segunda-feira, novembro 29, 2021

Pura propaganda. Mas a troco de quê?


De acordo com o Observador, quem deve verificar que a vacina da Pfizer é segura para as crianças é a... Pfizer. Se a Pfizer diz que nos seus "ensaios clínicos" com infantes (que género de pais permitem que os seus filhos participem neste ensaios?) não encontrou casos de miocardites, pronto, é porque está tudo ok. Até porque a Pfizer não diz que as miocardites não podem acontecer. Só diz que não aconteceram nos "ensaios". A Pfizer é tão honesta que descarta responsabilidades sobre qualquer eventualidade. A Pfizer é tão integra que obrigou os seus clientes (leia-se: os estados) a assinar contratos em que os encargos jurídicos decorrentes de eventuais males que a sua vacina possa causar não lhe sejam imputados, caso inédito na infernal história das indústrias farmacêuticas. Mas nada disso importa: o que urge é vacinar as crianças, para as quais o Covid, em todas as suas variantes de pânico, constitui um risco de zero vírgula zero zero zero qualquer coisa insignificante.

O que me pergunto, sempre que leio estes óbvios e muito pouco subtis exercícios de propaganda, é sobre a motivação de quem os escreve. Tem a Marta Leite Ferreira, autora desta peça vil e servil e millenial típica do deprimente ecossistema do Observador, uma avença com a Pfizer? Duvido muito. É ela ou são os seus mais directos familiares accionistas da gigante farmacêutica? É estatisticamente possível, mas improvável. Haverá alguma razão objectiva, palpável e - em certo sentido - racional para que a Marta passe por cima de todos as normas básicas do seu ofício para vender uma vacina extremamente ineficaz e que toda a gente sabe (inclusivamente ela) que tem efeitos secundários não dispiciendos? Não, não há. E isso é que é verdadeiramente arrepiante.

Esta criatura faz o que faz, não por brio profissional (pelo contrário), não para tirar vantagens materiais imediatas (se bem que, concedo, talvez alimente vãs expectativas de retirar a longo prazo benefícios na carreira por ser uma agente do regime), mas sobretudo por convicção moral. A Marta está de certeza completamente convencida que o sexo oral com que serve uma multinacional conhecida por perder biliões de dólares nos tribunais, dada a sua proverbial negligência, e em multas, decorrentes do seu constante desrespeito pelas normas das instituições que regulam os mercados onde opera, merece o serviço. A Marta está de certeza completamente convencida que está a salvar vidas e que está a salvar o serviço nacional de saúde e que está a contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária e isso tudo. A Marta até deve achar que injectar crianças com vacinas experimentais vai salvar o planeta das alterações climáticas.

O Covid 19 não é o problema. A Marta é que é o problema. Os pais da Marta, que a educaram para isto, é que são o problema. As escolas que a Marta frequentou e que a treinaram para isto, é que são o problema. O pasquim que empregou a Marta e que publica a propaganda de quarta classe que a Marta produz é que é o problema. E os bois, que acreditam no que a Marta escreve, são, claro, o mais intrincado problema de todos.