sexta-feira, novembro 06, 2015

Quando o Sporting perde assim, a quem pertence a derrota?

Podem perguntar a toda a gente que me conhece. A todos os meus amigos. Nunca fui à bola com esta espécie de neandertal que é o Jorge Jesus. No fim da época passada, achei que devia ficar no Benfica, porque tinha apresentado resultados medianos que nenhum treinador tinha apresentado nas últimas décadas. Mas muito porque nenhum treinador tinha ficado no Benfica durante tanto tempo. Mas muito porque nenhum treinador decente depois de José Mourinho tinha ocupado o cargo.

O resultado de hoje, contra uma equipa incógnita e amadora, diz tudo o que é preciso dizer para se ser um crítico de Jorge Jesus. Em certas dimensões da sua profissão é genial. Noutras é um pobre diabo. Um diabo multimilionário, claro, sendo que não é a conta bancária que define o pobre de espírito.

Podem perguntar a toda a gente que me conhece. A todos os meus amigos. Nunca fui anti-sportinguista. Sempre achei que o Sporting Clube de Portugal era um clube respeitável e, o que é mais, era um clube que fazia sentido para quem é benfiquista, porque um grande clube precisa sempre da sua nemesis e o Sporting foi, até ao fim dos anos setenta, um grande e nobre rival.

O Sporting sempre fez parte do meu benfiquismo. E, até há pouco tempo atrás, sempre foi o meu segundo clube.

É com pesar, acreditem, que afirmo: esse dialéctico estado de espírito, essa simpatia cordial de bom desportista (que até vem do sporting inglês), acabou. E acabou o mais completamente possível.

Este blog não é digno do filho da puta que é o actual presidente do clube de Alvalade, pelo que não vou mais além do merecido insulto.

Jesus, que na verdade não passa de um imbecil com mérito desportivo, também não merece um parágrafo da minha prosa (mesmo quando foi treinador do Benfica não recebeu aqui muito mais que frases soltas).

Sobra, claro, o outro imbecil. O imbecil que é presidente do meu clube. E sobre esse é que os benfiquistas devem escrever parágrafos. Muitos parágrafos. Mais parágrafos do que ele próprio consiga ler (admitindo que se trata de um ser alfabetizado).

Filipe Vieira é uma nulidade. Na guerra como na paz, é uma nulidade. E se podemos até, em última análise e num esforço sobre-humano de condescendência, compreender que fosse anulado por Pinto da Costa, o mestre da infâmia, é difícil perceber como é que uma besta que passou de hooligan a presidente do clube rival consegue dominar completamente a agenda da política desportiva, por causa de uma merda de uns jantares numa cervejaria de merda. E, claro, por causa de ganhar três a zero na Luz.

O Benfica não precisa de jogadores à Benfica (já os tem). Não precisa de treinadores à Benfica (o Jesus era um e depois viu-se o que era o Jesus). Não precisa de rapazes porreiros como o actual treinador que é um rapaz porreiro e educado e benfiquista dos sete costados até ir para outro clube qualquer ser desse clube qualquer dos sete costados. O Benfica precisa de uma liderança profissional e competente. É simples.

A derrota de hoje - humilhante e desnecessária - da equipa de Jorge Jesus é também e paradoxalmente uma derrota de Filipe Vieira. O presidente que levou um treinador mediano ao estatuto divino apenas porque apostou nele de tal forma que dele se tornou refém, como se aposta toda uma fortuna num cavalo de corridas, fica sempre ligado a essa aposta, para o bem e para o mal. E é preciso esclarecer a cabecinha tonta do actual presidente do Sport Lisboa e Benfica: qualquer cavalo de corridas é mais nobre, é mais digno, é mais profissional do que Jorge Jesus alguma vez poderá imaginar.

E o Benfica não é um clube de apostas.