sábado, junho 27, 2020

My name is Joe Biden and I forgot this message #02

Segundo as sondagens, Joe Biden será o próximo presidente dos Estados Unidos da América. As sondagens podem bater certo, em Novembro, ou não. Vamos ver. Mas o facto cru e nu de que existe essa boa hipótese é verdadeiramente assustador, pela simples razão que o senhor devia estar internado num lar, mas daqueles lares com cuidados médicos de qualidade acima da média, porque claramente o candidato do Partido Democrático precisa deles.
E digo isto com o devido respeito que devemos (estou a ser sincero) a toda a gente que sofre de demência senil. Por uma vez, coloco um clip no Blogville cuja visualização não recomendo a ninguém. Este reel com alguns dos muitos exemplos da doença de Joe Biden são constrangedores à brava. E bastante deprimentes.



Não tenho nenhum prazer, acreditem, em exibir aqui a senilidade de Joe Biden e na verdade, não consigo perceber como é que a mulher e os filhos dele permitem que isto aconteça. A questão é que talvez seja do interesse público saber que o senhor, assim como está, pode de facto ser eleito. E como as doenças degenerativas deste género não costumam mostrar melhoras, imaginem os próximos 4 anos. Cedo irá ficar a mandar na Casa Branca alguém que não foi eleito.


segunda-feira, junho 22, 2020

A discoteca da minha vida: discos 31 a 35.

#31 - The Colour Of Spring - Talk Talk

Esta banda bomba desde 1982, mas temos que chegar a 86 para que, no meu muito idiossincrático juízo, os excepcionais Talk Talk mostrem o seu melhor discurso. "The Coulour of Spring" apresenta à audiência uma profundidade lírica e melódica que é difícil menorizar. Enquanto a percussão segue por novos caminhos nas oito faixas desta pequena maravilha, os Talk Talk concedem que é suposto venderem discos apenas em três delas. O resto é uma espécie de Roxy Music num cabaret de jazz. O cool deste disco não conhece limites e sim, os Talk Talk viviam e vivem num mundo à parte, paraíso perdido para génios esquecidos.




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#32 - Darklands - The Jesus And Mary Chain

1987. Os céus de Abril prometem sacrifícios e ameaçam com guitarras. O amplificador vai ter um ataque de coração, as colunas reverberam como condensadores eléctricos e o mundo fecha-se em trevas rebeldes, debaixo do sol.
Que disco do caraças.




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#33 - Mainstream - Loyd Cole and The Commotions

“Guess you were born lucky mister ain't life sweet?
All you have to do is crawl.”


Entre 1984 e 1987 Loyd Cole viajou, meteoricamente, do anonimato ao estrelato, com 3 discos de rajada. No entretanto deixou uma marca na minha vida. O seu terceiro trabalho, o mais comercial, mas também o mais irónico (Cole goza que se farta com a própria fama), não se chama “Mainstream” por acaso. E também não por coincidência foi produzido por um rapaz que sabia atingir picos de vendas, como Ian Stanley, dos Tears for Fears. Ainda assim, é o álbum que elejo porque me parece, sinceramente, o mais maturo, em termos técnicos e criativos.




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#34 - Sonic Flower Groove - Primal Scream

O desafio mais difícil até agora, nesta enciclopédia do meu gosto duvidoso, foi escolher um disco entre os cinco que conheço dos Primal Scream (eles editaram 11, entre 1987 e 2016). Do glorioso “Screamadelica” ao explosivo “Riot City Blues”, a banda grita groove! por todos os lados e é absolutamente por mérito próprio um calhau enorme na história das pedras rolantes.
Mais a mais, os Primal Scream são até responsáveis por dar génese à minha tese antiga que bandas com bons substantivos próprios são geralmente boas bandas. Que parvo sem talento nenhum é que se ia lembrar de chamar “Grito Primordial” ao seu agrupamento musical para a animação de casamentos? Só mesmo o bom do Bobby Gillespie é que seria capaz deste atrevimento, muito porque sabia bem o talento que guardava em stock e aquilo que estava a fazer no panorama musical da altura.
Como sou um entusiasta inveterado destes senhores, decidi armar-me em purista (o que é raríssimo, como já devem ter reparado) e eleger o produto da primeira vez que os rapazes meteram os pés num estúdio para gravar decentemente qualquer coisinha gira. O resultado dessa iniciática aventura é “Sonic Flower Groove” uma experiência psicadélica e melosa, como um mezcal com duas minhocas de sexos diferentes lá dentro.
Banda gigante.





