domingo, novembro 29, 2020

Pela Estrada Fora #23

Entre Sintra e a Ericeira, surfando o asfalto, descobri a praia de S. Julião, que é uma coisa mesmo bonita à brava. E depois, andei perdido no nevoeiro.









sábado, novembro 28, 2020

A discoteca da minha vida #74: "Riot On An Empty Street", Kings of Convenience.

Entre todos os álbuns da discoteca da minha vida, este será porventura o que mais se aproxima daquilo a que chamamos música de elevador. Não é uma obra que transporte ninguém para o céu ou para o inferno. A maior parte das pessoas ficará até indiferente aos acordes dos noruegueses Erlend Øye e Eirik Glambek Bøe. Acontece que eu não. Eu gostei e gosto muito de "Riot On An Empty Street", o terceiro disco dos Kings of Convenience. É fácil de ouvir, sim. Daí a conveniência. Mas também é encantador. E envolvente. E bem disposto. E cool à brava. Como um motim numa rua deserta.

segunda-feira, novembro 23, 2020

Exacto.

A
GIVE ME LIBERTY OR
GIVE ME DEATH!!
UNLESS THERE'S A VIRUS
WITH A 99% RECOVERY RATE
IN WHICH CASE STRIP ME OF
MY FREEDOMS, MY JOB, MY
CONSTITUTIONAL RIGHTS AND
PUT ME UNDER HOUSE
ARREST.

O "Great Reset" já está em marcha.

Tendo em conta o estudo da Brookings sobre os ganhos e as perdas da micro-economia americana em 2020, percebemos bem que, à boleia do vírus chinês, a grande e revolucionária destruição do pequeno e médio tecido sócio-económico, perpetrada pelas grandes corporações de Silicon Valley, pelos media e pelas elites tecnocratas, já está em marcha. Senão vejamos (números desde março deste ano):

Amazon: lucros subiram mais de 100%
Walmart: lucros subiram 80%
Target: lucros subiram 80%
Lowe's: lucros subiram 74%
Microsoft, Facebook, Apple, Google: acções subiram a níveis recorde.

Pequenos negócios: 21% fecharam; receitas dos restantes diminuíram 30%.

Estes arrepiantes números dissipam qualquer dúvida sobre as motivações que estão por trás da tirania dos lockdowns e, para além de comprovarem aquilo que tinha escrito sobre este assunto em Julho, ilustram categoricamente o movimento totalitário de extinção da livre iniciativa, entre outras muitas liberdades, que está em curso à escala global. E como não há, nas esferas do poder, quem queira ou possa combatê-lo, estamos bem fodidos.

Mais números assustadores e mais evidências de que estamos a ser conduzidos ao ponto zero de tudo, na episódica contestação do contestatário de serviço, o bravo e lúcido Paul Joseph Watson:

segunda-feira, novembro 16, 2020

A discoteca da minha vida #73: "No More Loud Music", dEUS

Não sou nada de achar que se faz melhor música numa época do que noutra, não sou nenhum revivalista, continuo a ouvir o que se faz agora e faz-se muito boa música agora, mas tenho que dizer isto: no momento surrealista em que uma rapariga extremamente mal criada (para não dizer nojenta) e completamente desprovida de talento chamada Cardi B lidera o top 50 global do Spotify, sabe muito bem ouvir algo de oposto: dEUS, por exemplo.
Tom Barman e Klaas Janzoons superaram a infelicidade de serem belgas através da música e os dEUS têm uma qualificada carreira de 30 anos que abrange o folk, o rock experimental e o rock progressivo, entre opções mais próximas do meu gosto pessoal, que os levaram ao indie rock e ao risco de um certo easy listening que iria marcar parte substancial da primeira década do século XXI e de que falarei mais à frente. E é precisamente por causa do seu ecletismo que selecciono uma colectânea, talvez a única colectânea na discoteca da minha vida: "No More Loud Music", editado em 2001, reúne os singles dos primeiros dez anos de existência desta banda sólida, com forte carácter e inconfundível fulgor técnico e artístico.
Cardi B: eat your heart out.

domingo, novembro 15, 2020

O que é uma partícula?

