quarta-feira, dezembro 22, 2021

O meu pé pesado #18: A rezar pela linha de chegada, no labirinto rochoso da Argentina (parte 2).

O Troço de Valle de los Puentes tem duas metades: uma sinuosa até ao desespero dos punhos e estreita até à falência do metro útil, outra mais rápida e larga, mas com a mesma intensidade intratável: perco por causa deste segmento escorregadio e traiçoeiro mais segundos do que devia.

No sentido Oeste/Este, a descer, faço precisamente uma razoável primeira metade (a mais torcida) mas a partir daí o Fiesta parece mais interessado em cortar o mato que em soltar a gravilha da estrada, num vergonhoso espectáculo de incompetência e lentidão pelo qual apresento as minhas desculpas. Lembro que estou a respeitar o limite máximo de duas horas condução por troço.



Considerando a prova desastrada e tudo menos limpa, fico surpreendido por ter ainda assim feito um tempo para entrar nos mil primeiros.

No sentido Eeste/Oste, a subir, a coisa corre só um bocadinho melhor porque apanho o segmento rápido logo no início, o que ajuda a entender e conhecer melhor a estrada (embora continue a visitar as couves por uma ou outra vez). Ironicamente parece-me que sou aqui mais lento na segunda metade, que é a mais apertada mas menos traiçoeira. Sinto que estou a travar demais, muito provavelmente porque o troço anterior descende e nesta direcção ascende e eu não consegui adaptar a condução à assimetria do relevo. Além disso falho muitas trajectórias, principalmente nos inúmeros ganchos e ganchinhos desta serpentina infernal.



A prova que não é fácil ser rápido na Argentina é que ainda assim consigo um lugar dentro dos 600 primeiros.

Sinceramente, gostava de começar a fazer classificações mais honrosas, mas a seguir vem a Austrália. E só de pensar nisso perco logo a ambição toda.

Até porque na Argentina, só aprendi a humildade.