domingo, junho 10, 2012

Viagens na minha terra




POR MIKE BRAMBLE

Como eu previa, a selecção nacional de futebol demonstrou do que não é capaz. Apanhou uma Alemanha tibia e dali não conseguiu sair. Dia 12, a Dinamarca, a equipa mais forte deste grupo, no meu parco entender, irá explicar-nos muito bem o que é futebol com balizas. Ou jogamos a um nível estratosférico ou começamos a fazer as malas. A selecção de Fernando Gomes e de Paulo Bento tem vários equívocos em campo. Fora dele, não me avantajo a elaborar. Mas questiono! O que é que adianta ou atrasa Miguel Veloso, só para início de conversa?
Mas hoje não venho aqui para isto, até porque não me apetece ser rifado em profeta da desgraça. O que é que me interessa? Tive dois fins-de-semana maravilhosos. Seguidos, ainda por cima. E devo-os a muita gente. Começando pelo Paulo Hasse Paixão e pela sua parceira de vida. E com um carinho especial para a minha cara-metade, mais gira que eu, claro, a enorme Maria João.
Este sábado, a convite de vários amigos, de que haverei de falar noutra ocasião, habitei a “minha terra” lusitana. Com o Garrett, Almeida, sempre na feliz lembrança.
Há uma semana deliciei-me em Freamunde, Guimarães e Amarante. Delineámos um roteiro notável. De amizade, civilização e outros sinónimos, como boa comida e boa bebida. Este sábado voltei ao Vale de Santarém, terra magnífica, onde ainda se trabalha a sério. Nasci em Moçambique, onde não mais voltei desde 1973, mas o meu território de preferência é certamente o Ribatejo. E fico contente por que continue a ser frequentado por gente boa, que me atura, que me entende, que me acolchoa. Com boas migas, de broa e grelos, com bom azeite, digníssimo pão e valentes vinhos.
Gente que trabalha na terra e disso faz vida honesta. Pelo pujante Ribatejo sempre pugnarei! Homens e mulheres para quem a propriedade terratenente não é um roubo. E que, nas casas mais recomendáveis, mantém negócio florescente desde o último quartel do século XIX. Sem pedir subsídios ao Terreiro do Paço. Ou a Bruxelas…
Este é um exemplo de um País que resulta (obrigado, Paixão!) e que não está à procura de desculpas tontas.
Perante esta oportuna realidade, a selecção nacional de futebol deveria confessar-se às moscas…