quarta-feira, janeiro 25, 2012

Sangue no frigorífico.



Não há males que durem para sempre. É verdade. Por exemplo, parece que a produção televisiva e cinematográfica dos países escandinavos está a mudar. Para melhor. Em vez da lenta esquizofrenia inspirada pelos strindbergs e alimentada pelos bergmans deste mundo, que durou décadas e mais décadas de sonolência neo-realista (e cujo único resultado positivo foi o cinema de Lars Von Trier), o que nos chega agora do frio são obras que se fundamentam na qualidade técnica, na intensidade dramática, no ritmo da narrativa e na profundidade arquitectural dos personagens. No cinema e na televisão, bombam por estes dias produtos-primos de uma nova visão do audio-visual que vem do frio. E que congela em definitivo, se bem que tardiamente, a nefasta influência socialistóide dos eruditos de algibeira de uma Europa de outros tempos.