seus pontos de vista, mesmo que errados (a ciência progride com o erro). André Dias está visivelmente nervoso e parece até emocionalmente afectado durante toda a duração do vídeo, porque desde que publicou um artigo discordante da narrativa oficial, no jornal ECO, foi aviltado pessoalmente, insultado profissionalmente e ameaçado de todas as maneiras. No processo de fazer pública a sua opinião técnica perdeu amigos e a solidariedade dos colegas. 

Ora, isto não faz qualquer sentido até porque, como se observa mais à frente na entrevista e é hoje já bem nítido para quem estiver a prestar atenção e souber pensar pela própria cabeça, o André está longe de ser, no panorama nacional ou internacional, o único a questionar todo o processo que levou ao lockdown global. 

O facto do Covid-19 ceifar a vida de milhares e de milhares de pessoas, não obriga a sociedade a um silêncio uníssono. Pelo contrário: é precisamente pela sua gravidade que deve ser discutido, porque não há razão política, sem contraditório. Nem conhecimento objectivo, sem dialéctica. Pelo menos dentro dos cânones do direito público e da metodologia científica do Ocidente, de que somos herdeiros e que devemos honrar. 
E muitos dos factos, bem como as fontes que o cientista português enuncia merecem pelo menos que a sua voz seja ouvida e que meditemos sobre este assunto. É que há uma forte possibilidade de não termos lidado com este vírus da melhor maneira. E mesmo que essa possibilidade possa ser posta de parte, vale a pena discutir as razões do erro. Para referência futura.

Recomendo, claro, a quem ainda não viu a entrevista, que a veja. Mas não posso deixar de destacar alguns pontos essenciais nela expressos, a saber:

0'12'' - Logo a abrir, o argumento para mim mais convincente de que o Covid-19 não tem a implicação na mortalidade que foi inicialmente projectada, nem pouco mais ou menos. No gráfico em baixo, vemos as curvas de mortalidade em vários países da Europa desde a primeira semana de 2016 à décima de 2020. Notamos logo que a mortalidade deste ano não está a sair da média de outros anos. A gripe está a matar menos do que em anos anteriores, mas o índice é normalizado pelo pico de óbitos resultantes do C-19. O saldo, porém, parece ser neutro.

Fonte: Euromomo.eu


Em Portugal, os dados de mortalidade em tempo real também estão disponíveis no site do ministério da Saúde. E também aqui, percebemos que a curva deste ano (a negro) está completamente dentro da média, desde 2009.

O André fala de um terrível dia, 2 de Janeiro de 2017, em que um especialmente mortífero vírus da gripe matou 217 pessoas. Cerca de metade das que morreram de C-19 até agora, só em 24 horas. Não encontrei maneira de confirmar isto, mas o Público noticiou em Outubro desse ano 4500 óbitos decorrentes do virús da influenza, em Portugal. 
Acresce que a média etária das pessoas que foram vitimadas pelo C-19 é, se bem que ligeiramente, superior à esperança média de vida no nosso país.


Os números são estes e parecem-me pelo menos eloquentes. Cada um que tire a sua conclusão sobre se, assim sendo, a mortalidade por C-19 justifica as medidas de isolamento implementadas em todo o mundo. Que têm - elas próprias - um preço muito alto, desde a suspensão dos direitos e das liberdades constitucionais aos terríveis efeitos psicológicos do isolamento nos mais velhos e às consequências da recessão que seguramente se seguirá aos estados de quarentena.

8'36'' - A julgar pelo que aconteceu na China, as medidas de isolamento não desviaram a curva de infectados do seu desenho teórico, de distribuição normal de infecção em roda livre. Este ponto é polémico. O Professor Jorge Buescu, por exemplo, discorda desta conclusão.

15'50''
- As taxas de mortalidade que têm sido propagadas pela comunicação social e pelas autoridades sanitárias e políticas são completamente falaciosas e descem muito substancialmente a cada revisão.

18
'42'' - O mecanismo pelo qual os líderes políticos optaram pelo lockdown tem muito menos a ver com a informação científica que receberam do que com a pressão social arrasadora causada pelo medo. Foi o medo - e não a razão, segundo André Dias, que levou a mudança de políticas que tinham por base sólidos dados científicos, como foi o caso do Reino Unido. (Também a partir de 22'40'')

20'45'' - O entrevistado demonstra retoricamente como os modelos matemáticos se têm mostrado falaciosos na prevenção da mortalidade do vírus.