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#35 - Love Hysteria - Peter Murphy

Já bem dentro da segunda meia década dos anos 80, esta figurinha torna-se incontornável. Mais uma vez, ponho-me muito a jeito para ser criticado por esquecer os subterrâneos, góticos e deprimidos Bauhaus enquanto elogio o posterior reportório do seu vocalista, um pouco mais comprometido com a indústria discográfica, mas a verdade é que Peter Murphy ocupou muito mais espaço acústico na sala de concertos da minha vida. Até vi o senhor naquelas posições impossíveis que ele assumia em palco por duas vezes. Devo ser um fã.
O Disco que escolho é o segundo, “Love Hysteria”, pela razão descomplicada do costume: é o que gera mais hits por minuto.
Next.

domingo, junho 21, 2020

Faz-se justiça.

1990, Grande Prémio de Fórmula Um do México. Alain Prost sai de décimo terceiro na grelha de partida para ganhar a corrida. Com uma pinta do caraças e cada ultrapassagem é um momento de génio. Mais a mais, este é só um dos dez gloriosos episódios com que o canal oficial da F1 no Youtube decidiu finalmente fazer justiça ao melhor piloto de todos os tempos.
Estava a ver que não.


sábado, junho 20, 2020

Duvido que os cosmólogos aguentem tanta porrada.

Afinal parece que o universo não está a crescer exponencialmente. Se calhar nem está a crescer de todo. Se calhar estamos a mensurar mal a coisa. Se calhar a Energia Negra não precisa de existir, sequer. Se calhar a Constante Cosmológica tem que ser revista. Se calhar o Modelo Standard também. Sabine explica:



Do paper publicado recentemente por Jacques Colin, Roya Mohayaee, Mohamed Rameez e Subir Sarkar na Astronomy & Astrophysics:

"The cosmic acceleration deduced from supernovae may be an artefact of our being non-Copernican observers, rather than evidence for a dominant component of “dark energy” in the Universe."

Até tenho pena deles.

segunda-feira, junho 15, 2020

A revolução está na rua.

Ou a demonstração em tempo real e à frente do teu nariz de como todas as utopias passam a distopias a grande velocidade (ou imediatamente).


Nos últimos seis meses aconteceu isto:

Um vírus gripal, com a mesma taxa de mortalidade das estirpes comuns, escapou de um laboratório em Wuhan para infectar milhões de pessoas à volta do mundo. A reacção do mundo foi fechar as pessoas nos seus domicílios, retirando-lhes todos os direitos possíveis e imaginários, que para além da liberdade de movimentos incluem a liberdade de expressão, o direito ao exercício de actividade económica, o direito à reunião, o direito ao protesto (esta violação foi aplicada apenas à parte da população mundial não conformada com a narrativa oficial). A iniciativa da maioria esmagadora de Estados afectados pelo vírus constitui - convém registá-lo - uma novidade histórica. Nunca até aqui, fosse em que circunstâncias fosse, um governo tinha experimentado praticar, em simultâneo, semelhantes crimes sobre a massa governada.

A propósito da perigosidade extrema do virús gripal de Wuhan, nunca confirmada pela ciência e sempre apoiada em projecções criadas por modelos matemáticos fundamentalmente errados, paralisou-se a economia global, inventaram-se novos pretextos para o exercício da censura, libertaram-se centenas de milhares de criminosos enquanto se prendiam as pessoas que tentavam desesperadamente salvar os seus pequenos negócios.

