quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Rocketville #6 - Inspiration Mars

A new nonprofit led by the world's first space tourist is mounting an ambitious plan to launch the first manned mission to Mars in 2018, a voyage that could include an adventurous married crew.


The project, led by American millionaire Dennis Tito  - who paid his own way to space in 2001 - aims not to land people on the surface of the Red Planet, but to take advantage of a rare planetary alignment that would allow a relatively easy, quick flyby of Mars.

Tito hopes to choose a space capsule and rocket from among those already on the market, and modify them to carry two people to Mars and back in 501 days.

And to combat the loneliness and isolation that would doubtless set in during such a mission, Tito is proposing something that's never been tried before: sending one male and one female, preferably a married couple.

"When you're out that far and the Earth is a tiny, blue pinpoint, you're going to need someone you can hug," Tito told SPACE.com. "What better solution to the psychological problems you're going to encounter with that isolation?"

For another, the mission will need novel life support systems and radiation protection technology to keep the crew alive and healthy.

In
 space.com - Wanted: married couple for private Mars Voyage in 2018 - Feb. 27

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Circo Máximo.

Vinte por cento dos italianos votaram num palhaço. Não percebo a admiração: a quase totalidade dos europeus já é governada por palhaços e ninguém se espanta por causa disso.
Se o infame apocalipse humano que dá pelo nome de Herman José fosse candidato a primeiro ministro, não seria melhor nem pior, aposto, que alguns - senão todos - dos mais proeminentes candidatos a primeiro ministro que tivemos na Terceira República - e nas outras duas!
O grilo italiano não é muito diferente dos demais insectos que infestam este grande circo do ocidente. É feio como o raio, mas, que eu saiba, a classe política europeia não prima pela elegância.
É estúpido até mais não, mas, que eu saiba, a classe política europeia não prima pela inteligência.
É grotesco. Como os seus pares.
É obsceno. Se nao fosse obsceno, não chegava a dois por cento.
Tem, portanto, tudo o que é preciso para ser uma potência.
Uma potência!

Era uma vez uma civilização.

Momentos de glória: Jones vs. Prost - 1981



Depois de vinte e tal voltas de um duelo épico, Alan Jones faz algo de absolutamente virtuoso.
Um momento olímpico, retirado do tempo em que a Fórmula 1 era um espectáculo emocionante. Do tempo em que os pilotos conduziam os automóveis em vez de serem conduzidos por eles.

sábado, fevereiro 23, 2013

Cuidado com o poema

Advertência
isto aqui que estás a ler não é nenhum monumento homérico
decassilábico heroíco
armado em parvo
armado aos cucos e
armado até aos dentes de truques
artimanhas e xico espertezas
este poema não está aqui para contar as sílabas
nem para qualquer tipo de saga épica
paneleira e
transcendental
não

Este poema não gostava de ir ao cú ao primo mais novo
como o outro sacana que pensava que era bastardo de apolo mas era só
um filho da puta dos últimos
não

Este poema não está aqui para assinalar barões ou dobrar o cabo
este poema não pretende conciliar os deuses perder o paraíso ou resgatar helena
este poema quer que a helena se foda
este poema não tem pressa nenhuma de voltar para casa e
nunca vai ter medo de sereias
nem pensar nisso

Este poema não ia agora começar a rimar nem faz
figuras de estilo nem usa 
papel higiénico nem canta
glórias e ainda por cima
cheira mal dos sovacos

Este poema é
um chorrilho nem mais
nem menos que a consequência nefasta
da tendência que as palavras têm para se agregarem

As palavras são uma tribo extremamente solidária mas
este poema não tem pretensão alguma de ordem
sociológica
antropológica
política

Este poema não quer fazer ciência nem vai à missa
não está apaixonado nem
revoltado nem
promete revoluções
este poema não acredita nos amanhãs que cantam nem
em nada que se pareça

Este poema não serve a sintaxe nem obedece a cânones
isto aqui que estás a ler porque não tens nada melhor que fazer
triste leitor
é um poema que não está cá com merdas
tem uma pila um pulmão um olho em cima
um outro em baixo e
está de cócoras

Advertência
este poema está de cócoras

O chinês come de cócoras
que é como cagam no campo os que não são chineses
excepto os indianos que também comem de cócoras
mas são os únicos que comem como os chineses
porque o resto da humanidade gosta de manter os pés afastados do guisado e
é por isso que este poema também tem um estômago