26'50'' - André Dias apresenta algumas variáveis que podem ter contribuído para os altos níveis de incidência do C-19 em Itália (qualidade do ar no Vale do Pó, por exemplo).

44'17'' - Não subscrevendo de todo o comentário deselegante sobre Jorge Buescu, há nesta fase do discurso muita verdade: a opinião divergente tem sido de facto suprimida da comunicação social, como é caso flagrante - e deprimente - o do reputado epidemiologista e Professor Jorge Turgal que nunca concordou com o fecho das escolas mas foi silenciado logo após essas primeiras declarações.

44'52'' - A OMS usa as redes sociais para rastrear a epidemia globalmente, apesar de ter sido várias vezes informada sobre os problemas de credibilidade deste tipo de inputs, que são corrompidos por bots e pelo ruído próprio dessas redes.

49'00'' - Fechar as escolas pode ter sido um erro, impedindo que as crianças saudáveis, que não correm qualquer risco, criassem imunidade ao vírus e ajudassem a dissipar a sua presença nas sociedades. A própria OMS concorda com este argumento. 

52'36" - Corremos o risco de que as medidas de isolamento matem mais pessoas, por suicídio, do que o C-19. Esta afirmação foi feita na televisão pública alemã por Gérard Krauser, epidemiologista da Helmholtz, uma reputada e gigantesca associação dedicada à investigação científica. 

53'25"
- O volume de testes anti-corpos que já estão disponíveis parecem apontar para o surpreendente facto de que a infecção estava já instalada nas populações muitos meses antes que as autoridades tomassem consciência da epidemia e das políticas de isolamento serem implementadas. Se tal fenómeno se confirmar, podemos retirar duas conclusões: que a eficácia das políticas de combate ao C-19 vai ser muito difícil de mensurar e que os índices de internamento e mortalidade do vírus poderão ser, afinal, residuais.

sábado, abril 18, 2020

My name is Joe Biden and I forgot this message.


"We hold these truths to be self-evident, that all men and women created by... you know... you know the thing.” 

Joe Biden . 2/3/2020




"We choose unity over division. We choose science over fiction. We choose truth over facts." 

Joe Biden . 8/8/2020 


 

“You know, there’s a, uh — during World War II, you know, Roosevelt came up with a thing that uh, you know was totally different than a, than the, you know he called it you know the, World War II, he had the war… the war production board,”

Joe Biden . On how to fight the coming recession . CNN . 17/04/20 




"We gotta... It's just... But you gotta... I mean... Hu hu... We gotta reassure, look, hu... My, my message to everybody I talk to."

Joe Biden . MSNBC . 15/04/20

quinta-feira, abril 16, 2020

O Deus de Todos os Dados.



E se toda a realidade for computável? Um computador assim, que compute tudo, pode reconstituir o passado e projectar o futuro, numa linha de rigor determinista. Um computador assim é DEUS.

Alex Garland, que já tinha deixado a sua marca de competência com Annihilation e Ex-Machina, projecta nos oito intensos e sofisticados episódios da primeira temporada de DEVS, as possibilidades físicas e metafísicas da inteligência artificial; e as contradições ontológicas, entre o determinismo e o livre arbítrio, que podem resultar do processamento quântico de big data.

Intelectualmente séria e esteticamente inimputável, esta obra de Garland não tem medo de assuntos difíceis de transportar para um guião televisivo, como a "Interpretação dos Muitos Mundos" ou a hipótese do cosmos como simulação. E funciona assim esplendidamente como um portal para dilemas futuros.

Uma produção Hulu, para ver e rever na HBO.

quarta-feira, abril 15, 2020

Ressureição.

Os Strokes ressuscitaram. Ainda vou na primeira audição de "The New Abnormal", mas como estes senhores não sabem fazer outra coisa que não seja boa música, fica já aqui um clip.



The Strokes . Bad Decisions

Contra a narrativa #03

Tucker Carlson, a estrela da Fox News e um dos pundits mais influentes do mundo, concorda comigo. A taxa de mortalidade do Covid-19 é imensamente mais baixa do que tem sido propagado. E outra vez: pelo simples facto que há muito mais infectados do que aqueles que são colocados na equação pelas autoridades e pela comunicação social.


domingo, abril 12, 2020

Filmaço.

Um Homem de Sorte, na Netflix: um filme dirigido por Bille August e baseado na obra-prima de Henrik Pontoppidan, uma espécie de Dostoiévsky dinamarquês. Duas horas e 45 minutos de cinema a sério.


