'This is no Bridget Jones:
kill the Director."
É preciso chegar ao nonagésimo quarto disco da minha vida para vos dizer o seguinte: não percebo nada de música. Nem sei ler uma pauta, sequer. Sou um completo surdo no que tem a ver com a sintaxe da composição melódica. E assim sendo, não me liguem nenhuma por favor. E outrossim não liguem nenhuma aos The Wombats, talvez a mais inspirada banda de rock do século XXI (na minha estúpida e ignorante e incompetente análise crítica). Não me levem a sério nem os levem a sério. É só mais uma opinião. É só mais um epifenómeno. É só mais uma banda. Tudo bem, passem à frente. Mas por vossa conta e risco, ok?
Porque se confiarem em mim, por parvo que possa parecer confiar num gajo que nada entende de música, vão encontrar e descobrir e amar loucamente uma banda que nasceu para oferecer felicidade aos vossos pobres e desesperados tímpanos.
Escolho "A Guide To Love, Loss and Desperation", de 2007, na sustentação de um critério apenas: é o primeiro disco desta banda primeira. Desta banda primordial. Desta banda olímpica. Um disco que não faz mais que representar o iniciático momento em que a minha sensibilidade estoirou com a capacidade lírica de Mathew Murphy. O iato na minha vida em que confirmei um facto que até aqui permitia discussão: o punk pode ser pop e vice versa.
Qualquer escolha podia ser uma boa escolha porque os The Wombats só conseguem criar obras primas; sim, só conseguem criar obras primas e eu fico super chateado por teimar na regra de inserir apenas um disco por banda nesta discoteca da minha vida porque estes rapazes completam uma discoteca por si só. E ninguém pode imaginar o amor, a devoção, o fanatismo que alimento, com fome esfomeada, por esta santa banda.
Este post segue com um abraço ao Carlos Rafael; tão apertado como pode ser um abraço que não parta ossos nem distenda tendões. Foi ele que me ensinou. Foi ele que me disse, há catorze anos atrás: ouve lá a puta desta banda fabulosa, meu.
Obrigado, amigo. Carregavas contigo o peso da razão absoluta.