O Youtube deu origem a uma insana corrida ao ouro dos tornados, no Midwest americano. E actualmente temos multidões de malucos de todo o lado, trazidos pela ganância das vizualizações, a arriscar a pele na perseguição das tormentosas espirais que devoram a paisagem rural, mastigam as estruturas urbanas e cospem fora todo o tipo de detritos, transformando camiões em aeroplanos, vacas em jactos, casas em helicópteros e cimento armado em papel pardo. Os canais destes intrépidos mineiros da meteorologia oferecem às suas audiências imagens cada vez mais espectaculares, cada vez mais próximas dos turbilhões letais. É uma espécie de desporto radical, com o vórtice da morte a cem metros. A cinquenta metros. A vinte metros. Olhos nos olhos com a íris da tempestade.