quinta-feira, maio 09, 2019
O fim de uma era, em Anfield Road.
Ontem, o Liverpool fez história. E nunca como ontem o refrão do famoso tema dos Gerry & the Pacemakers fez tanto sentido. Mais que o talento técnico ou a inspiração táctica, foi a vontade de ganhar, a disponibilidade para lutar, para correr, para recuperar, estruturada no ancestral sentido mítico do clube inglês e da sua massa adepta, que permitiu a remontada incrível.
A triste prestação do Barça, que não chega a uma final da Liga dos Campeões desde a época de 2014/15 e que já na temporada passada sofreu uma humilhante eliminação nos quartos de final (outra remontada: a Roma ganhou em casa 3-0 depois de ser goleada no Nou Camp por 4-1), é reveladora do fim de uma era. Messi está na conclusão da sua carreira e o famoso Tiki-Taka já não apresenta os mesmos resultados de há dez anos atrás.
E ainda bem. Sempre achei o futebol de cento e cinquenta passes por jogada super enfadonho. E não tenho mesmo simpatia nenhuma pelo clube Catalão, como não tenho simpatia nenhuma pela Catalunha e pelos seus insuportáveis habitantes.
O também inesperado resultado da outra meia final vai colocar frente a frente dois clubes ingleses no combate pelo título máximo do futebol de clubes, o que só aconteceu uma outra vez na história da competição (Man United vs Chelsea em 2007/2008). Esta é outra boa notícia, porque nos dias que correm, só mesmo o futebol inglês é que, aqui e ali, contraria a tendência para o aborrecimento e a corrupção generalizada.
Tenho só pena que o Ajax, a excepção à regra definida no anterior parágrafo, não tenha chegado à final. Os rapazes de Amsterdão jogam um futebol realmente enebriante.