Está ainda metade do mundo neste inédito isolamento quando acontece algo banal: um polícia branco mata um civil negro, numa cidade dos Estados Unidos da América. Morrem em cada dia uma quantidade enorme de civis e de polícias por actividade criminosa nas cidades dos Estados Unidos da América. Civis negros que são mortos por polícias brancos, negros, amarelos, vermelhos e castanhos. Civis brancos que são mortos por polícias brancos, negros, amarelos, vermelhos e castanhos. Polícias brancos que são mortos por civis brancos, negros, amarelos, vermelhos e castanhos. Polícias negros que são mortos por civis brancos, negros, amarelos, vermelhos e castanhos e assim sucessivamente, porque há polícias de todas as cores, civis de todas as cores e vontade bastante de se matarem todos uns aos outros, na América entrincheirada dos tempos que correm.

Por causa da morte deste civil, levanta-se uma rebelião. Os protestos, que em princípio nem seriam permitidos em pleno lockdown anti-viral, passam rapidamente a motins que passam rapidamente a uma espécie de levantamento global contra o alegado racismo da polícia americana (talvez a força etnicamente mais diversa de entre todas as forças policiais do planeta). Uma boa parte das capitais dos estados federais americanos ardem e são pilhadas, sem que as autoridades intervenham de forma decisiva porque a capacidade autoritária tem limites e já tinha sido inteiramente consumida pelo fascismo que o Vírus de Wuhan gerou. E porque quando os porcos triunfam há sempre uns porcos que são mais iguais que outros. Morre montes de gente no processo. Civis e polícias de todas as cores, etnias e origens.

Também impunemente, civis em Londres e em Paris e em outras notáveis capitais europeias roubam lojas e destroem monumentos porque estão indignados com o comportamento criminoso e alegadamente racista de um polícia de Minneapolis.

Apoiada pelo activismo cínico e/ou pela cumplicidade operacional das celebridades, das elites, dos líderes políticos, dos gurus da economia e dos sicofantes da imprensa, que entretanto se esqueceram da obrigatoriedade do confinamento, a multidão revolucionária entra em modo de ocupação física e metafísica do espaço público e mediático, transformando fatias de cidades em repúblicas jacobinas e exigindo que a opinião pública se conforme a conceitos que, ainda no princípio deste ano, seriam impensáveis: desinvestir na polícia, mandam uns, acabar com ela de todo, demandam outros. Os governadores destes estados e os mayors destas cidades aplaudem entusiasticamente e pedem por mais exigências insanas, enquanto se ajoelham perante a turba em contrição constrangedora e patética, por serem uns tipos horríveis, principalmente horríveis se forem brancos. A seguir vão a correr para as respectivas assembleias legislativas e legislam e fazem aprovar de facto o desinvestimento na polícia e a abolição da segurança pública.

Entrementes, a estátua de Sir Winston Churchill, um dos pais da liberdade que já tivemos, cai na lama da revolução. A estátua de Abraham Lincoln, que foi capaz de uma guerra civil para acabar com a escravatura, cai na lama da revolução. Há livros que são queimados, filmes que são retirados do mercado, programas para crianças que avisam as crianças sobre os horrores do mundo racista em que elas vivem.

A realidade destes últimos seis meses supera qualquer exercício de ficção alguma vez sonhado e a velocidade a que a civilização ocidental está a ser terminada é completamente vertiginosa. Caminhamos a passos largos para um fim qualquer. Isso é nítido. E é claro que em História, os fins geram princípios. Mas é talvez sensato recordarmos que, como aconteceu durante a e depois da queda do Império Romano, os fins podem ser ensanguentados e os princípios podem demorar muitos séculos a acontecer. E esses séculos que separam os fins dos princípios são geralmente muito duros e cruéis e estéreis para o género humano.