Contra a narrativa #02

O Imperial College publicou recentemente um paper que faz estimativas credíveis sobre o número real de infectados em 10 países da Europa. Neste quadro que retirei do paper, mostram-se as projecções (com intervalo de credibilidade de 95%).
Daqui podemos fazer contas para chegar a taxas de mortalidade do C-19 bastante mais fidedignas. Assim:

Alemanha
População - 82 milhões
Infectados - 0,72% - 590.400
Óbitos C-19 - 2.719
Taxa de mortalidade C-19 - 0,46%

Bélgica
População - 11 milhões
Infectados - 3,7% - 407.000
Óbitos C-19 - 3.346
Taxa de mortalidade C-19 - 0,82%

Espanha
População - 46 milhões
Infectados - 15% - 6,9 milhões
Óbitos C-19 - 16.480
Taxa de mortalidade C-19 - 0,23%

França
População - 67 milhões
Infectados - 3% - 2,01 milhões
Óbitos C-19 - 13.832
Taxa de mortalidade C-19 - 0,68%

Dinamarca
População - 5,7 milhões
Infectados - 1,1% - 62.700
Óbitos C-19 - 260
Taxa de mortalidade C-19 - 0,41%

Itália
População - 60 milhões
Infectados - 9,8% - 5,8 milhões
Óbitos C-19 - 19.468
Taxa de mortalidade C-19 - 0,33%

Noruega
População - 5,3 milhões
Infectados - 0,41% - 21.730
Óbitos C-19 - 119
Taxa de mortalidade C-19 - 0,54%

Reino Unido
População - 63 milhões
Infectados - 2,7% - 1,7 milhões
Óbitos C-19 - 9.875
Taxa de mortalidade C-19 - 0,58%

Suécia 
População - 10 milhões
Infectados - 3,1% - 310.000
Óbitos C-19 - 887
Taxa de mortalidade C-19 - 0,28%

Suíça
População - 8,5 milhões
Infectados - 3,2% - 272.000
Óbitos C-19 - 1.036
Taxa de mortalidade C-19 - 0,38%

O estudo não inclui Portugal. Mas o Professor Jorge Buescu, que está a fazer um trabalho de tratamento estatístico da epidemia em Portugal verdadeiramente exemplar, calculou que estão infectados cerca de 1 em cada 30 portugueses. Assim sendo:

Portugal
População - 10 milhões
Infectados - 3,3% - 330,000
Óbitos C-19 - 504
Taxa de mortalidade C-19 - 0,15%

A taxa de mortalidade nestes 11 países europeus oscilará portanto entre um máximo de 0,82% na Bélgica e um mínimo de 0,15% em Portugal. A média dos 11 países é de 0,44%.

Mas se consultarmos os dados que circulam na comunicação social ou os que são apresentados pela Organização Mundial de Saúde, os números disparam loucamente
. Fala-se em taxas de mortalidade de 9% em Itália, por exemplo. Porquê? Porque a taxa está a ser calculada apenas sobre o número de pessoas testadas, como é óbvio. E também porque a estratégia do susto é conveniente a alguns sectores do panorama político e geo-estratégico global, claro. O que é dramático é que são os números mais assustadores - e rotundamente falsos - que determinam as políticas de lockdown. E com elas, a falência técnica, a curto prazo, do Ocidente.

sexta-feira, abril 10, 2020

Contra a narrativa.

Apenas factos:

Mortos por ano com infecções hospitalares em Portugal: 3900.
Mortos por complicações decorrentes do C-19 até hoje, em Portugal: 409.

O desemprego no país pode aumentar na ordem dos 75%, este ano. Não por causa da pandemia, como afirma erradamente o Jornal Económico, mas por causa das medidas de quarentena impostas pelo governo.
Considerando que morrem cerca de 110.000 portugueses por ano, o aumento da mortalidade por causa do C-19 dificilmente irá atingir 1% (até porque há óbitos contabilizados no âmbito do vírus que aconteceriam de qualquer forma).

Na última semana de Março, 7 milhões de americanos ficaram desempregados.
Nesta primeira semana de Abril, 6,6 milhões.
População activa total dos EUA: 164.6 milhões.

Perguntados sobre os efeitos do C-19, os portugueses temem mais a falência económica (62%) que a mortalidade do vírus (58%). E estão tão preocupados com o desemprego como com a integridade do serviço nacional de saúde (46%).
Estudo da Multidados - 600.000 inquiridos.

