quinta-feira, outubro 28, 2010
A deserção como virtude #2
Tenho a declarar que desisti do meu país.
Sou agora e para sempre um homem sem nação, razão e raiz.
Quero lá saber, desertei, desisti de vez
de carregar e trazer comigo a história e o perigo de ser português.
Tenho a declarar que desisti de Portugal.
Já não forço o falso orgulho, já não separo do entulho o mito viral
que outrora deu mundos ao mundo.
Escapei apátrida do calabouço, ascendi deste poço sem fundo.
Tenho a declarar que desisti do meu país.
Vomitei toda a vergonha e lavei-me da peçonha, não dá para ser feliz
neste rectângulo mal frequentado,
bordel do inferno, pesadelo moderno à beira-mar plantado.
Tenho a declarar que desisti de Portugal.
As fronteiras antigas desta Europa de brigas guardam um lamaçal
habitado por filhos da puta e foras da lei.
Afonsos, sanchos e ramalhos, ide chupar caralhos: eu desertei.
Sou agora e para sempre um homem sem nação, razão e raiz.
Quero lá saber, desertei, desisti de vez
de carregar e trazer comigo a história e o perigo de ser português.
Tenho a declarar que desisti de Portugal.
Já não forço o falso orgulho, já não separo do entulho o mito viral
que outrora deu mundos ao mundo.
Escapei apátrida do calabouço, ascendi deste poço sem fundo.
Tenho a declarar que desisti do meu país.
Vomitei toda a vergonha e lavei-me da peçonha, não dá para ser feliz
neste rectângulo mal frequentado,
bordel do inferno, pesadelo moderno à beira-mar plantado.
Tenho a declarar que desisti de Portugal.
As fronteiras antigas desta Europa de brigas guardam um lamaçal
habitado por filhos da puta e foras da lei.
Afonsos, sanchos e ramalhos, ide chupar caralhos: eu desertei.
sábado, outubro 09, 2010
Subscrever:
Mensagens (Atom)