Na verdade, verdadinha, ninguém sabe. Natalie Wolchover, numa reportagem para a Quanta, faz a muito básica pergunta a vários físicos e todos respondem de forma diferente, confusa, rebuscada e bastante evasiva. Uma partícula é o colapso de uma onda. É um campo electromagnético. É um padrão matemático. É um campo quântico excitado. É a irredutível representação de um grupo (!). É uma corda vibratória. É o que medimos nos detectores de partículas (?). É o que de repente lhes vem à cabeça, porque na verdade, verdadinha, esta gente não sabe definir sequer a natureza do constituinte fundamental da matéria.
Bom deus, tanta ignorância.

sexta-feira, novembro 13, 2020

Olha, mais um spot de raro brilhantismo.

Este não vai concerteza ser o melhor Natal da história da consola da Sony. A plataforma entra no mercado com escasso software disponível e as diferenças de performance vão encurtando na inversa proporção do número serial. O salto tecnológico que foi dado entre a PS1 e a PS2 não tem comparação com o estreito potencial da cibernética contemporânea, que está a comprovar falsa a famosa e exponencial Lei de Moore, mas verdadeira a previsão do seu autor, Gordon do mesmo Nome, que avisou que o cânone não podia durar para sempre.

Ainda assim, a plataforma promete coisas giras a médio prazo, sobretudo pelo potencial dos periféricos, que têm margem para estabelecer novos padrões de realidade virtual e aprofundar significativamente o interface com a realidade física.

Seja como for, a PlayStation 5 está à venda desde ontem nos grandes mercados e nos outros, como em Portugal, a partir de 19 de Novembro. E sendo que a publicidade é a disciplina de omitir as fragilidades e propagar as virtudes de um produto, este é o comercial perfeitinho. Gráfica, cinematográfica e sonoplasticamente está tudo lá no sítio certo. E a linha de copy é um poema.

Porque é que terminei a minha conta de Facebook.

Porque sim.
Porque não tenho paciência para imbecis.
Porque estava a dar dinheiro a ganhar ao pior dos imbecis; o imbecil Zuckerberg.
Porque fui censurado, lá.
Porque fui aviltado, lá.
Porque a conta não valia a pena o investimento.
Porque as pessoas preferem, de longe, uma fotografia paisagística
ao relato do fascismo a que estão a ser sujeitas.
Porque a minha conta de Facebook não contribuía nada para a minha
qualidade de vida.
Antes pelo contrário.


quinta-feira, novembro 12, 2020

A discoteca da minha vida #72: "Is This It", The Strokes



Verão de 2001. Está a passar na Voxx algo de novo. É eléctrico. É estridente. É ácido. É puro. E duro. É como o rock deve ser. É como o rock sempre foi. Mas é novo. E parece gravado numa garagem cuja acústica foi pensada para amplificar "O Grito" de Edvard Munch. Apuro o ouvido:

"Oh, people, they don't understand
No, girlfriends, they don't understand
In spaceships, they won't understand
And me, I ain't ever gonna understand"


Penso para mim mesmo: porra, quem são este gajos, pá? Que rocalhada baril-punk-maluca é esta? Por sorte, está um gajo dentro do sintonizador (Pedro Ramos, se bem me lembro), que me informa: The Strokes, "Is This It?" Vou a correr à Fnac e compro o sacana do disco. Passo semanas mergulhado na salganhada electrizante dos seus 11 temas. Sou conquistado. Juro eterna fidelidade.
Se o rock tem um Olimpo, os Strokes são o género de banda que terá lá o seu lugar-trono reservado, embora desconfie que vão passar uns anos largos para que seja ocupado, porque ainda no outro dia falava aqui da obra prima que é o último álbum desta super banda de Manhattan, "The New Abnormal". Julian Casablancas e companhia continuam a fazer música como os monstros que são, mas tenho de qualquer forma que eleger o primeiro disco. Porque é um marco, um triunfo, um pontapé no rabo do mundo, um raro momento de génio.
God Save The Strokes.

Num raro momento de lucidez, o candidato confessou.

 

"We have put together the most extensive and inclusive voter fraud organization in the history of American politics."

Joe Biden . Outubro 2020

quarta-feira, novembro 11, 2020

Senhoras e senhores, o genial Buster Keaton.

Aviso aos ingénuos.

