quinta-feira, outubro 13, 2005
O Prémio Nobel da Falta de Vergonha
A atribuição do Prémio Nobel da Paz a Mohammed ElBaradei e à sua Agência Internacional de Energia Atómica é um daqueles gestos completamente abstrusos do Comité Nobel Norueguês (este prémio não é atribuído pelos suecos mas os noruegueses fazem o favor de se manterem coerentes com a tradicional imbecilidade dos seus vizinhos), que só vem comprovar a total degradação moral, filosófica e política da Instituição.
Aparentemente, os vencedores foram distinguidos pelos "esforços para impedir que energia nuclear seja usada para fins militares e garantir que a destinada a fins pacíficos seja usada da maneira mais segura possível". Ora, deixem-me recordar que passaram apenas dois anos desde que esta deplorável criatura agora laureada, em discurso ao Conselho de Segurança da ONU, insistia que o programa nuclear do Irão se destinava exclusivamente à produção de energia para consumo doméstico e industrial... Nessa altura escrevi eu no Ocidental Praia:
Mohamed ElBaradei e a sua hilariante Agência Internacional da Energia Atómica ainda acreditam que as instalações nucleares iranianas estão a ser desenvolvidas com um fim pacífico. A ingenuidade ou cumplicidade deste senhor não tem paralelo: O Irão, riqíssimo em petróleo e em carvão, não precisa de criar formas subsidiárias e comparativamente dispendiosas para acender a luz e é evidente que o regime iraniano - um dos mais perigosos, ferozes, fanáticos e totalitários do mapa político - pretende apenas aumentar a pressão nuclear sobre o Médio Oriente.
Hoje, que já toda a gente sabe ao que é que vem o programa nuclear iraniano, premeia-se este árabe tendencioso e inconsciente não por qualquer mérito ligado às suas competências (obviamente nulas), mas sobretudo porque chateou imenso os americanos a propósito das desaparecidas armas de destruição maciça no Iraque.
O problema da proliferação das armas nucleares é aliás de uma bizarria monstruosa. Certos países como a Coreia do Norte e o Irão e outros que tais, limitam-se a iniciar os seus programas pseudo-apocalípticos como forma de obterem posteriormente, como contrapartida da destruição desses programas, ajudas financeiras internacionais e benefícios comerciais.Tudo com a descarada conivência da infeliz agência dirigida por ElBaradei, que devia estar preso numa gruta qualquer de Guantanamo.
Hoje em dia, ser premiado Nobel - em letras ou em políticas - não é uma honra. É uma vergonha.