“The way in which we code deaths in our country is very generous in the sense that all the people who die in hospitals with the coronavirus are deemed to be dying of the coronavirus."
Professor Walter Ricciardi, Consultor científico do Ministério da Saúde italiano. Why have so many coronavirus patients died in Italy?

A Organização Mundial de Saúde foi parte activa das acções de encobrimento do surto epidémico do C-19 na China e, posteriormente, tem sido instrumentalizada pela máquina propagandística do Partido Comunista Chinês.
China’s deadly coronavirus-lie co-conspirator — The World Health Organization

Perderam-se, só nas duas últimas semana de março, pelo menos um milhão de postos de trabalho na União Europeia.

Os modelos usados pelos "peritos" americanos para prever a mortalidade do vírus estavam errados. Primeiro projectavam 200 mil mortos. Depois, 100.000 mortos. Agora, o dr. Fauci já fala em 60.000 óbitos. E não é verdade que este número derive do distanciamento social, como diz este senhor, pela simples razão que os modelos de projecção já equacionavam essa variável. O problema é que foi com base no número de 200 mil mortos que forama tomadas decisões sobre o funcionamento sócio-económico da América, que ainda é o grande motor económico do mundo.

quarta-feira, abril 08, 2020

Deepfake: Hillary Clinton como Hannibal Lecter.

A tecnologia deepfake está nos seus primeiros estágios de desenvolvimento, mas já dá para perceber perfeitamente a ameaça que representa para a credibilidade da imagem vídeo. Neste exemplo hilariante, Anthony Hopkins é substituído por Hillary Clinton na famosa sequência de "O Silêncio dos Inocentes" em que a detective Starling enfrenta Hannibal Lecter pela primeira vez. Arrepiante.


segunda-feira, abril 06, 2020

Triste espectáculo.

O C-19 serve para desnudar completamente o estado lamentável e autofágico a que chegou a ciência, o jornalismo, o dirigismo político e a sociedade em geral: um retrato rigoroso e abrangente feito por Dave Cullen, uma das mais esclarecidas vozes do Youtube.


Lockdown Rock #2



Slow Readers Club . Jericho

domingo, abril 05, 2020

Uma cambada de coninhas #02

Enquanto o desemprego explode por todo o lado (e sabemos quem vai realmente sofrer com isso), as manadas aplaudem os profissionais de saúde, por fazerem o seu trabalho (!), as celebridades queixam-se imenso da quarentena e os líderes mundiais, de um forma geral, mostram os coninhas que são. Entretanto, na Europa, os cristãos não podem ir à igreja, mas o muçulmanos podem (proibi-los seria racista).
Uma conspiração de estúpidos, num daqueles clips geniais de Paul Joseph Watson.



Não consigo parar de fazer esta pergunta: que seria do Ocidente se de facto fosse confrontado com uma epidemia a sério (daquelas que implicam indíces de mortalidade de dois dígitos), ou uma guerra como a que aconteceu há apenas 80 anos (com número de mortos na ordem dos 8 a 9 dígitos)?

Gripe vs. C-19: o que dizem os números.

Coronavirus South Korea

Nada como pura data para colocar em perspectiva os surtos de gripe e do C-19. Eis uma breve e circunscrita análise comparativa:

- ITÁLIA
Óbitos provocados pela gripe (Inverno 2016/2017): 24.981
Óbitos provocados pelo C-19 até agora: 15.362

- ESPANHA
Óbitos provocados pela gripe (Inverno 2017/2018): 15.000
Óbitos provocados pelo C-19 até agora: 12.418

- PORTUGAL
Óbitos provocados pela gripe (Inverno 2018/2019) - 2.840
Óbitos provocados pelo C-19 até agora: 295

- NO MUNDO:
Média de óbitos provocados pela gripe anualmente - Entre 290.000 a 650.000
Óbitos provocados pelo C-19 até agora: 68.142

Se exceptuarmos o caso espanhol, creio que dificilmente este surto do C-19 vai atingir os números da gripe. A ver vamos. É claro que o argumento de que a incidência da doença seria maior sem os diversos graus de quarentena que estão a ser implementados globalmente é pertinente. Mas para chegarmos a conclusões definitivas temos que esperar pelos números finais de países como a Suécia, que implementaram estratégias de combate à epidemia bem diferentes. Por enquanto a Suécia contabiliza um índice de infecções por milhão que é inferior, por exemplo, ao português.

