segunda-feira, novembro 08, 2021

Os mil trabalhos do Regime Biden.

Talvez pela extemporânea tendência para a soneca manifestada pelo Presidente, talvez pela vontade de revoluções imediatas de que a extrema-esquerda sofre cronicamente, circula no ar dos corredores de Washington a ideia de que, apesar das maiorias nas duas câmaras do Congresso, o Regime Biden não tem conseguido concretizar a sua agenda política.

Ora, como Dinesh D'Souza muito bem observa no vídeo em baixo, tal não é o caso. Pelo contrário. O Regime Biden é altamente realizador.

Em oito ou nove meses apenas, conseguiu abrir as fronteiras da federação, permitindo a entrada descomplicada de centenas de milhar senão milhões de imigrantes ilegais e anulando uma das principais missões de um qualquer estado, que é precisamente a manutenção da integridade do seu perímetro. Conseguiu desactivar oleodutos essenciais para o abastecimento de combustíveis fósseis, tarefa que se traduziu noutra conquista: a subida generalizada dos preços das energias; conseguiu fazer disparar a inflacção para patamares recordistas; e conseguiu aprovar triliões de dólares em subsídios para que as pessoas fiquem em casa e não trabalhem, criando sérios problemas de distribuição de bens essenciais. 

Para além disso, a actual administração acabou na semana passada de fazer passar no Congresso um pacote legislativo de mais um outro trilião de dólares, a ironicamente apelidada Infraestructure Bill, que tem muito pouco investimento em infraestruturas e muito mais em disrupção do tecido económico e social, dada a forte componente ambientalista, os gastos insanos em serviços de saúde gratuitos para imigrantes ilegais e as medidas politicamente correctas de discriminação positiva que abundam no projecto e que terão consequências disfuncionais no mercado de trabalho.

Na política externa, os feitos não são menores. O Regime conseguiu entregar o Afeganistão aos Talibãs, abandonando centenas de civis americanos à vontade facínora do inimigo e deixando no terreno material militar que faz agora deste fatídico país uma potência militar regional. Conseguiu também com esta catastrófica retirada perder a confiança de grande parte dos seus aliados. Conseguiu implementar um dos mais humilhantes exercícios da história da diplomacia, ao convidar as Nações Unidas a decidirem se os Estados Unidos são ou não são um país racista. Conseguiu que os franceses tivessem um ataque de fúria, porque se esqueceu que esta nação tem submarinos nucleares. Conseguiu retirar aos nativos de Taiwan qualquer esperança no futuro, indicando que em caso de invasão chinesa não moverá um dedo mínimo.  E ainda, cereja no topo do bolo, conseguiu oferecer aos chineses a vantagem estratégica em caso de guerra nuclear, ignorando a ameaça do seu sistema de mísseis hipersónicos multidireccionais.

Acresce que Biden está quase a conseguir paralisar de vez a economia americana com o mandato de vacinação obrigatória para cargos públicos e empresas privadas com mais de 100 empregados, que está a atirar para o desemprego milhões de cidadãos que recusam a vacina e que assim estão a deixar as empresas, pequenas e grandes, com extremas dificuldade de mão de obra.

Esta proficiente e voluntarista presidência está também a tentar - e tudo indica que vai conseguir - enriquecer uma quantidade não despiciente de imigrantes ilegais (a administração Biden está nítida e perdidamente apaixonada por toda a gente que não tenha nascido nos EUA), através de pagamento de "reparações" financeiras que podem chegar a 900.000 dólares por família.

Se somarmos a isto a transformação do FBI numa polícia política, a instrumentalização da Procuradoria Federal como uma arma de retaliação contra qualquer voz dissidente, a utilização niilista da Reserva Federal Americana como uma máquina de imprimir dinheiro sem qualquer refreio técnico ou proverbial, a conversão das escolas em sistemas de controlo do pensamento e das redes sociais em mecanismos de censura do livre discurso, percebemos que não são poucas as conquistas do regime. 

O problema é que aquilo que o actual inquilino da Casa Branca realiza tem por base ideológica a destruição da civilização americana. Mas que tem feito muito por esse objectivo, ninguém o pode negar. Até porque convenhamos: transformar uma democracia de base capitalista numa tirania de inspiração oligárquica sempre há-de dar algum trabalho.