quarta-feira, abril 22, 2020

15 minutos para a posteridade.

O filme dos últimos 15 minutos da alunagem da Apolo 11 é indescritivelmente belo. A complexidade de instruções e indicações entre os astronautas e Houston, a quantidade de variáveis a dominar em tempo real, o risco enorme e a pressão emocional decorrente da natureza pioneira da missão, contrastam loucamente com a incrível calma dos protagonistas e com a precisão técnica da operação.
Porque às tantas se percebe que o computador falha na determinação do local de aterragem, escolhendo uma zona muito irregular, Armstrong vê-se obrigado a activar o modo manual, quando tem pouco mais de um minuto para concluir a manobra. Com espantoso sangue frio, conduz o módulo lunar com mestria até uma área mais propícia e quando finalmente termina a gloriosa descida, sobram apenas 17 segundos de combustível. O contacto com a superfície é suave e tudo está bem. Houston respira fundo: a Águia aterrou.



Esta magnífica sequência, que tem um carácter quase arqueológico, quase sagrado, não pode ser mais épica. Não pode ser mais inspiradora. Não pode ser mais bela. Não pode ser mais eloquente sobre o génio humano. Ainda assim, o post no Youtube apresenta cerca de mil dislikes contra 20.000 likes. Podemos extrapolar desta pequena mas significativa amostra que em cada 20 seres humanos há um atrasado mental. O problema é que se pensarmos que vivem 7,7 biliões de pessoas neste planeta, chegamos à conclusão que há pelo menos uns 35 mil milhões de atrasados mentais a complicar a existência. Convenhamos, é muito atrasado mental. Por sorte, nenhum deve ter infectado a missão da Apolo 11.