Não votei no Moedas, pelo que me não me sinto particularmente vitorioso (nem nunca me vou sentir particularmente vitorioso, nesta República de imbecis). Acho até que este rapazinho vai servir aos lisboetas o igual menu politicamente correcto e filosoficamente desastrado e ideologicamente infeliz e operacionalmente incapaz do anterior atrasado mental.
Seja como for, estou um bocadinho contente, devo dizer, um bocadinho surpreendido, devo confessar, pelo facto da população da capital ter cometido a boa heresia de correr com o Medina da Praça do Município, onde parecia tão confortavelmente instalado.
E não me digam que não devemos encontrar alegria na infelicidade dos outros. Eu encontro-a, se bem que em modesta quantidade, na surpresa desolada do candidato derrotado do Partido Socialista.
Não valerá a pena, porém, expectar que o novo Presidente da Câmara perceba porque raio é que ganhou estas eleições e que desfaça rapidamente os equívocos do seu antecessor. Desconfio bem que isso não vai acontecer. Os intérpretes deste regime são todos muito parecidos. São todos castrados de coragem e inteligência. Concordam, na verdade e no que lhes parece essencial, uns com os outros e alimentam-se vampiristicamente desse uníssono.
Vou continuar a ter ciclovias onde devia ter faixas rodoviárias. Vou continuar a ser espoliado pela EMEL. Vou continuar a pagar impostos monumentais, para sustentar um município obeso e despesista. Vou continuar a assistir às "políticas inclusivas", que implicam o patrocínio de mesquitas, o subsídio de criminosos, o paternalismo clientelista sobre as massas. A cumplicidade corrupta e displicente com as elites.
Ainda por cima, este resultado eleitoral vai colar o Rui Rio à cadeira que miseravelmente ocupa na Rua de São Caetano à Lapa por mais uns tempos, pelo que não há grandes motivos para celebrar seja o que for.
Mais do mesmo. Mais do mesmo. Mais do mesmo.