A discoteca da minha vida: discos 26 a 30.

#26 - Head On The Door - The Cure

Ainda em 1985. Na minha modesta e, bem sei, polémica opinião foi esta banda que inventou o movimento alternativo que vai rebentar nos próximos cinco anos desta década. Não me venham com Joy Division ou coisa que o valha: o arame farpado sobre o cimento cru nas paredes do Incógnito foi inventado pelos The Cure. O género deprimido de adolescente vestido de preto que não gosta dele nem de ninguém foi inventado pelos The Cure. O dedo do meio mostrado aos futuristas e aos punks e aos metaleiros e à popalhada toda dos charts de vendas e aos parvos da MTV e a toda a gente que pudesse achar piada à bela vidinha burguesa ou problemático o complicado penteado de Robert Smith, esse dedo explícito foi mostrado de forma mais exuberante e felina, desconcertante e corajosa por estes senhores.
E o disco que gosto mais deles é este. "Head On The Door". São grandes canções atrás de grandes canções, completamente novas, completamente fora dos cânones da altura e quase invariavelmente donas de um balanço fabuloso, intrincadamente tricotado por riquíssimas harmonias melódicas e um impecável trato estético.
Next.





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#27 - Script Of The Bridge - The Chameleons

Lamento, mas temos novamente que voltar atrás. Peço que me perdoem os constantes soluços cronológicos mas este disco aqui, que na minha pobre cabeça estava localizado mais à frente no tempo, é de 1983, afinal.
A verdade é que os The Chameleons estavam de tal forma virados para a vanguarda dos seus dias que nem deviam perceber a necessidade de um retrovisor. Só pode ser.
"Script Of The Bridge" é o primeiro disco deles, mas é uma obra com tal poder, com uma convicção tão forte, com uma confiança artística de tal forma exuberante que podia bem ser o último.
Pós-punk de alta voltagem, desalinhado e grandioso, como um strob na caverna do futuro. Bum.




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#28 - Heartbeat City - The Cars

Este disco está dentro de mim e esta banda é tão de companhia da minha juventude que é difícil falar dela e se calhar é melhor estar calado e deixar que os The Cars façam a sua coisa maravilhosa.
E se escolho o mais sofisticado e aprazível "Heartbeat City", de 1984, podia com a mesma paixão eleger outro álbum anterior: Rick Ocasek está no Olimpo dos meus heróis pop-rock e é assim.




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#29 - Eliminator - ZZ Top

Não há maneira de sair da meia década dos anos 80. Mas, dê lá por onde der, estes hipsters antes do tempo, estes grandes e bem dispostos malucos, têm que constar desta lista-armadilha de que nunca mais vou escapar. Claro que a maior parte dos fans de ZZ Top preferirá o iniciático "Tres Hombres", residência paleolítica e lendária de "La Grange", mas eu elejo "Eliminator", de 1983. Por causa do que os senhores conseguiram fazer com um Ford Coupe muito velhinho que tinham para lá a enferrujar na garagem, claro, mas também porque é um poço sem fundo de grandessíssimas malhas. Nunca dois barbudos tinham até aqui conseguido fabricar tanto bom barulho eléctrico, desta maneira incessante. De "Gimme All Your Lovin" a "Legs" há toda uma juke box a rebentar com a escala cromática que vibra entre o folk e o hard rock. Sim, este disco é bastante comercial. Mas eu não gosto de música por ser comercial ou alternativa. Eu gosto de música. E gosto de ZZ Top. É como é.




