terça-feira, agosto 07, 2018
A pouca vergonha em 3 tempos.
Esta photo op é das coisas mais vergonhosas, das coisas mais nojentas e das coisas mais saloias da história da propaganda política em Portugal. Penso que nem Sócrates se atreveria a esta colossal manipulação. António Costa tem todo o direito a estar de férias, embora a insistência em estar de férias nos momentos em que o país pega fogo seja eloquente sobre o seu escrúpulo (é dizer pouco). Mas não tem é o direito ao escandaloso faz de conta.
Tecnicamente a coisa é deveras grosseira (ninguém aponta para o monitor quando está a sós, ao telefone, por exemplo), embora seja compatível com aquilo que o Primeiro-Ministro na verdade pensa dos portugueses: uma cambada de imbecis que digerem com satisfação infantil qualquer embuste, mesmo que mal amanhado, mesmo que lançado sobre situações trágicas.
E tem razão, o crápula. A deprimente, grotesca e ofensiva encenação só é possível porque os portugueses deixam. António Costa só consegue ser este género recordista de vilão porque pode. E só chegou ao poder que tem porque esta disfuncional e lamacenta república nada pode contra a sua execrável oligarquia de sapos.
Olho para estas imagens pornográficas e pergunto-me: para onde foi a decência, o pudor, a vergonha na cara? E pergunto-vos, eleitores de esquerda: vão continuar a votar nisto?