Enquanto no Iraque e na Síria os bons rapazes do Estado Islâmico se dedicam com brio e alegria a fuzilar civis a um ritmo orgíaco, há por toda a infeliz Europa quem vá incomodar os seguranças das embaixadas com paixões pela Palestina e ódios por Israel.
Este texto de João Marques de Almeida
sintetiza perfeitamente as razões da esquizofrenia da esquerda europeia
em relação ao conflito israelo-árabe: a simpatia pelos islamitas e o
ódio aos israelitas é só mais uma maneira da combater os valores do
Ocidente. Só faltam, na minha modesta opinião, as inacreditáveis
contradições: é no mínimo estranho que a esquerda – mesmo que
revolucionária – “simpatize” com organizações como o Hamas ou o ISIS.
Afinal, estamos a falar de ultra-fanatizados fascistas de deus,
conservadores e tradicionalistas impenitentes, homens de gatilho fácil
que tratam as mulheres com a mais recordista desconsideração que se pode
imaginar e que instalam sociedades fortemente hierarquizadas e
brutalizadas, de inspiração medieval. Ora, os fundamentos laicos,
humanistas, libertários, igualitaristas, pacifistas e progressistas –
mesmo que insuportáveis – da esquerda contemporânea são dificilmente
compatíveis com a barbárie islâmica, que é um horror completamente fora
da escala. É impressionante como se deixam cair todos os edifícios
filosóficos em nome da vantagem táctica.
E é isto moral?