sexta-feira, junho 15, 2018

Não sou só eu que digo o óbvio:

Tínhamos as notícias falsas. Agora temos isto: os comentários falsos. A imprensa americana e internacional não se dá conta de que, na sua sanha de recusar a Trump qualquer razão ou legitimidade, está a reduzir a análise a uma birra incoerente — se Trump não conversa com Kim Jong-un, devia conversar; se conversa, não devia conversar. Há quem, dramaticamente, ache que o jornalismo corre o risco de morrer com Trump. Steven Spielberg até fez um filme por causa disso (The Post). Mas se esse receio tem alguma razão de ser, é porque demasiados jornalistas abandonaram qualquer pretensão de objectividade a favor de uma lógica de guerra civil, que os tornou uma espécie de espelhos do que eles próprios dizem ser Trump. Nada há de mais parecido com o trumpismo do que o anti-trumpismo.

Rui Ramos . Observador . 15-06-2018 . Artigo integral