segunda-feira, outubro 18, 2021

A discoteca da minha vida #105: "Fantasies", Metric

O Canadá, de vez em quando, acerta. É o caso dos Metric. Acertam completamente. "Fantasies" - de 2009 - o quarto trabalho de estúdio da banda de Toronto, configurou-se harmoniosamente como um pedrinha preciosa no charco do panorama alternativo da música norte-americana.
Liderados pela bela e talentosa Emily Haines (a sick muse que também participa em projectos tão interessantes como os Stars ou os Broken Social Scene), os Metric bombam um som indie muito personalizado e complexo, entre o veludo e o arame farpado:



O disco corporiza, talvez, o apogeu criativo e a maturidade artística da banda, que por esta altura vendia discos à séria, ganhava prémios a rodos e somava protagonismos vários, embora isso, já se sabe, vale o que vale; até porque independentemente da fama dos músicos, há aqui muito proveito para os fãs, principalmente quando Emily pede ajuda aos deuses pelo simples facto de estar viva:



Os Metric são o género de banda envolvente e irreverente que qualquer otorrinolaringologista minimamente competente há-de recomendar aos seus pacientes. E como agremiação rock de bom gosto e bom senso, entre os Beatles e os Rolling Stones, preferem os últimos:



E apesar de não estarem no trânsito da música para inventarem os semáforos, os Metric são capazes de composições realmente poderosas, com profundidade lírica e melódica, embora sem grandes preocupações estilísticas. E a verdade é que esta filosofia rebenta muitíssimo bem com a minha sensibilidade. E com a tua, gentil audiente?