Dentro do estômago deste poema encontrarás jonas
mas não a baleia por deus
dentro do estômago deste poema encontrarás
aqueles objectos cortantes e perigosos que as pessoas engolem
ou submetem de outras formas ainda mais interessantes
para dentro do organismo e que
no meu tempo
os hospitais gostavam de mostrar ao respeitável público

O respeitável público deve saber
que este poema nunca ouviu falar de walt whitmann ou de
baudelaire e
pensa que ovídio é um aviário no freixial

Este poema acha que o ezra pound podia estar calado
mais vezes
porque o ezra pound para canário fala que se desunha
a tia arminda já o levou à televisão mas durante o directo o cabrão do ezra
calou-se muito bem caladinho
uma vergonha

Este poema faz criação de canários falantes, a saber
garcia lorca  william blake  dylan thomas  álvaro de campos
o canário mais tagarela de todos era o pablo neruda
mas um dia foi cheio de tesão atrás de uma pomba e quando deu por ela
estava estatelado no quintal da tia arminda
uma ratazana decente deu-lhe a graça de um fim rápido que ele
não merecia

Advertência
não esperes encontrar neste poema a fé que não tens
a juventude que perdeste
ou qualquer coisa de realmente significativo para ti
porque não se trata aqui de te salvar
de te elevar o espírito
de te enebriar os sentidos
inocente

Este poema não tem uma missão
nem quer libertar os oprimidos
alimentar os esfomeados
ou redimir os injustiçados

Este poema não está preocupado com o aquecimento global
aliás este poema não está preocupado ponto

Este poema não tem medo de morrer

Este poema não quer ser literatura quando for grande

Este poema não quer ser pop
não quer ser cool
não quer meter coca
não quer ir para a cama com ninguém

Este poema compra a roupa interior no lidl

Este poema não está para ninguém e
não gosta que lhe batam à porta e
não atende o telefone principalmente para não ter que mandar bardamerda
a menina do callcenter
que não tem culpa de ignorar horácio e
de nunca ter lido virgílio
este poema também ignora e também nunca leu
nem quer ler
porque este poema não sabe
nem quer saber

Este poema está-se nas tintas e
está de saída e
faz a devida vénia e
com um peidinho
sai de cena

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Replicant Power #4



Blade Runner | Ridley Scott | 1982

Replicant Power #3



It's gonna
It's gonna
It's gonna
It's gonna happen soon.

We're gonna
We're gonna
We're gonna
We're gonna let it pass right through us,
let it pass right through us.

There is a
There is a
There is a
There is a tunnel here.

We're gonna
We're gonna
We're gonna
We're gonna bring the silence down there,
redesign our lives there.

It's gonna
It's gonna
It's gonna
It's gonna rain away.

But still
But still
But still
But still the sleep's inside us
Until someone unties us.

Is it dead enough?
Is it still enough?
Will it replicate
Inside our bodies now?

Is it dead enough?
Is it still enough?
Will it replicate
Inside our bodies now?

We're waiting
We're waiting
We're waiting
We're waiting underground.

How can we?
How can we?
How can we?
How can we extricate ourselves enough
or fight something that's part of us?

Is it dead enough?
Is it still enough?
Will it replicate
Inside our bodies now?

Is it dead enough?
Is it still enough?
Will it replicate
Inside our bodies now?


Fanfarlo | Replicate

Replicant Power #2




Uma equipa de médicos e investigadores da Suécia colocou num paciente uma prótese com eléctrodos ligados ao cérebreo que permite um controlo facilitado da prótese e mais movimentos.
O avanço muda completamente o potencial dos membros prostéticos utilizados por pessoas com amputações. Um paciente sem braço sofreu uma operação para conseguir ter controlo cerebral sobre um braço protético no Hospital Universitário de Sahlgerenksa, que pertence à Universidade de Gotemburgo, na Suécia.
Na cirurgia, colocaram eléctrodos neuromusculares no cérebro deste paciente que ficam ligados à prótese. A tecnologia foi desenvolvida por Max Ortiz Catalan, supervisionado pelo médico que liderou a cirurgia, Rickard Brånemark, numa parceria entre a Universidade Técnica de Chalmers e o Hospital Universitário de Sahlgerenksa.
“A nova tecnologia é um importante avanço que tem muitas vantagens relativamente à actual tecnologia de braços artificiais, que hoje oferecem uma funcionalidade muito limitada nos pacientes que têm membros em falta”, diz Rickard Brånemark.
Os médicos serviram-se do osso do antebraço para ancorar a prótese. Colocaram uma peça de titânio integrada no osso que, depois, serve para se ligar ao novo braço artificial. A técnica “permite ao paciente ter um grau completo de movimento, menos problemas relacionados com a pele e uma sensação mais natural de que a prótese faz parte do corpo”, explica Rickard Brånemark em comunicado. “Dá uma maior qualidade de vida aos amputados.”
In Público - 22/02/13