Há também que ponderar, como já nesta página deixei demonstração científica, que uma parte significativa destes óbitos aconteceria, infelizmente, de qualquer forma, por via de outras infecções respiratórias de que doentes idosos, com severo quadro clínico, seriam vítimas.

Acresce que, depois de bem feitas as contas, a taxa de mortalidade do C-19 deverá ser equivalente à da gripe, por esta muito simples razão: este índice é produto de uma fracção. O numerador da fracção é o total de infectados e o denominador o total de mortos. Ora nenhum país tem maneira de testar a totalidade da sua população e só a Islândia e a Coreia do Sul é que conseguiram até agora obter uma amostra fiável. Assim sendo, o numerador da fracção (número de pessoas infectadas) é com certeza absoluta muito maior (imensamente maior) do que aquele que lá é colocado e que se refere apenas aos indivíduos que foram testados e não à totalidade dos infectados. Daqui decorre que a taxa de mortalidade será também e necessariamente bastante mais baixa.

Os números da Islândia são irrelevantes, porque o país tem características de isolamento geográfico muito próprias, ainda assim apresenta neste momento 1486 casos confirmados e 4 mortos (0,25% de taxa de mortalidade).

Os números na Coreia do Sul são mais elucidativos. Como está a testar muito mais (ceca de 5.000 testes por um milhão de habitantes), o numerador da fracção (pessoas infectadas) tem uma ordem de grandeza maior e a taxa de mortalidade desce assim substancialmente, não ultrapassando os 0,6%.
A taxa de mortalidade da gripe varia imenso com as àreas geográficas, oscilando entre os 0,1% e os 0,7%.

Dados estes factos, cada um que tire a sua conclusão sobre a validade das políticas de quarentena. Sendo certo que haverá que introduzir posteriormente nesta equação uma variável muito importante e cujo cálculo é neste momento impossível: as consequências sócio-económicas dessas políticas.

_________

Grande parte destes números foram gentilmente agregados pelo meu amigo Pedro Barros, a quem agradeço. Eis os links respectivos:

Gripe em Itália: https://www.epicentro.iss.it/coronavirus/sars-cov-2-decessi-italia?fbclid=IwAR03D6qqS5qoIggFkrZaltlOJqTDU4noo0yj4cYKMB1KaGLPJxrSKco0ZhA
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1201971219303285?fbclid=IwAR0JSHGi4pf_lgSQpNVEw1ygDG69wvWmybBd6CRUgQQu1PGu1rrWFTSD_Gc

Gripe em Espanha: https://www.redaccionmedica.com/secciones/sanidad-hoy/gripe-en-espana-casi-800-000-casos-52-000-ingresados-y-15-000-muertos-5427 

Gripe em Portugal: http://www.insa.min-saude.pt/.../upl.../2019/02/S04_2019.pdf 

Um estudo recente e rigoroso sobre os efeitos globais da gripe pode ser encontrado aqui: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6815659/

Um mapa muito útil com números de incidência do C-19 em todo o mundo está aqui: https://google.com/covid19-map/?hl=en

Situação na Coreia do sul: https://www.businessinsider.com/south-korea-coronavirus-testing-death-rate-2020-3?fbclid=IwAR3UH31rLjpBHxx0b63u1TT6oXgGcA9ijgvjyPxaAdI_YHQqCOF4fjlPxzI

Serviço público de televisão. No Youtube.

Epic History TV é um canal no Youtube que se dedica aos grandes movimentos bélicos da história da humanidade. Graficamente exemplares, muitíssimo bem narrados e altamente aditivos, os conteúdos deste canal batem qualquer History Channel manhoso que possas ter adquirido no triste pacote do teu servidor de telecomunicações, gentil audiente. Senão vejamos:

sábado, abril 04, 2020

E muito a propósito:

A Peste, de Albert Camus.



"A peste é tão comum que houve tantas epidemias no mundo como houve guerras. Porém, epidemias e guerras encontram sempre as pessoas igualmente desprevenidas."

sexta-feira, abril 03, 2020

Uma estrela no topo da árvore da glória.

"I don't mean to demean or criticize any of the great or very good footballers who played for me during my 26-year career at United, but there were only four who were world class: Cantona, Giggs, Ronaldo and Scholes. And of the four, Cristiano was like an ornament in the top of the Christmas tree. He was the one who added that final touch."