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#30 - This Is The Sea - The Waterboys

Senhoras e senhores, The Waterboys. Os dois lados da lua convergem num único e épico plano inclinado, há uma rapariga chamada Johnny, um espírito que transcende a música e a velha Inglaterra, que apodrece. Há fenómenos poltergeist que ocorrem com arrepiante frequência na arte destes irlandeses barra escoceses que se juntaram por causa do folk céltico mas que acabaram por ser grandes no rock, partindo do arriscado princípio que o rock é um ritual de feitiçaria saxã, interrompido e complementado por poemas que podiam ter sido escritos na península helénica por volta do século quatro antes de Cristo.
O disco que escolho é “This Is The Sea”, mas o critério é o mais básico possível: por ser o álbum que reúne um número maior de máximas canções da banda.
No caso: “The Whole of the Moon”, The Pan Within", “Don’t Bang The Drum”, “Spirit” e “Old England”. 
Olho para a capa deste disco e percebo tarde demais que não é uma capa de um disco. É uma sacana de uma máquina do tempo.




A crise da Física, outra vez.

No seguimento do post anterior sobre o assunto, Sabine Hossenfelder, a conceituada matemática, cosmóloga e youtuber, explica como a Física está cristalizada há 40 anos e porque é que isso de apreciável e preocupante gravidade.




domingo, junho 14, 2020

Revolucionários do século XXI.



São feios, porcos e gordos. Delapidam estátuas e mostram o rabo à polícia. Não têm outro ideal para além do mais profundo racismo, da destruição niilista e da profanação obscena. Têm cursos superiores mas são ignorantes de tudo menos das esquinas onde se vende crack. Como são demasiado frágeis para serem batidos pela polícia, que é demasiado frágil para bater seja em quem for, vão tomar conta do mundo para o reduzir a cinzas. Se os deixarmos.

sexta-feira, junho 12, 2020

CovidHagen.

É difícil fazer do lockdown seja o que for de aprazível. E a maior parte dos vídeos que circulam por aí deste género, não superam o desafio, de todo. Mas há excepções, claro. E este clip, produzido pelo dinamarquês Christian Wienberg, é uma bela excepção.


terça-feira, junho 09, 2020

Máxima hipocrisia.

A prova provada de que fomos enganados em relação ao Covid 19 é a atitude dos profissionais de saúde "da linha da frente" no combate ao vírus, nos Estados Unidos dos últimos dias. Enquanto censuravam os que, há umas duas semana atrás, se manifestavam pacificamente pela abertura da economia, mostram-se agora na rua, solidários com as manifestações violentas e caóticas e sem qualquer preocupação com a pandemia, a propósito do episódio George Floyd. Se a hipocrisia fosse uma bomba nuclear, a América do Norte já tinha desaparecido do mapa.


Somos todos nazis.

O mundo está infestado de Nazis e Hitler, nos seus mais ousados sonhos de domínio planetário, nunca imaginaria que o Século XXI seria povoado por tantos judeus-nazis, homossexuais-nazis, negros-nazis, femininistas-nazis, vietnamitas-nazis, enfim, uma loucura de sexos e raças nacional-socialistas. Não acreditam? Então reparem bem (e riam-se um bocado disto tudo, já agora):


A crise da Cosmologia já é um facto inegável.

Já há muitos anos que escrevo aqui no blog sobre a falência da Física contemporânea. E enquanto nos primeiros anos que escrevia sobre o assunto, só uns poucos cientistas tinham coragem de dar a cara para enfrentar o problema, o que implicava que eu tinha mais trabalho para fazer valer os meus argumentos (cuja credibilidade podia facilmente ser posta em causa, já que sou um leigo), hoje já é mais fácil encontrar testemunhos credíveis, que me poupam tempo enquanto reforçam a validade do que tenho vindo a defender.
Logo à entrada deste primeiro vídeo de um série sobre a crise da Cosmologia, o Professor Eric J. Lerner, Cientista-Chefe da LPPFusion, faz um resumo das últimas notícias sobre a ruína do Modelo Standard vigente, das quais se destacam: que afinal o Universo está a expandir-se a uma velocidade muito maior do que era previsível (Scientific American, Março 2019), que continuamos sem saber se o universo é plano ou curvo (New Scientist, Novembro de 2019), e que não sabemos na verdade qual é o melhor método para medir o Universo (Wired, Novembro 2018). O mais espantoso nestas notícias é que implicam necessariamente um reboot do conhecimento científico sobre os cosmos.
O problema, como muito bem explica o Eric J. Lerner, não é porém, novo. É até velho de quase um século. E tem a ver com dogmas fundamentais do modelo materialista newton-einsteiniano que estarão, muito provavelmente, errados. Um desses dogmas é o do Big Bang, que é cientificamente deficiente, conforme o bom do Professor explica muito melhor do que eu poderia tentar. Quem gosta de ciência a sério, ou quem gosta a sério de ciência, deve prestar atenção a este vídeo.


