segunda-feira, maio 21, 2012

45 rotações por minuto.


Dou voltas e voltas ao sol,
já são quarenta e cinco, com esta.
Não deixo rasto nem prole,
dou voltas e voltas ao sol,
numa órbita funesta.

Giro e viro e rodo rotativo
sobre mim mesmo, em elipse.
Repito o trajecto de ser vivo,
giro e viro e rodo rotativo
até ao virar do apocalipse.

Dou voltas e voltas ao sol
já são quarenta e cinco, redondas.
Nesta espiral sem controle,
dou voltas e voltas ao sol,
e oscilo no vórtice das ondas.

Giro e viro e rodo repetitivo
mais uma vez e outra vez ainda.
Volto ao movimento cativo,
giro e viro e rodo repetitivo,
numa órbita desavinda.

Dou voltas e voltas ao sol,
já são quarenta e cinco, com esta.
Não deixo marca nem prole,
mas rodarei em volta do sol
pelo tempo que me resta.

Giro e viro e rodo rotativo
sobre o eixo da luz e do eclipse.
Repito o movimento primitivo,
giro e viro e rodo e vivo
até ao virar do apocalipse.