O Imperial College publicou recentemente um paper que faz estimativas credíveis sobre o número real de infectados em 10 países da Europa. Neste quadro que retirei do paper, mostram-se as projecções (com intervalo de credibilidade de 95%).
Daqui podemos fazer contas para chegar a taxas de mortalidade do C-19 bastante mais fidedignas. Assim:
Alemanha
População - 82 milhões
Infectados - 0,72% - 590.400
Óbitos C-19 - 2.719
Taxa de mortalidade C-19 - 0,46%
Bélgica
População - 11 milhões
Infectados - 3,7% - 407.000
Óbitos C-19 - 3.346
Taxa de mortalidade C-19 - 0,82%
Espanha
População - 46 milhões
Infectados - 15% - 6,9 milhões
Óbitos C-19 - 16.480
Taxa de mortalidade C-19 - 0,23%
França
População - 67 milhões
Infectados - 3% - 2,01 milhões
Óbitos C-19 - 13.832
Taxa de mortalidade C-19 - 0,68%
Dinamarca
População - 5,7 milhões
Infectados - 1,1% - 62.700
Óbitos C-19 - 260
Taxa de mortalidade C-19 - 0,41%
Itália
População - 60 milhões
Infectados - 9,8% - 5,8 milhões
Óbitos C-19 - 19.468
Taxa de mortalidade C-19 - 0,33%
Noruega
População - 5,3 milhões
Infectados - 0,41% - 21.730
Óbitos C-19 - 119
Taxa de mortalidade C-19 - 0,54%
Reino Unido
População - 63 milhões
Infectados - 2,7% - 1,7 milhões
Óbitos C-19 - 9.875
Taxa de mortalidade C-19 - 0,58%
Suécia
População - 10 milhões
Infectados - 3,1% - 310.000
Óbitos C-19 - 887
Taxa de mortalidade C-19 - 0,28%
Suíça
População - 8,5 milhões
Infectados - 3,2% - 272.000
Óbitos C-19 - 1.036
Taxa de mortalidade C-19 - 0,38%
O estudo não inclui Portugal. Mas o Professor Jorge Buescu, que está a fazer um trabalho de tratamento estatístico da epidemia em Portugal verdadeiramente exemplar, calculou que estão infectados cerca de 1 em cada 30 portugueses. Assim sendo:
Portugal
População - 10 milhões
Infectados - 3,3% - 330,000
Óbitos C-19 - 504
Taxa de mortalidade C-19 - 0,15%
A taxa de mortalidade nestes 11 países europeus oscilará portanto entre um máximo de 0,82% na Bélgica e um mínimo de 0,15% em Portugal. A média dos 11 países é de 0,44%.
Mas se consultarmos os dados que circulam na comunicação social ou os que são apresentados pela Organização Mundial de Saúde, os números disparam loucamente. Fala-se em taxas de mortalidade de 9% em Itália, por exemplo. Porquê? Porque a taxa está a ser calculada apenas sobre o número de pessoas testadas, como é óbvio. E também porque a estratégia do susto é conveniente a alguns sectores do panorama político e geo-estratégico global, claro. O que é dramático é que são os números mais assustadores - e rotundamente falsos - que determinam as políticas de lockdown. E com elas, a falência técnica, a curto prazo, do Ocidente.