domingo, setembro 09, 2018

Um caminho.

Não vou, muito provavelmente, estar vivo quando a Apple ou a Samsung lançarem o seu primeiro computador, o seu primeiro sistema operativo, de processador quântico. Ou, mesmo que esteja vivo, já não me servirá de grande coisa. Os computadores de processador quântico vão transformar o Sapiens 1.0 no Sapiens 2.0. E, o mais certo, é que nessa altura o conceito de computador já tenha sofrido bastantes alterações, de tal forma que não seja uma máquina exterior ao corpo, mas antes um complemento cibernético da arquitectura humana.

Seja como for, o processo científico e industrial está a dar os seus primeiros passos. A ideia central é tirar partido de fantasmáticas "anomalias" do comportamento das partículas como a superposição e o entanglement, de tal forma que o actual código binário multiplique a sua produtividade na ordem dos milhares percentuais. A diferença entre um bit e um qubit é que um bit ou é zero ou é um. Um qubit pode ser, no mesmo momento, zero e um. Mais: pode ser o zero e o um de outro qubit. Isto levanta todos os potenciais que podemos imaginar, em termos de capacidade de processamento. E, também, do que será capaz de fazer a inteligência artificial na segunda metade do século XXI (para o bem e para o mal, como sempre).

Não se trata de uma revolução para agora, independentemente do que possam dizer os mais optimistas. Existem grandes dificuldades ao nível da coerência energética das partículas e é preciso trabalhar consistente e afincadamente em múltiplas frentes tecnológicas para que um computador quântico esteja à venda, a um preço de classe média, numa Worten perto de ti, caro leitor. Para que caiba em cima ou em baixo da tua secretária. Para que consiga ser completamente imune ao ambiente do teu escritório. Para que consiga manter estáveis temperaturas abaixo do zero absoluto.

Mas, como este vídeo bem demonstra, nos anos 50 do século passado também era precisa uma sala enorme para manter a funcionar um computador com um centésimo da capacidade de processamento do teu actual telemóvel.

Por isso, vamos deixar a malta trabalhar e ver o que é que sai daqui.