Sir Alex Fergusson



Cada vez gosto menos de futebol, e se há coisa de que não sinto falta, nestes tempos de quarentena em que sinto falta de montes de coisas, é deste fenómeno esquizofrénico. Em sentido contrário, porém, cresce a minha admiração por Cristiano Ronaldo. O talento, a personalidade, a determinação e a capacidade de transcendência de Cristiano não têm paralelo na história do pontapé na bola. É o melhor jogador de todos os tempos. Ponto final, parágrafo.

O F1 mais bonito de sempre...

foi banido, porque não era bem um automóvel. Era uma asa com 4 rodas. E uma asa ainda por cima agarrada ao asfalto com saias, por surrealista que esta frase possa parecer. A invenção maluca de Colin Chapman, que incluía um duplo chassis para proteger o piloto das tremendas forças G que esta tecnologia asa provocava, pode não ter tido grandes resultados na pista, mas que o Lotus 88 de 1981 é o mais belo F1 de sempre, isso não tem discussão. Olhem bem para ele, triunfante e esbelto, a assoprar pela rampa de Goodwood, quase 40 anos depois de ter sido desenhado e construído.



Os F1 actuais são mais rápidos, mais eficientes e mais seguros. Claro. Mas comparados com esta obra de arte, são um horror sem nome.

Uma frase contra o pós-modernismo.

"A tradição não é um culto de cinzas, mas a preservação do fogo."

Gustav Mahler

O vírus mais letal.



Dennis Prager, o afável, combativo e valoroso fundador da PragerU está tão pasmado como eu: como é que se faz parar o mundo assim, por causa de um vírus que tem a mesma perigosidade da gripe? E é este um precedente para futuros vírus do género ou para futuras epidemias deste vírus? Vamos destruir a civilização de seis em seis meses? E - nesse caso - não devemos parar tudo por causa de outras doenças e outros fenómenos que causam equivalente mortandade?

Por exemplo, devemos deixar de utilizar automóveis porque, todos os anos, morrem bem mais de um milhão de pessoas no mundo em acidentes rodoviários? E considerando que 2,3 milhões de infelizes morrem todos os anos em acidentes de trabalho ou por causa de doenças decorrentes das suas profissões, devemos todos deixar de trabalhar?

E por que raio é que os jornais e as televisões não mostram quadros comparativos entre aqueles que morrem do vírús chinês e os que morrem da gripe comum? É que este ano, só nos Estados Unidos, já morreram 20.000 pessoas (entre as quais 136 crianças) por causa do vírus da Influenza. E em Portugal, no ano passado, morreram 3 mil pela mesma razão. E no mundo, são 250 a 500 milhões que deixam a existência, em cada ciclo à volta do sol.

A estratégia de combate ao C-19 adoptada por 99% das lideranças mundiais é deveras estranha. E estou cada vez mais convencido que visa acima de tudo e mais que as vidas humanas, proteger dois sistemas: o sistema dos serviços nacionais de saúde, porque o C-19 ameaça de facto a capacidade operacional destas estruturas - sejam públicas ou privadas - e o sistema regimental dos estados, pela simples razão de que as cúpulas políticas, empresariais e mediáticas das sociedades contemporâneas não estão nem psicológica nem operacionalmente preparadas para assumir baixas.

O problema, claro, é que o estado em que este irresponsável e suicida dirigismo vai deixar a o mundo, depois de debelada a epidemia (se é que é possível debelá-la) vai, de longe, gerar índices de mortalidade muito superiores ao que o C-19 conseguirá atingir. Não há nada mais mortífero que uma depressão económica. Multidões vão morrer às carradas por subnutrição, doenças, consumo de drogas e álcool, conflitos militares à escala regional e - no pior dos casos - à escala global. Se não temos maneira de prever quantas pessoas vão perecer por causa do C-19, mais difícil ainda é calcular a mortandade devastadora que esta paralisia civilizacional vai certamente provocar.

Mas se as grandes cabeças deste mundo acham que a quarentena é a única solução, quem sou eu para desafiar estas grandes cabeças?A não ser, claro, que estas grandes cabeças não sejam tão grandes assim. A não ser, claro, que entre as últimas décadas do século XX e as primeiras do Século XXI tenha surgido um fenómeno mais letal ainda que epidemias e depressões: a total desqualificação moral e intelectual das lideranças.

Porque não há pior vírus que o da estupidez.