Robert De Niro, o famoso actor de si próprio, decidiu agradar à plateia dos Tony Awards com o peido ordinário que estava aflito por libertar. Foi um tiro em cheio no pé do meio, porque o que de certeza conseguiu, para além do aplauso espúrio, foi arregimentar mais votos para a reeleição de Trump.
Mas acima de tudo, a má criação do mal criado é a derradeira prova de que a esquerda americana ainda não percebeu nada sobre o fenómeno poltergeist que levou o mais inconcebível dos candidatos republicanos à moradia de Washington.
Uma outra coisa importante sobra deste lamentável manifesto: os Estados Unidos da América estão sociológica e politicamente divididos como poucas vezes na sua breve história de 242 anos. E, se já se ouvem vozes que falam de uma Cold Civil War, parece-me cada vez mais obscena, cada vez mais aberrante e cada vez mais provável, uma Segunda Guerra de Secessão. O "Great American Divide" retratado neste blog em 2013, está completamente plasmado na ordinária arrogância de De Niro. E em cada página do New York Times. Só não vê o desastre, quem não o quiser ver.