quinta-feira, junho 04, 2020

Afinal o Covid-19 já não é uma ameaça.

Exactamente os mesmos órgãos de comunicação social que espalharam o medo e amaldiçoaram quem colocava em dúvida os méritos do lockdown e aqueles que protestaram pacificamente por quererem salvar os seus pequenos negócios, celebram agora a violência generalizada, os motins, as pilhagens e as massivas manifestações de protesto, sem qualquer distanciamento social, nos Estados Unidos, em Inglaterra e em França, a propósito da trágica morte de George Floyd.

Assim sendo, das duas três: ou o vírus desapareceu de um dia para o outro, ou não é assim tão perigoso e resta perguntar porque raio é que foram tomadas as medidas draconianas que todos conhecemos, ou a imprensa nacional e internacional tem uma agenda que é apenas política e bastante fascizante. Não há maneira de encontrarmos aqui um meio termo, pois não?



A evidência de que o Covid-19 foi utilizado como manobra política é gritante. E ainda assim, há milhões e milhões que não querem ver. Que não querem saber. É assustador.

quarta-feira, junho 03, 2020

O lápis azul ataca outra vez.

Fui novamente censurado pelo Facebook. E sem direito a notificação, pelo menos até agora, 7 horas depois do facto. Desta feita, aceito metade da razão inquisitiva: o post em causa, que publiquei na madrugada de 1 de junho e também aqui no blog, insultava ninguém em particular mas uma boa fatia da humanidade em geral, com brutalidade vernacular. É verdade. Estava enervado. Saíram palavrões.

Persiste porém a outra metade do racional que me irrita de sobremaneira: há montes de gente que se ofende nas redes sociais e todos os ofensores são igualmente imbecis como eu, mas apenas são censurados certos ofensores que são menos iguais que outros. Acontece a coincidência extremamente coincidente de que os ofensores que são menos iguais que outros (clube de que pelos vistos passei a ser membro) têm a ousadia obscena de discordar das narrativas dominantes sobre isto ou aquilo.

É irónico que o post censurado tenha origem e justificação na notícia de que o CDC, a autoridade de saúde americana que as big tech verificam como fiável, reconhece que a taxa de mortalidade do Covid-19 pode afinal não exceder os 0,26%. Portanto: um óbito por 400 infectados.

É irónico que uma rede social, que paga menos impostos e está menos exposta à responsabilidade judicial sobre os conteúdos que coloca online - por não ser plataforma editorial mas fórum do discurso público - assuma que é legítima a edição da minha página.

Uma coisa é exercer aqui actividade criminosa. Por exemplo: dar uma morada de alguém que eu não gosto e incentivar a malta a ir lá fazer violência (acreditem ou não, as redes sociais estão cheias de casos desses, sem que os autores vejam os seus posts ou as suas contas suspensas). Outra coisa é eu ser um malcriadão que escreve palavrões dirigidos a ninguém em particular e a uma boa fatia da humanidade em geral. Quererá o Facebook fazer de mim uma pessoa mais bem educada, é isso? Estará o Facebook preocupado com o que os meus amigos - na verdade a completude da minha querida mas estatisticamente insignificante audiência - podem pensar de mim? Será intenção do Facebook poupar os meus amigos à violência retórica do post enervado?

