Esta banda bomba desde 1982, mas temos que chegar a 86 para que, no meu muito idiossincrático juízo, os excepcionais Talk Talk mostrem o seu melhor discurso. "The Coulour of Spring" apresenta à audiência uma profundidade lírica e melódica que é difícil menorizar. Enquanto a percussão segue por novos caminhos nas oito faixas desta pequena maravilha, os Talk Talk concedem que é suposto venderem discos apenas em três delas. O resto é uma espécie de Roxy Music num cabaret de jazz. O cool deste disco não conhece limites e sim, os Talk Talk viviam e vivem num mundo à parte, paraíso perdido para génios esquecidos.
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#32 - Darklands - The Jesus And Mary Chain
1987. Os céus de Abril prometem sacrifícios e ameaçam com guitarras. O amplificador vai ter um ataque de coração, as colunas reverberam como condensadores eléctricos e o mundo fecha-se em trevas rebeldes, debaixo do sol.
Que disco do caraças.
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#33 - Mainstream - Loyd Cole and The Commotions
“Guess you were born lucky mister ain't life sweet?
All you have to do is crawl.”
Entre 1984 e 1987 Loyd Cole viajou, meteoricamente, do anonimato ao estrelato, com 3 discos de rajada. No entretanto deixou uma marca na minha vida. O seu terceiro trabalho, o mais comercial, mas também o mais irónico (Cole goza que se farta com a própria fama), não se chama “Mainstream” por acaso. E também não por coincidência foi produzido por um rapaz que sabia atingir picos de vendas, como Ian Stanley, dos Tears for Fears. Ainda assim, é o álbum que elejo porque me parece, sinceramente, o mais maturo, em termos técnicos e criativos.
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#34 - Sonic Flower Groove - Primal Scream
O desafio mais difícil até agora, nesta enciclopédia do meu gosto duvidoso, foi escolher um disco entre os cinco que conheço dos Primal Scream (eles editaram 11, entre 1987 e 2016). Do glorioso “Screamadelica” ao explosivo “Riot City Blues”, a banda grita groove! por todos os lados e é absolutamente por mérito próprio um calhau enorme na história das pedras rolantes.
Mais a mais, os Primal Scream são até responsáveis por dar génese à minha tese antiga que bandas com bons substantivos próprios são geralmente boas bandas. Que parvo sem talento nenhum é que se ia lembrar de chamar “Grito Primordial” ao seu agrupamento musical para a animação de casamentos? Só mesmo o bom do Bobby Gillespie é que seria capaz deste atrevimento, muito porque sabia bem o talento que guardava em stock e aquilo que estava a fazer no panorama musical da altura.
Como sou um entusiasta inveterado destes senhores, decidi armar-me em purista (o que é raríssimo, como já devem ter reparado) e eleger o produto da primeira vez que os rapazes meteram os pés num estúdio para gravar decentemente qualquer coisinha gira. O resultado dessa iniciática aventura é “Sonic Flower Groove” uma experiência psicadélica e melosa, como um mezcal com duas minhocas de sexos diferentes lá dentro.
Banda gigante.
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All you have to do is crawl.”
Entre 1984 e 1987 Loyd Cole viajou, meteoricamente, do anonimato ao estrelato, com 3 discos de rajada. No entretanto deixou uma marca na minha vida. O seu terceiro trabalho, o mais comercial, mas também o mais irónico (Cole goza que se farta com a própria fama), não se chama “Mainstream” por acaso. E também não por coincidência foi produzido por um rapaz que sabia atingir picos de vendas, como Ian Stanley, dos Tears for Fears. Ainda assim, é o álbum que elejo porque me parece, sinceramente, o mais maturo, em termos técnicos e criativos.
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#34 - Sonic Flower Groove - Primal Scream
O desafio mais difícil até agora, nesta enciclopédia do meu gosto duvidoso, foi escolher um disco entre os cinco que conheço dos Primal Scream (eles editaram 11, entre 1987 e 2016). Do glorioso “Screamadelica” ao explosivo “Riot City Blues”, a banda grita groove! por todos os lados e é absolutamente por mérito próprio um calhau enorme na história das pedras rolantes.
Mais a mais, os Primal Scream são até responsáveis por dar génese à minha tese antiga que bandas com bons substantivos próprios são geralmente boas bandas. Que parvo sem talento nenhum é que se ia lembrar de chamar “Grito Primordial” ao seu agrupamento musical para a animação de casamentos? Só mesmo o bom do Bobby Gillespie é que seria capaz deste atrevimento, muito porque sabia bem o talento que guardava em stock e aquilo que estava a fazer no panorama musical da altura.
Como sou um entusiasta inveterado destes senhores, decidi armar-me em purista (o que é raríssimo, como já devem ter reparado) e eleger o produto da primeira vez que os rapazes meteram os pés num estúdio para gravar decentemente qualquer coisinha gira. O resultado dessa iniciática aventura é “Sonic Flower Groove” uma experiência psicadélica e melosa, como um mezcal com duas minhocas de sexos diferentes lá dentro.
Banda gigante.
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#35 - Love Hysteria - Peter Murphy
Já bem dentro da segunda meia década dos anos 80, esta figurinha torna-se incontornável. Mais uma vez, ponho-me muito a jeito para ser criticado por esquecer os subterrâneos, góticos e deprimidos Bauhaus enquanto elogio o posterior reportório do seu vocalista, um pouco mais comprometido com a indústria discográfica, mas a verdade é que Peter Murphy ocupou muito mais espaço acústico na sala de concertos da minha vida. Até vi o senhor naquelas posições impossíveis que ele assumia em palco por duas vezes. Devo ser um fã.
O Disco que escolho é o segundo, “Love Hysteria”, pela razão descomplicada do costume: é o que gera mais hits por minuto.
Next.