Provavelmente nunca ouviste falar de semelhante coisa, mas o Bolor Limoso é um organismo absolutamente incrível. Sabe tomar decisões estratégicas, escolher soluções matematicamente eficientes para satisfazer as suas necessidades alimentares - e lembrar-se delas em futuras aventuras, detectar elementos químicos à distância, multiplicar-se ou unificar-se em função do ecossistema em que é inserido, sacrificar-se para o bem colectivo, etc., etc.
Todas estas características são normalmente associadas a animais e aos seus cérebros. Acontece que o Bolor Limoso não tem cérebro nem é um animal. É até muito difícil catalogar este estranho bicho da classe dos Eucariotas, que se apresenta morfológica e estruturalmente de muitas maneiras, dependendo das necessidades de cada momento e do meio em que prospera.
E porque raio é que estás a perder tempo com este post dedicado a uma substância orgânica pegajosa que tem como virtude única o facto de ser uma excelente sobrevivente? É que a possibilidade de inteligência na ausência de neurónios é muitíssimo interessante para incluíres na equação com que, episodicamente, embalas a insónia: se há vida inteligente no universo, essa inteligência não tem necessariamente que se manifestar como a tua inteligência se manifesta. Essa inteligência pode manifestar-se como um super evoluído, mega civilizado Bolor Limoso. Essa inteligência pode manifestar-se de tantas e tão diversas formas, que não cabem na tua imaginação. Por isso, tem calma. Não preenchas a fantasia apenas com humanoides verdes ou cinzentos. Liberta-a para fora dos limites da tua experiência e da tua percepção. Quanto mais longe fores nesse exercício, mais perto, calhando, estarás da realidade.