quinta-feira, julho 22, 2021

A discoteca da minha vida #99: "The Age of the Understatement", The Last Shadow Puppets.

Uma banda formada por Alex Turner (Arctic Monkeys) e Miles Kane (The Rascals) tinha que resultar em algo de muito especial. E resultou. "The Age of the Understatement", de 2008, é o primeiro resultado (há um outro, editado 8 anos depois). Sofistidado, melodramático, complexo, é um daqueles casos em que a qualidade criativa e artística é de tal forma poderosa que consegue ser aclamada pela crítica e bem sucedida comercialmente: o disco atingiu o top de vendas no Reino Unido seis dias depois de ter sido lançado.



Entre as baladas de inspiração retroactiva e os temas que transpiram a nítida intenção de transformar o indie britânico num movimento orquestral de majestática vanguarda, The Last Shadow Puppets apresentaram-se à audiência como um projecto quase erudito, semi-snob, altivo. Sem parecerem pretensiosos, o que não é tarefa fácil.



A verdade é que, na altura, o disco caiu com a devida pompa e circunstância no panorama alternativo europeu, influenciando projectos futuros e até os percursos das duas estrelinhas que o criaram. Trata-se de facto de uma casa marcante na espiral ensandecedora do jogo da glória que é a música popular contemporânea.



E para além de tudo o mais, The Last Shadow Puppets é um dos melhores nomes que se podem inventar para uma banda, ponto final, parágrafo.