terça-feira, agosto 06, 2019

Mais lenha para a fogueira americana.

Um fim de semana aterrador, nos Estados Unidos.

No sábado, um tresloucado radical de direita entrou num Walmart de El Paso, Texas, e começou a disparar indiscriminadamente. Matou 22 pessoas. Feriu 27.

No domingo, um tresloucado radical de esquerda cometeu a mesma atrocidade numa rua movimentada de Dayton, Ohio, matando 9 pessoas e ferindo 27.

Durante este fim de semana negro, foram registados 55 tiroteios entre gangs de Chicago, que resultaram em 7 mortos, incluindo uma criança de 5 anos, e dezenas de feridos. Este ano, mais de 1.600 pessoas foram feridas em tiroteios na grande metrópole de Illinois. 300 morreram.

Ainda neste fim-de-semana, a polícia de Baltimore reportou 17 horas seguidas de combate com armas de fogo. Mais de 200 pessoas já foram baleadas desde o início deste ano, nas ruas desta pobre e extremamente perigosa cidade americana.

Entretanto, jornalistas, políticos e pundits dos dois espectros ideológicos entretêm-se com acusações que oscilam entre o patético e o criminoso, colocando o discurso político americano num patamar de ruptura que assusta qualquer ser sensato. 

O problema é que a sensatez desapareceu há muito da sociedade americana. E o que aí vem pode ser inimaginável. Amanhã, Trump vai a El Paso. Os democratas do Texas, que responsabilizam directamente e à boca cheia o Presidente dos Estados Unidos da América pela atitude de um assassino tresloucado, já o avisaram que não é bem vindo e que não se responsabilizam pela sua segurança, como se isto fosse uma atitude legítima. Como se Trump não tivesse sido eleito com os votos, maioritários, do Estado do Texas, em 2016. A situação pode rapidamente descambar.

A América é, neste preciso momento, um desastre à espera de acontecer.