quarta-feira, janeiro 20, 2021

A discoteca da minha vida #76: "Songs for the Deaf", Quens Of The Stone Age

Continuamos no profícuo ano de 2002. "Songs for the Deaf", o terceiro albúm dos Queens Of The Stone Age, explode como um barril de pólvora nuclear pelos ouvidos do mundo a dentro. Com uma ajudinha de Dave Grohl, baterista dos Nirvana e líder dos Foo Fighters, Josh Homme consegue aqui a sua pièce de résistance: um maníaco e poderoso manifesto rock, de máxima intensidade voltaica e mínima elaboração harmónica. Ouvem-se estes temas e as pernas querem pular, os braços querem voar, enquanto o cerebelo implora por uma aspirina. O trabalho de produção é notável, fechando a selvática progressão da banda num palco sonoro quente e árido, e o disco, que foi conceptualmente pensado como banda sonora para uma roadtrip pelo deserto que separa Los Angeles de Joshua Tree, resulta de facto numa viagem alucinante, odisseia volátil e fantasmática que vai acabar por se engalfinhar no arame farpado da atormentada alma americana.