Acordo três horas depois da hora a que devia ter acordado.
Estou a beber café sem açúcar, o que dificulta deveras a boa disposição e além do mais
tenho a página de emails a resmungar forte e feio.
Deus telefona-me, mas eu estou ocupado com artes finais.
Troco os códigos do homebanking enquanto a cadela foge, pela abertura do caos.
Argumento e contraponho, zango-me e acalmo-me e bebo café.
Vou comprar tabaco e chove como se Noé já tivesse acabado a arca.
Deus liga outra vez. Mas é engano.
Grito com a cadela e com o destino e fumo cigarros.
Estou encharcado de raivas.
Devem-me dinheiro e não me pagam e às tantas da manhã falta a luz.
Tenho para aqui trabalho que nunca mais acaba e não tenho luz.
Às escuras, a única coisa que me resta fazer é:
as pazes com a cadela.
Foda-se, que dia.