Claro que não.

O que chateia o programa lindo e linear e uníssono do Facebook são as opiniões sobre isto ou aquilo que as pessoas fora do baralho têm a ousadia de publicar na plataforma.

E é óbvio que fui censurado por uma linha do algoritmo, daquelas básicas. Essa não é a questão. A questão é que o algoritmo existe. Foi imaginado por alguém. Calculado por alguém. Codificado por alguém. E aceite como normal por todos.

Bem sei que metade de vós, ou bem mais, gentis e pacientes leitores deste texto, vão pensar que dramatizo. Que vivemos livres e tranquilos e que as sociedades estão a evoluir na direcção certa e isso tudo. Mas garanto-vos isto: hoje sou eu, por causa de ser mal criado ou de ter opiniões perigosas ou o que seja. Amanhã serão vocês. Exactamente pelas mesmas razões. Porque as vossas opiniões que são bem educadas e sensatas e pacíficas na noite de hoje, podem completamente ser insurrectas e censuradas já na tarde de amanhã. Tudo depende do critério de quem manda, que é volátil e sobre o qual vocês, amigos, já não têm qualquer controlo.

terça-feira, junho 02, 2020

A discoteca da minha vida: discos 21 a 25.

#21 - The B-52's - The B-52's

Temos que regressar a 1979, porque estou a ficar completamente senil e tinha-me esquecido dos espalhafatosos barra estapafúrdios e sensacionistas e dadaistas e malabaristas-acrobatas, mestres de cerimónias do mais prodigioso circo dançante no cosmos conhecido: The B-52's. Como é que um gajo se esquece desta coisa gritantemente amarela? Vou já marcar uma consulta.
O primeiro disco destes gloriosos malucos das máquinas harmónicas é uma obra prima da pop, claro, sublime elogio da lagosta, do despropósito cromático e das viagens no espaço feitas em naves de polipropileno, que só podia entrar com espampanante estrondo nesta lista sem juízo nenhum.
So let's dance this mess around, shall we?







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#22 - Love - The Cult


1985, estação das chuvas e chegaram os índios. Vestem-se como renegados de um spaghetti western, transpiram cool por todos os poros (Ian Astbury deve ser o vocalista rock com mais pinta da história universal do estilo) e apresentam à audiência mundial um palco sonoro místico e tremendamente poderoso.
Este disco aqui são tardes e tardes com amigos de liceu, a fumar cigarrinhos para rir e a ser feliz só por causa dos The Cult existirem. São noites e noites no Dois Mil, a abanar a cabeça numa variação suburbana de êxtase tribal. "Love" é uma pedra preciosa na calçada da minha vida. Um ritual oculto, performado sob uma tempestade eléctrica no deserto dos desertos. Um altar de riffs implacáveis e olímpicos, que trazem notícias dos Deuses. E os deuses estão irados como o raio.
Dez estrelas em cinco possíveis.





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#23 - Steve McQueen - Prefab Sprout

VE·LU·DO • vəˈludu
1. Substantivo masculino
Tecido de seda ou algodão, com pelo curto e macio numa das suas faces. Figurativamente: Objeto ou superfície muito macia.
2. Adjectivo
Que tem lanugem, felpudo.
Macio, meigo, manso.
Como veludo i. e. "Steve Mcqueen", o segundo álbum de estúdio dos Prefab Sprout, editado em Junho de 1985.
3. Botânica
(Celosia cristata) plural planta herbácea, da família das Amarantáceas, nativa de regiões tropicais, tem folhas lanceoladas e inflorescências densas, com flores aveludadas que podem apresentar diferentes cores.
Em Cabo Verde e na Guiné-Bissau: fruto silvestre, pequeno, castanho e muito doce.
Do baixo latim villūtu-, de villu-, «pelo»
Sinónimos: amaranto, crista-de-galo, felpudo, galocrista, lanudo, macelão, veloso, veludilho, prefab sproutiano.