A Late Quartet



A propósito deste muito gratificante, intimista e instrutivo filmaço, fica a seguir o sétimo movimento do Opus 131 (separado dos restantes, muito contra a vontade do autor), que é porventura o mais célebre dos "late quartets" de Beethoven, a obra-prima que silenciou Schubert e que Schumann pediu para ouvir antes de morrer. Um momento de assombroso apuro estético.

sábado, fevereiro 16, 2013

Armagedãozinho.



As imagens (e os sons) que reportam a recente queda de meteoritos na Rússia central têm uma ressonância meio hollywoodesca que me arrepia. Há aqui um desenho do medo que julgo reconhecer, uma cenografia do fim com a qual a minha retina parece familiarizada.
A trajectória súbita, o clarão solar, a explosão balística contribuem para este verdadeiro simulacro do dia do juízo final.
Somos tão frágeis e estamos tão indefesos, nós, aqui na Terra.

terça-feira, fevereiro 12, 2013

domingo, fevereiro 10, 2013

As virtudes da violência.


I

Escapa-me o senso demente
Que ignora a utilidade da vara.
O que não falta para aí é gente
A precisar de apanhar na cara.

O infante que guincha e grita
Com birra, briga e banzé,
Precisa da paz que levita
Na inércia de um pontapé. 

E a velha que, esganiçada,
Ofende o silêncio da noite,
Muito melhor seria calada
Pelo favor de um açoite.

Era capaz de levar tudo a eito
(Cadeiras a voar na esplanada!),
O que há a fazer bem feito
É correr tudo à estalada.



II

Escapa-me o senso pacifista
Que esquece a virtude bruta.
A certa estupidez recordista 
Somente a violência dá luta.

A cura para o socialista
É um punho em soco fechado.
E o remédio para o islamita
É um tomahawk teleguiado.

Os progressos da medicina
E da civilização europeia
Não roubam mérito à vacina
De uma valente tareia.

Era capaz de levar tudo a eito
(Mão direita erguida num falo),
O que há para fazer bem feito
É correr tudo ao estalo.



III

Escapa-me o senso infantil
Que olvida a justeza do tabefe.
Há para aí muita gente vil
Precisada do carrasco-chefe.

O adolescente insolente,
Mais vaidoso que um jacinto,
Perde as peneiras de repente
Com a fivela de um cinto.

E sim, há que sovar o animal
Que convoca na net a milícia 
Para ir em nome da moral
Agredir a calçada e a polícia.

Era capaz, com todo o respeito
(Mão erguida numa caralhada),
De refazer Portugal, bem feito,
Com uma carga de porrada.

As virtudes da solidão.

Hegel escreveu um dia que o homem se distinge da restante prole de deus porque apresenta a capacidade - única no reino animal - de enlouquecer. A loucura - que não a inteligência - é o vero fogo de Prometeu. A marca do Homem.
Ora, parece-me a mim que, para enlouquecer, é necessária a solidão. Ninguém, por decência, enlouquece em companhia, e não é por acaso que Nietzsche ridicularizava os filósofos casados. A filosofia requer uma dose generosa de demência e esta não se consegue na justa quantidade quando o pensador decide viver a pares.
Assim sendo, temos, por causalidade matemática, que a solidão é ferramenta pertinaz para o homem atingir a sua singular essência insana, esse estado mental que o separa da selvajaria.
Isto tudo a propósito de mais um magnífico post no School of Life.

Os novos dez mandamentos.


