quinta-feira, janeiro 25, 2007

Crítica da Razão Tuga.

Disfunção ao metro.
Depois de custar mais 300% do que estava previsto, e antes que um centímetro sequer de via estivesse pronto, o metro da Margem Sul faliu. Se calhar é melhor desistir da ideia, enquanto ainda vamos a tempo de poupar os cofres públicos a demais calamidades.
Entrementes, o Metro de Lisboa custou aos portugueses, em 2006, 2.2% do PIB. Sim, 2,2% da riqueza criada num ano em Portugal é gasta a sustentar esta gente grevista e priveligiada que se acha no direito de ter 36 dias de férias, horário de part time pago por inteiro e um incompreensível décimo quinto salário. E já agora: os senhores responsáveis pela obra, importam-se de dizer aos portugueses se são ou não capazes de construir o túnel do Terreiro do Paço?
No Metro do Porto a coisa ainda pia mais falsetes: a administração siciliana do inevitável Valentim gastou que se fartou, nem sempre da melhor maneira e quase sempre ao sabor dos mais mesquinhos interesses que se possam imaginar.
Porque é que esta gente toda acha que eu devo contribuir para isto?

Tribute-se o ar! Digna de um inspector fiscal de César Bórgia, esta taxa sobre a dádiva superior a 500 euros, que o Ministro das Finanças inventou para sacar mais qualquer coisa aos portugueses, fica equitativamente entre o ridículo e o histérico, na escala da falta de vergonha na cara. Para mais, ainda veio o draconiano senhor ministro dizer aos portugueses que a lei não é bem para todos, é só para aqueles que mais dinheiro dão. Para além da displicência com que irresponsabiliza os cidadãos perante a lei que o seu ministério criou, Teixeira dos Santos acha que os mais generosos de entre nós, devem ser castigados em 10%. A absoluta amoralidade com que o Ministério das Finanças encara o contribuinte é, no Portugal de hoje, um puro fascismo.

Achas que o papá tem uma amante? Quantas cabeças alienadas foram necessárias para criar este eugénico inquérito, hilariante objecto de culto de todo o aparelho estatístico da grande academia das Ciências Sociais? Quantas mãos passaram entre si este documento marciano, quantos animais foram necessários para pensar no projecto, para desenhar objectivos e redigir as perguntas e levá-las às escolas? Num dado sistema burocrático, quantos sapiens é que são necessários para que o processo desça à mais absoluta estupidez? E no meio desta gente toda que criou este púrpuro elefante da administração pública, não houve uma luminária que, num ataque de impulsiva sinceridade dissesse assim: senhores, façamos uso da pornografia com a devida parcimónia.

Salvadores da pátria. Naquela espécie de magazine que procura eleger os mais competentes dos portugueses, os portugueses mostraram-se de uma incompetência imunda. Para além de outros lamentáveis disparates, parece que Salazar e Cunhal ficaram no grupo dos 10 mais ilustres. Portugal é uma das mais provectas nações do mundo. Em nove séculos de história, não haverá ninguém que possa substituir, por uma questão de bom gosto e higiene moral, estes dois infelizes? É claro que há. O que não há é juízo.

O reino por um nome. Cada dia que passa, estou mais triste com o Benfica. Não consigo compreender como é que ninguém de valor e nome pega no clube, que por acaso até tem um mercado global de vários milhões de almas. Assim, entregue aos bichos vieiras, aos bandidos veigas e aos santos incapazes, assim oferecido aos piratas damásios, aos azevedos corsários; o clube assim nas mãos de tonis e de ramos, o clube dos pintos e dos costas e dos mantorras e dos gomes e dos betos e dos gonzalez e da puta que os pariu, apodrece e falece. O clube assim, sem resultados desportivos nem capacidades de tesouraria, sem glórias nem virtudes, o clube assim inviável, envergonhado, humilde, não vale de nada.