POR MIKE BRAMBLE
Como eu previa, a selecção nacional de futebol demonstrou do que
não é capaz. Apanhou uma Alemanha tibia e dali não conseguiu sair. Dia 12, a
Dinamarca, a equipa mais forte deste grupo, no meu parco entender, irá explicar-nos
muito bem o que é futebol com balizas. Ou jogamos a um nível estratosférico ou
começamos a fazer as malas. A selecção de Fernando Gomes e de Paulo Bento tem
vários equívocos em campo. Fora dele, não me avantajo a elaborar. Mas
questiono! O que é que adianta ou atrasa Miguel Veloso, só para início de
conversa?
Mas hoje não venho aqui para isto, até porque não me apetece ser
rifado em profeta da desgraça. O que é que me interessa? Tive dois
fins-de-semana maravilhosos. Seguidos, ainda por cima. E devo-os a muita gente.
Começando pelo Paulo Hasse Paixão e pela sua parceira de vida. E com um carinho
especial para a minha cara-metade, mais gira que eu, claro, a enorme Maria
João.
Este sábado, a convite de vários amigos, de que haverei de falar
noutra ocasião, habitei a “minha terra” lusitana. Com o Garrett, Almeida,
sempre na feliz lembrança.
Há uma semana deliciei-me em Freamunde, Guimarães e Amarante.
Delineámos um roteiro notável. De amizade, civilização e outros sinónimos, como
boa comida e boa bebida. Este sábado voltei ao Vale de Santarém, terra
magnífica, onde ainda se trabalha a sério. Nasci em Moçambique, onde não mais
voltei desde 1973, mas o meu território de preferência é certamente o Ribatejo.
E fico contente por que continue a ser frequentado por gente boa, que me atura,
que me entende, que me acolchoa. Com boas migas, de broa e grelos, com bom
azeite, digníssimo pão e valentes vinhos.
Gente que trabalha na terra e disso faz vida honesta. Pelo pujante
Ribatejo sempre pugnarei! Homens e mulheres para quem a propriedade
terratenente não é um roubo. E que, nas casas mais recomendáveis, mantém
negócio florescente desde o último quartel do século XIX. Sem pedir subsídios
ao Terreiro do Paço. Ou a Bruxelas…
Este é um exemplo de um País que resulta (obrigado, Paixão!) e que
não está à procura de desculpas tontas.
Perante esta oportuna realidade, a selecção nacional de futebol
deveria confessar-se às moscas…