Alain de Botton, o genial autor de 'Religion for Atheists" e "Como Proust Pode Mudar a Sua Vida"  fez o favor de publicar a 4 de Fevereiro, no School of Life, o seu manifesto de virtudes modernas. Brilhante e imperdível.

sábado, fevereiro 09, 2013

Anti-Facebook: aqui na orla da praia.

Aqui na orla da praia, mudo e contente do mar,
Sem nada já que me atraia, nem nada que desejar,

Farei um sonho, terei meu dia, fecharei a vida,

E nunca terei agonia, pois dormirei de seguida.


A vida é como uma sombra que passa por sobre um rio

Ou como um passo na alfombra de um quarto que jaz vazio;

O amor é um sono que chega para o pouco ser que se é;

A glória concede e nega; não tem verdades a fé.


Por isso na orla morena da praia calada e só,

Tenho a alma feita pequena, livre de mágoa e de dó;

Sonho sem quase já ser, perco sem nunca ter tido,

E comecei a morrer muito antes de ter vivido.


Dêem-me, onde aqui jazo, só uma brisa que passe,
Não quero nada do acaso, senão a brisa na face;

Dêem-me um vago amor de quanto nunca terei,

Não quero gozo nem dor, não quero vida nem lei.


Só, no silêncio cercado pelo som brusco do mar,
Quero dormir sossegado, sem nada que desejar,

Quero dormir na distância de um ser que nunca foi seu,

Tocado do ar sem fragrância da brisa de qualquer céu.


Fernando Pessoa 
In Poesia 1918-1930 , Assírio & Alvim

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Rocketville #5 - NASA Multi-Purpose Crew Vehicle

This spaceship, known as the Multi-Purpose Crew Vehicle (MPCV), will be based on designs originally planned for the Orion spacecraft. Orion was part of NASA's now-canceled Constellation program, which aimed to return astronauts to the moon by the 2020s.


President Barack Obama shut down the Constellation program last year, tasking NASA instead with sending people to an asteroid by 2025, and then to aim for crewed Mars missions by the 2030s. Modifying the Orion capsule design - rather than drawing up plans for an entirely new spaceship - should help make that feasible.

Lockheed Martin Corp., NASA's prime contractor for Orion, will continue work to develop the MPCV spacecraft. So far, NASA has already invested a little more than $5 billion in the spaceship, which is pretty far along.
For example, Lockheed has already built a full-size mock-up vehicle, called a Ground Test Article, and will soon subject it to a series of rigorous trials at a facility in Colorado.

The gumdrop-shaped MPCV is about 16.5 feet (5 m) wide at its base and weighs about 23 tons. The space capsule will have a pressurized volume of 690 cubic feet (20 cubic meters), with 316 cubic feet (9 cubic m) of habitable space, according to an official description. It's designed to carry four astronauts at a time and return to Earth with splashdowns in the Pacific Ocean off the California coast.


The spacecraft will be NASA's primary vehicle for delivering astronauts to destinations beyond low-Earth orbit, such as asteroids or Mars. Such journeys would take months, and the four astronauts won't be cooped up in the cramped MPCV the entire time. Rather, the capsule will meet up with some type of habitation module in space, making the trip much more comfortable.


The MPCV is designed to be 10 times safer during launch, re-entry and landing than its predecessor, the space shuttle. Much of this improved safety comes from a launch-abort system, which can steer the crew away from its rocket in case anything goes wrong during liftoff. The space shuttle has no such capability.


The MPCV will be capable of performing a variety of in-space activities, such as rendezvousing and docking with other craft. And astronauts aboard the MPCV will be able to perform spacewalks.



terça-feira, fevereiro 05, 2013

Rocketville #4 - Tycho Deep Space II


Tycho Deep Space II is the third generation space capsule based on lessons learned and technology transferred from previous Copenhagen Suborbitals space capsules and the final suborbital mission scenario.

The R/D of TDSII began fall 2012 and will continue until a final flight model has been tested on a suborbital trajectory. The flight date and year is unknown but is likely to be 2014 or 2015.

TDSII is a space capsule holding one person on a suborbital trajectory above the Karman-line. The final apogee is unknown so it can only be identified at 100+ km. So far, the capsule will be launched at sea on a Copenhagen Suborbitals catamaran, flown into space and performing a splashdown at sea. Total air time is estimated to be approximately 20 minutes.

More data on this project here.