Gentil leitor: podes pensar que é natural que Joe Biden, que passou uma campanha inteira enfiado na cave, tenha sido mais votado do que Barak Obama por 5 milhões de votos. Podes achar que é normal que sejam as cadeias de televisão a anunciar o vencedor das eleições, com centenas de milhões de votos por contar. Podes considerar comum que se vote por correio e que os mortos votem às centenas de milhar e que pessoas vestidas com merchandising eleitoral de um candidato contem os votos às escondidas de qualquer validação independente. Podes até admitir que milhares de lotes de votos em Joe Biden, e apenas em Joe Biden, tenham chegado às salas de escrutínio durante a madrugada da eleição. Podes viver bem com o facto das big tech, em conluio com noventa e nove por cento dos media, tenham escondido de toda a gente, com zelo acrescido pela importância do momento, o escândalo monumental de negociatas com ucranianos e chineses e toda a gente manhosa a este dos Urais que tivesse um lugar no conselho de administração para oferecer ao filho de um dos candidatos. Podes até aceitar que a censura faça parte dos instrumentos de moderação das redes sociais. E podes enfim conviver com as mentiras gritantes que te atiram para cima do jantar, durante o telejornal, sem grandes dramas.

O que não podes, porque isso seria já não revelador da tua complacência, mas sobretudo testemunho da tua ingenuidade, é pensar que a eleição de Joe Biden para presidente dos Estados Unidos da América é algo de positivo para o seu país em particular e para o mundo em geral.

As forças que propelam este movimento de captação de poder defendem a abolição da polícia, os confinamentos mais draconianos, a equalização social, a sobre-tributação, a normalização da opinião pública e respectiva instrumentalização da imprensa que seja instrumentável (e extinção daquela que recusa o condicionamento).

As forças que propelam este movimento de captação de poder não estão interessadas na classe média. Na verdade, detestam-na. Não estão interessadas na prosperidade do todo social, na felicidade individual ou no progresso da civilização ocidental, porque a desprezam.

As forças que propelam este movimento de captação de poder estão interessadas na implementação draconiana de um revisionismo histórico e antropológico profundamente fraudulento, que  armadilha os conceitos de género, raça e cultura, de forma a aniquilar os valores e a identidade dos indivíduos e dos povos.

As forças que propelam este movimento de captação de poder investem as suas mais agressivas metodologias no cancelamento das dissidências, denegrindo reputações, extinguindo rendimentos económicos e vexando publicamente aqueles que ousam dissidir.

As forças que propelam este movimento de captação de poder estão interessadas em fortalecer laços comerciais e filosóficos com as ditaduras marxistas que ainda prosperam no mapa político, e subservem com especial fervor o imperialismo chinês.

As forças que propelam este movimento de captação de poder são belicosas e coniventes com o aparelho militar-industrial americano, que nos últimos 50 anos foi responsável por um conjunto alargado de conflitos espúrios, sem qualquer resultado efectivo para além do lucro inumerável, das incontáveis vidas perdidas, do caos social e económico e da disseminação do ódio e do ressentimento em regiões do globo já por si altamente voláteis.

As forças que propelam este movimento de captação de poder privilegiam a globalização e a mão de obra barata em desfavor do bom senso e da valorização profissional, o que é homogéneo sobre o que é humano, o que é uniforme acima do que é diverso, o que é correcto e não o que é verdadeiro, a corrupção sobre a integridade, o ócio em prejuízo do trabalho, a subsidiação do indivíduo mais que a afirmação do seu potencial. A dependência e o condicionamento em vez do livre arbítrio.

As forças que propelam este movimento de captação de poder trabalham pela instalação à escala planetária de um regime revolucionário, oligárquico, totalitário, em que as elites tecnocráticas serão finalmente libertas dos condicionalismos resultantes da vontade popular e do espírito constitucional das democracias ocidentais do século XX.

E acredita, gentil leitor, não é a vontade dessa gente que tu queres ver exercida sobre o futuro dos teus filhos.

terça-feira, novembro 10, 2020

A verdadeira tragédia.

Na carta  aberta dos bastonários do sector da saúde à triste ministra, ficamos a saber que, por causa do Covid-19, o SNS abdicou de fazer:

. 5 milhões de consultas nos Centros de Saúde;
. 1 milhão de consultas hospitalares;
. 17 milhões de exames de diagnóstico e terapêutica;
. 100 mil cirurgias.

Como resultado, a verdadeira tragédia: Mais 7144 mortos não Covid, entre março e setembro, do que a média dos mesmos meses dos últimos cinco anos.

E mais quantos milhares nos próximos meses?

domingo, novembro 08, 2020

 "Não são as pessoas que votam que contam. São as pessoas que contam os votos.

José Estaline