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#24 - Born In The USA - Bruce Springsteen
Todos os verdadeiros fans do patrão de New Jersey vão discordar de mim, mas eu acho que "Born In The USA" é o melhor disco de Bruce Springsteen. E acho isto por um conjunto de razões muito simples: este disco é mais consistente que todos os outros (todos os temas são excelentes temas). É mais descomprometido que todos os outros (o Bruce sempre gostou de pensar que é um rocker de intervenção e às vezes isso tornava-o bastante aborrecido). É mais dançável que todos os outros ("Dancing in the Dark" é um clássico da pista de dança, e foi composto para ser isso mesmo, quer queiram quer não). Além disso, inclui a musiquinha de ninar mais erótica que Bruce alguma vez criou - ou que é possível criar, dada a intrincada combinação de referências.
Este disco faz completamente parte da minha vida, sim. E tele-transporta-me para a adolescência a uma velocidade assustadora. A música, quando atinge um certo grau de magnificência, tem esse poder sobre o espaço-tempo. E "Born In The USA" é magnificente.




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#25 - Soul Mining - The The

Não consigo escapar à primeira meia década dos anos 80. Por alguma razão será. E uma boa razão é Matt Johnson. "Soul Mining" ficará para sempre na minha memória auditiva como um estranho tango pop, revolução de concertinas avan-garde e marchas pianísticas que tentam desesperadamente acompanhar um esquema rítmico quase militar, se conseguirmos imaginar uma banda gay na parada do Regimento de Comandos da Amadora.
Soul Mining é um disco diferente de tudo, que balança loucamente entre géneros díspares, embrulhados num equilíbrio impossível e genial que dá vida própria aos tornozelos de qualquer um. Ninguém consegue rotulá-lo (a Wikipédia chama-lhe New Wave o que é um disparate de todo o tamanho). Ninguém consegue defini-lo. Ninguém consegue realmente compreender esta banda de um homem só, The The, capaz de criar o inacreditável palco sonoro para uma orgia patrocinada pelos deuses, habitada por diabos e cancelada pelos vizinhos. Disquinho espectacular.



segunda-feira, junho 01, 2020

Gandalf, meu amor.


Meu amor de cão porreiro, que salvei em boa hora:
Dorme com os olhos abertos e a língua de fora.

Meu amor de cão velho, jovial como um cachorro;
Cego e surdo e nem gritas por socorro.

Meu amor de cão branco, Gandalf, o feiticeiro;
Paciente podengo e doce rafeiro.

0,26% de vergonha na cara.


É por estas e por outras que perdi qualquer vestígio de espírito dialéctico: não me venham com merdas, este episódio do Covid 19 vai ficar para a história como um dos mais graves erros cometidos pelos governos ocidentais na história universal da incompetência humana. Já para não falar da vergonha que recai sobre a imprensa (toda a imprensa, sem excepções), claro. E não esperem retracções. Quem não tem vergonha na cara, também não vê o reflexo no espelho.
Agora pensem: se uma gripe com um índice de mortalidade de 0,26% gerou as calamidades que gerou, o pânico que gerou, os danos económicos e sociais que gerou, a infame limitação das liberdades mais fundamentais que gerou, imaginem o que vai acontecer à civilização quando for ameaçada por um perigo real, seja uma epidemia ou uma guerra, um impacto meteórico ou uma erupção vulcânica. Sim, pensem bem nisto da próxima vez que forem votar ou que entreguem a vossa declaração de rendimentos. Pensem bem se não será melhor começarem a pensar com a vossa própria cabeça. Se não será melhor começar a cercear o poder dos estados e dos crápulas que os infectam. Pensem bem de cada vez que contribuem para validar as elites que temos, os jornalistas que temos, os empresários que temos.
Cambada de coninhas, todos eles.